GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Obrigado a todos pelo carinho e respeito ao Blog do Guilherme Araújo


Após alguns meses afastados do Blog do Guilherme Araújo eu tenho recebido inúmeros e-mails, torpedos e ligações de diversas pessoas pedindo que o Blog do Guilherme Araújo não pare e retome as matérias que vão de encontro as necessidades da família. Diante de tal situação eu agradeço e reitero dizendo “Muito obrigado”.

Santa Casa de Caraguatatuba muda a DIREÇÃO

Explodiu!... 
A Irmã Maria Silvia, o Amauri e a Irmã Alessandra, que compunham a direção do Hospital Stela Maris em Caraguá, se despedirão em um almoço com os funcionários. A torca de direção, por membros da mesma irmandade, foi exigência foi do prefeito Antônio Carlos que está querendo outros dirigentes que facilitem o diálogo. A discussão com o governador sobre possível compra da instituição hospitalar, está seguindo com previsão de durar até o final do ano, por se tratar de negócio complexo, tanto da parte do governo, como da parte da irmandade religiosa proprietária do estabelecimento. Ou seja, é possível que o governo desaproprie amigavelmente a propriedade e a transforme em um hospital regional do litoral norte.
Essa foi uma negociação iniciada com a visita ao presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Barros Munhós, quando o o Amauri, o Cidreira, João Lúcio, Gonzaga e Urias Macedo, foram conduzidos àquela presidência pelo deputado Marcos Martins, do PT, que se dispôs auxiliar na solução da confusão instalada entre prefeito e gestores do hospital. Se de fato ocorrer a encampação, a cidade estará servindo de base ao serviço de saúde no litoral norte. Parabéns a todos que ajudaram no encaminhamento da solução.

Santa Casa de Caraguatatuba e as mudanças


Pelo que ficamos sabendo através a Arara Azul, nosso correspondente em extinção, mudará a direção, mas os novos dirigentes serão também indicados pela irmandade e assim não há perigo iminente de dispensa de trabalhadores.
O que está pegando de fato em relação aos funcionários, é que o prefeito está segurando verbas que deveriam ser repassadas e a Santa Casa está com dificuldades de manter a folha de pagamento sem se socorrer a verbas vindas de fora.
Estão ocorrendo reuniões entres funcionários e o tema pode ser a paralisação dos serviços se a prefeitura não pagar o que deve.
Se alguém da prefeitura quiser nos mandar notícias e assim, tranquilizar a população seria de bom grado. Mas sabemos que muda assessor de comunicação, muda funcionários mas a transparência não muda. Ou seja, não há vontade de informar. Poder público deveria ser de fato público, mas não tem sido.
Gostam de mandar noticias por aquela imprensa safadinha que só fala o que eles querem.
Quem quiser ficar doente, é bom esperar um pouco até clarearem as águas.

Educação?

As escolas públicas de Caraguá estão ensinando religião, mas não existem professores capacitados e os que estão dando a matéria estão fazendo o próprio curriculum escolar. Agora inventaram de ensinar o idioma italiano. Será que é a tal globalização? Ah!... as crianças estão aprendendo também o tal do empreededorismo, mesmo sem aprenderem a ler escrever e fazer contas. Estão sendo treinados para serem burgueses, com merenda de carne de avestruz, empreendedorismo, italiano, ainda que analfabetos. Também, depois que os políticos que nunca estudaram ficam ricos na política, qualquer "analfa" pode falar italiano, mesmo sem utilidade prática, a menos que os meninos estejam estudando para serem papas.

A TAMOIOS ESTÁ UM CAOS

Estão fechando a estrada, a qualquer momento,  e deixam as pessoas nervosas por conta dos horários. A faixa de aviso diz que tem horário para fechar a estrada, mas fecham a todo instante e me qualquer lugar. Uma bagunça generalizada.

