GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Honda CB1000R: nua e crua


Cada vez mais as motos superesportivas são projetadas, desenvolvidas e fabricadas para uma coisa: andar rápido nas pistas. Com assentos cada vez menos confortáveis e posições de pilotagem mais agressivas, as superesportivas não animam a pegar a estrada e rodar centenas de quilômetros. Mas ter a potência na casa dos três dígitos e uma ciclística ágil nas curvas agrada a muitos motociclistas. E se as esportivas fizessem apenas algumas concessões? Que tal um guidão mais largo e um motor com mais torque em baixas rotações? Pois é justamente essa a proposta da Honda CB 1000R, apresentada no último Salão Duas Rodas, em São Paulo.

Com motor baseado na CBR 1000RR, a nova naked da marca japonesa tem como objetivo agradar aos consumidores que buscam toda a emoção e as centenas de cavalos de potência de uma superesportiva, mas em um pacote mais amigável e confortável. E, no caso da CB 1000R, “embalado” em um desenho bastante moderno que, atualmente, norteia todos os modelos naked da Honda.
 

Bonita de olhar

Apresentada no Salão de Milão de 2007, a CB 1000R é um projeto da Honda Itália. Desenhada no centro de desenvolvimento na cidade de Atessa, a streetfighter – como são chamadas as nakeds de rua derivadas diretamente dos modelos de pista - tem em seu design agressivo um de seus pontos fortes. Aos brasileiros, um aviso: é a nova Honda Hornet 2012 que segue as linhas da CB 1000R e não o contrário.
O desenho é marcado pelo conjunto óptico trapezoidal, que traz o painel embutido e um grande canhão de luz na extremidade inferior, até terminar em uma rabeta bastante minimalista e curta. Hoje até mesmo a pequena CB 300R tenta “imitar” suas linhas.
A “exclusividade” do modelo de 1.000cc fica por conta da suspensão traseira monobraço, que deixa exposta a bela roda de liga leve com desenho de quatro pontas. O enorme motor de quatro cilindros em linha com o escapamento centralizado dá o toque final. Mostrando que a CB 1000R não é simplesmente uma Hornet anabolizada.
 

Motor amigável

As diferenças começam, é claro, no propulsor tetracilíndrico de 998,3 cm³ de capacidade, derivado do motor da CBR 1000RR 2007. Os engenheiros da Honda apostaram em um diâmetro menor e um curso maior dos cilindros (75 mm x 56.5mm comparado aos 76mm x 55,1mm da esportiva), o que reduziu a capacidade do motor em um centímetro cúbico e diminuiu a taxa de compressão de 12,3:1 para 11,2:1. Adotou também novos corpos de aceleração com 36 mm e dotou a CB 1000R com um sistema de exaustão 4 em 1 com uma válvula que regula a saída de gases em baixas rotações.
Mantendo o duplo comando de válvulas no cabeçote, refrigeração líquida e a alimentação por injeção eletrônica, o propulsor foi recalibrado para oferecer mais torque e potência em baixas e médias rotações. Vale dizer que, mesmo na versão esportiva, esse propulsor já tinha essas qualidades, agora imagine nessa naked! Torque suficiente para levantar a roda dianteira até mesmo em terceira marcha e potência à vontade para manter velocidades elevadas.
Os números confirmam a impressão de pilotagem na pista: são 125 cavalos a 10.000 rpm e 10,1 kgf.m a 7.750 rpm. Aquele tipo de motor que serve para todos os motociclistas, sejam eles mais comportados que curtem rodar em uma marcha alta com baixas rotações, ou aqueles que gostem de pilotar com os giros do motor lá em cima em marchas menores. Para isso contribui a relação bem curta do câmbio de seis marchas da CB 1000R.
 

Gostosa de pilotar

No melhor exemplo de design funcional, a rabeta minimalista e o escapamento centralizado da nova Honda CB 1000R não a deixam apenas bonita, mas também contribuem para uma de suas principais qualidades: a facilidade de pilotagem. Em função da boa concentração de massas no centro da moto, a CB 1000R é mais fácil de pilotar do que aparenta.
Quando o motor coloca essa naked em movimento, você até se esquece que está em uma moto de 1.000cc. Tamanha é sua agilidade para mudar de direção, mesmo com a geometria do quadro em alumino ter sido alterada em relação à superesportiva – o trail e ângulo de cáster são maiores e com isso também é maior a distância entre-eixos. Na prática isso resulta em uma moto ainda ágil, porém menos arisca que a 1000RR.
Entretanto, o que realmente muda toda essa equação “ciclística” é o guidão mais largo e alto, bem ao estilo conforto que o motociclista busca em uma naked. Basta um pequeno contra-esterço para a CB 1000R mude de direção. O incrível é que mesmo em altas velocidades, a naked mantém sua estabilidade. Os engenheiros da marca realmente acharam o ponto de equilíbrio entre um guidão largo, maiores ângulo de cáster e entre-eixos e uma tocada mais esportiva.
Nesse quesito estabilidade, vale destacar o conjunto de suspensões. Na dianteira, o garfo telescópico invertido com diversas regulagens é digno de motos esportivas, assim como é o amortecedor ancorado por links no belo monobraço traseiro. Mantém a trajetória da CB 1000R quando utilizada na pista e absorve as imperfeições do piso na estrada.
 

Pilotagem natural

Pudemos testar a novidade da Honda em uma pista primeiramente, confirmando sua vocação mais esportiva, e depois na estrada, verificando como a moto se sai no uso que a maioria de seus futuros proprietários dará a ela.
O banco mais largo e macio e o guidão alto fazem o motociclista se sentir “em casa” logo após alguns quilômetros sobre a CB 1000R. A posição de pilotagem ereta e as pedaleiras fixadas mais abaixo do que na CBR 1000RR proporcionam uma posição bastante natural e confortável.
Na cidade, e em velocidades até 80 km/h, a proteção aerodinâmica proveniente do conjunto óptico que abriga o belo painel digital é suficiente para desviar o vento. Mas em uma estrada a mais de 100 km/h sua eficácia é praticamente nula. Aí você acaba se lembrando que existem radares e limites de velocidade, afinal é bastante