HOSPITAL CARAGUÁ VIRA O CAOS


O caos anunciado está constatado. Hoje quem se dirigiu ao hospital Stela Maris a procura de atendimento pelos convênios ou quaisquer outros, encontrou as portas fechadas, por conta de uma greve que já anunciamos aqui há três dias.  Os funcionários paralisaram as atividades.
O fato é que, segundo informações de boa fonte, a prefeitura que é a gestora oficial do SUS estaria dificultando os repasses de verbas e a instituição hospitalar não consegue cumprir com seus compromissos, inclusive a folha de salários. O Antônio Carlos tentou até conseguir sufocar o hospital que poderá ser objeto até de intervenção diante do interesse público. Um verdadeiro massacre psicológico contra uma instituição que vinha atuando na cidade há mais de 60 anos.
Não que se diga que era uma beleza o atendimento, porque havia reclamações, mas era melhor do que nada. Poderia ser preservado enquanto se criassem alternativas mais eficientes, mas não fechar o único hospital da cidade. Há riscos graves de perdas de vidas por conta dessa greve.
Parece que a briga entre as irmãs e o prefeito, está resultando no caos, que levou a cidade a uma situação inusitada. O único hospital da cidade está fechado e o prefeito que é o gestor do SUS não criou alternativa que supra  a deficiência.
Enquanto as pessoas correm atrás de atendimento médico os membros do poder estão por ai, fazendo discursos em diversos palanques instalados na cidade que faz hoje um dos seus piores aniversários, a alma da cidade sofre ao ver seus filhos sem hospital numa cidade de cem mil pessoas e mais os visitantes. Nem deveria haver comemorações.
Isso é o que os tucanos  chamam  de choque de gestão.
A cidade não merece tanta irresponsabilidade e falta de competência. A opção UPA do prefeito tem uma fila imensa e todo mundo reclamando do mau atendimento.
Ainda bem que 2016 está chegando para por fim a essa agonia política gerada pelo ódio e intolerância dos políticos daqui que governam olhando para quem é a favor ou contra o seu partido ou interesse. Pra que tanto ódio? 

Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa ganha mais uma



A emenda constitucional que criava no Brasil, mais quatro tribunais federais, aprovada dias atrás pela câmara dos deputados, e que recebeu uma crítica severa do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, acaba de ser barrada no Senado, segundo afirma o Senador Renan Calheiros. É o fim de uma aventura do judiciário para criar empregos pra um monte de parentes e amigos de juízes e desembargadores. Ainda bem que o Joaquim Barbosa pôs a boca no trombone e o senado ouviu. Pra que aumentar uma máquina que não funciona e mostra sinais de agonia. Esse judiciário é a cara da política brasileira, só dinheiro jogado fora. Nossos respeitos àqueles que trabalham e produzem.

E VAI COMEÇAR O PRAZO DE RECURSO DO MENSALÃO

Os réus petistas do mensalão terão 10 dias de prazo para apresentarem recursos contra  condenação por corrupção. O prazo conta a partir de amanhã dia 23 de abril.

JOAQUIM BARBOSA GANHA MAIS UMA


A emenda constitucional que criava no Brasil, mais quatro tribunais federais, aprovada dias atrás pela câmara dos deputados, e que recebeu uma crítica severa do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, acaba de ser barrada no Senado, segundo afirma o Senador Renan Calheiros. É o fim de uma aventura do judiciário para criar empregos pra um monte de parentes e amigos de juízes e desembargadores. Ainda bem que o Joaquim Barbosa pôs a boca no trombone e o senado ouviu. Pra que aumentar uma máquina que não funciona e mostra sinais de agonia. Esse judiciário é a cara da política brasileira, só dinheiro jogado fora. Nossos respeitos àqueles que trabalham e produzem.

Com apoio do MPA, Rio Grande do Norte simplifica licenciamento ambiental para o desenvolvimento da aquicultura


O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, participarão neste sábado (20), de dois atos públicos importantes para o desenvolvimento da pesca e aquicultura no estado.
Em solenidade no município de Nísia Floresta, a 40 quilômetros de Natal, a governadora assinará um decreto, que simplificará o licenciamento ambiental para projetos de aquicultura em reservatórios de até 40 hectares e para a implantação de viveiros escavados com até 0,5 ha de lâmina d’água, em propriedades rurais. 
A medida incentivará a piscicultura em aproximadamente mil açudes e pequenos reservatórios em todas as regiões do estado. Outra importante iniciativa será a assinatura de um Protocolo de Intenções entre o Governo Federal e o Estadual para o desenvolvimento da pesca artesanal no Rio Grande do Norte, que conta com mais de 30 mil profissionais.  Entre os projetos a serem implantados está o repovoamento do litoral com a espécie Beijupirá (Rachycentron canadum) e os açudes e reservatórios do estado com pós - larva de camarão Pitu (Macrobrachium carcinus).

Plano Safra da Pesca beneficia 600 pescadores e aquicultores do Rio‏


Os pescadores que precisarem de melhorias em suas embarcações – como infraestrutura do barco e materiais para pesca, podem contatar a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) e participar do Plano Safra da Pesca e Aquicultura.
Levantamento inicial revela que, até esta quinta-feira (18), cerca de 600 solicitações ao Programa Nacional de Fortalecimento da Aquicultura Familiar (Pronaf) foram deferidas. Com isso, os pescadores e aquicultores contemplados terão acesso a projetos sociais do governo do estado para o setor.
O plano foi desenvolvido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e estimula a produção nacional de pescado e o desenvolvimento sustentável da aquicultura e da pesca. A ação financia projetos produtivos de pescadores, gerando renda a todos que desejam produzir ou aumentar a produtividade.
De acordo com a coordenadora de Extensão da Fiperj, Maria de Fátima Valentim, o projeto é "extremamente importante, pois são as menores taxas de juros do mercado. Um pescador que acessa a linha de credito do Pronaf terá direito a este benefício. O auxílio aos pescadores também é grande pelo tempo de pagamento do crédito, que pode chegar a 10 anos”.
Segundo o pescador Adilson Santos, integrante da Colônia de Pescadores Z-8, em Niterói, "precisando de dinheiro para consertar a minha embarcação, eu procurei a Fiperj. Não foi difícil conseguir o crédito que eu queria, apenas precisava ter o nome limpo, um comprovante de residência e ser integrante da Colônia de Pescadores Z-8”.

Atenciosamente
REDE CRIVELLA

domingo, 21 de abril de 2013

A empresária de entretenimento Paula Lavigne troca seu foco de cinema para shows Atriz que passou a ser produtora cinematográfica promete escrever livro sobre a profissão

Foto: Maíra Coelho


Paula Lavigne está em crise. Com o trabalho que realiza, apenas, mas está. A mulher que há pouco mais de dez anos realizou uma bem-sucedida transição da carreira de atriz para a de produtora cinematográfica (e que, no caminho, casou-se, descasou-se e teve dois filhos com ninguém menos que Caetano Veloso) pretende agora se deslocar do mundo das telas para o dos palcos, onde já tem um pé bem fincado. Não irá abandonar por completo os filmes (“porque esse é um espaço que conquistei”), mas quase.
“Em cinema, o business é muito grande. Já cheguei a produzir três filmes em um único ano, quase fiquei maluca. É uma atividade pesada, exigente. A coisa mais parecida com fazer cinema é o Exército, a hierarquia militar”. Ela ainda está no ramo – no momento, faz um filme de seu amigo Cacá Diegues –, e se orgulha dos 13 longas produzidos que tem nas costas. Mas para esta carioca de 43 anos o mundo da sétima arte, cada vez mais, ficará para trás. À sua frente, o universo dos shows e dos DVDs musicais.
“Essa é uma área muito mais leve, que te dá muito mais retorno, e de forma rápida. É algo bem mais prazeroso de se trabalhar. E o legal é que artistas jovens, como Criolo e Emicida, têm conseguido construir um novo modelo de negócios, rentável, que não depende das gravadoras”, conta ela. Em fevereiro foi lançado um vídeo do show de Criolo no Circo Voador, no Rio de Janeiro, com direção de Paula e Fernanda Young. Toda a equipe aceitou trabalhar sem receber, para ser paga posteriormente. É justamente esse espírito desinteressado que existe no metiê da música que mais lhe agrada.
Paula iniciou sua carreira como atriz aos 14 anos de idade. Apareceu em novelas, minisséries de TV e filmes; foi, por exemplo, a Marly de “Anos Dourados” (1986), na Globo, e a Daniela de “Vale Tudo” (1988). Atuou também na muito comentada (e pouco vista) incursão de Caetano Veloso atrás das câmeras, o longa “O Cinema Falado” (1986). Mas, assim que pôde, passou a trabalhar apenas na parte gerencial dos projetos, seu grande talento. Mesmo quando resolve dirigir, ela o faz por motivos práticos: não quer correr o risco de algum profissional  “autoral” arruinar a gravação de um musical com maneirismos de filmagem. “Um bom DVD se resume à gravação do melhor do show, ponto. Não há segredo nisso”, garante Paula, elegantemente vestida de negro.

Baixo valor da hora-aula explica falta de professor


Deficiências nas condições de trabalho, baixa remuneração, problemas na infraestrutura das escolas e existência de muitos professores com contratos de trabalho temporários são algumas das dificuldades enfrentadas pelos docentes da rede estadual de São Paulo, segundo quatro entidades de classe consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com os sindicados, essas questões têm relação direta com a ausência dos docentes, problema também considerado "grave e prejudicial à educação" pelas entidades.
O valor da hora-aula recebida pelo docente da rede estadual, em torno de R$ 9, é um motivo que justifica a ausência do professor. É o que afirma José Maria Cancelliero, presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP) - entidade que possui mais de 100 mil associados. "Se ele é do bairro de Santana (zona norte) e tiver de dar uma aula em São Miguel Paulista (zona leste), ele já gasta duas conduções. Muitas vezes não compensa, e como ele não tem concorrente, não será substituído por nenhum outro professor", afirma Cancelliero.
Segundo o CPP, enquanto o piso para 40 horas na rede municipal é de R$ 2,6 mil, nas escolas estaduais vai de R$ 1,8 mil (anos iniciais do fundamental) a R$ 2.088 (anos finais e ensino médio). Os valores variam de acordo com a formação do docente.
Com esses salários, não faltam exemplos de professores que chegam a dar aula em até três escolas, diz Neli Cordeiro, presidente do Apase, sindicato dos supervisores. "Eles peregrinam. Dar aulas em mais de uma escola torna a atividade ainda mais desgastante", diz Neli.
O déficit de professores também é alvo de críticas. "Não é que eles faltam, o problema é que faltam professores", afirma Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual. Segundo ela, existem alunos que nunca tiveram aulas de física, química ou biologia com educadores com formação devida nas respectivas áreas. "Quem dá aula são professores de disciplinas afins", afirma Maria Izabel.
No ano passado, Jennifer Santos, de 15 anos, então aluna do 1.º ano do ensino médio da escola estadual Roberto Mange, na zona sul da capital, não teve aulas de química. "A professora ficou de licença duas vezes, depois deixou de ir. Todos os dias que tínhamos aulas de química, saíamos mais cedo. No final, todo mundo passou, sem ter feito nenhuma prova", diz Jennifer.
Neste ano, a aluna enfrenta mais problemas. "Não tenho professora de português. Ela abandonou as aulas. Nem de sociologia", diz a jovem. O regime de contratação é outro agravante, dizem as entidades sindicais. No Estado, são quase 35 mil docentes temporários. Todos essas questões têm relação com a falta de atratividade da atual da profissão, afirma Francisco Antônio Poli, presidente do Udemo, o sindicato que representa os diretores de escolas. "A pergunta hoje é: quem quer ser professor? A resposta é: o idealista, ou aquele que não tem outra opção", diz Poli. Ele sugere uma maior participação dos pais na escola para amenizar os problemas das faltas dos professores.
Sobre a suposta superlotação de alunos nas aulas, a Secretaria Estadual de Educação informa que em mais de 60% das classes a média de alunos é inferior a 40 estudantes. À respeito do salário, a pasta explica que o valor repassado aos anos finais do fundamental, por exemplo, ultrapassa em 33% o piso nacional. O Idesp, índice que mede a qualidade da educação no Estado, caiu de 2,61 em 2011 para 2,59 no ano passado.

Falta de professor na rede estadual custa R$ 67 mi


A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo gasta aproximadamente R$ 67 milhões por mês para suprir as ausências dos professores da rede pública. O valor corresponde ao pagamento realizado na substituição do docente titular que se ausenta por professores eventuais ou temporários. O valor do gasto varia a cada mês.
Em 2012, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, cada um dos 230 mil professores estaduais faltou, em média, 27 dias - 21 por licença saúde e 6 dias pelas faltas abonadas a que têm direito. Não entrou na conta as três faltas possíveis de doação de sangue.
Se o valor já é representativo, o montante poderia ser superior, caso o controle de faltas fosse ainda mais eficiente, identificando uma quantidade maior de substituições. De acordo com fontes consultadas pela reportagem, o registro da presença em algumas ocasiões pode não traduzir a realidade. "O controle é de papel, ele não é tão verdadeiro. Houve casos em que um professor estava presente em três salas ao mesmo tempo", disse um ex-inspetor escolar que não quis se identificar.
O direito à falta abonada deveria ser melhor "trabalhado" na rede para evitar as ausências sem planejamento, diz Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP. "Pode ser que a solicitação para a falta abonada não seja concedida. A diretoria precisa autorizar", diz. Diante dessa situação, a ONG Educafro - dedicada à inclusão de jovens negros nas universidades - realiza um controle "paralelo" de presença dos professores em sala. Os cerca de 2 mil jovens atendidos relatam as eventuais ausências e repassam para a ONG consolidar os dados. "Começamos em 2003, depois fizemos um trabalho forte em 2004 e estamos retomando agora, em 2013", diz Frei David, presidente da Educafro. Segundo ele, o problema existe em todo o Estado. "Mas na periferia, no Jardim Ângela, na zona leste, além de bolsões das zonas norte e oeste, é ainda pior", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Opinião do professor é nula no debate sobre educação Há uma configuração desfavorável para que os docentes participem das discussões, diz autora de tese de mestrado da USP


O professor ensina a tabuada, história do Brasil, geopolítica, o mistério dos olhos de ressaca de Capitu, os catetos e o quadrado da hipotenusa. Comanda aulas em escolas distantes, pobres e improvisadas e, sobretudo, conhece de perto os alunos que o País quer educar. Mas, quando o assunto é a melhoria e os desafios da educação, sua opinião no debate público simplesmente desaparece - seja porque não foi procurado, não quer ou não pode falar (ou acha que não deve).
Enquanto técnicos, políticos, pesquisadores, governos e empresários têm voz ativa em discussões que vão do currículo à formação docente, quem está "na ponta", ou seja, na sala de aula, não aparece. Mas qual a explicação para essa ausência?
Na busca por uma resposta, a jornalista Fernanda Campagnucci encontrou várias durante pesquisa de mestrado que finaliza na USP. "Existe uma configuração desfavorável para que os professores participem do debate público sobre educação, e isso leva ao silêncio dos docentes", explica ela, que é editora do Observatório da Educação, boletim da ONG Ação Educativa.
Essa configuração citada por Fernanda se constrói com base em um processo em que se articulam fatores como o papel do professor na sociedade, representações que circulam no imaginário social, como o despreparo dos docentes, e também a existência de mecanismos administrativos e burocráticos que tolhem a liberdade de expressão.
Professor da rede estadual de São Paulo em Piracicaba, no interior, Fabio Laismann, de 42 anos, é contundente: "Quem se posiciona tem problemas", diz ele. "Mas ainda assim prefiro não ficar neutro." Laismann afirma que se posicionar na imprensa ou mesmo dentro das escolas não é uma cultura bem-vinda no ambiente. "Quando tem opinião, o professor perde espaço, sofre coação e fica visado."
Citando uma música do grupo O Rappa, ele lembra que esse silêncio faz muito mal à categoria. "Paz sem voz é medo, não adianta fugirmos dos problemas. O professor é quem está na sala, ele sabe o que funciona."
De acordo com o professor Francisco Carlos Telles Baldi, de 56 anos e 28 de sala de aula, há uma "interlocução falsa" nas escolas. "Parece que somos ouvidos nas reuniões, mas isso não vai para cima." Ele próprio acredita que a categoria tem a responsabilidade por não participar do debate. "Professores precisam ter a força de vontade para se envolver e também para se qualificar, porque até para isso há uma resistência."
Não há aspecto legal que proíba servidores de se manifestarem. É o que ressaltaram as secretarias de Educação do município e do Estado de São Paulo. A pasta estadual informou que "não compactua" com constrangimento e violação de direitos, entre eles o de livre expressão. "Todo servidor tem direito de se expressar", afirmou em nota.
Além de muitos professores duvidarem dessa garantia, permanece entre os profissionais da educação uma ideia de que realmente existe uma lei de mordaça. E não é por acaso: até 2009, no Estado, e 2010, na Prefeitura, um dispositivo do estatuto dos servidores tolhia o direito de expressão. As tais leis de mordaça foram revogadas, mas seu efeito ainda paira nas escolas.
Medo. A decisão pelo silêncio não é só na hora de criticar. Há alguns meses, o Estado procurou uma professora que havia confessado à reportagem que se sentia mais realizada ao dar aulas em escola pública na periferia do que em unidades particulares. No primeiro contato, empolgação sobre a oportunidade de falar sobre o assunto. Mas, em seguida, a frustração. "Conversei com os colegas e me disseram que não posso falar sem autorização, prefiro não prejudicar minha carreira", disse. E não houve argumento que a fez mudar de ideia.
O professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse acredita que haja um exagero. "Esse medo de punição talvez seja exagerado", diz ele, que contabiliza entre 100 e 200 entrevistas por ano. Alavarse ressalta outros fatores, como o receio de o professor ser exposto na mesma medida das notícias negativas sobre o ensino público. "Há também um tipo de medo pelo suposto controle político da imprensa, que a frase será deturpada, amalgamada. Mas é um risco que sempre vai existir, até na sala."
Para Fernanda Campagnucci. a voz do professor é essencial para a melhora da educação. "A sociedade tem muito a ganhar, mas ele tem de se dispor."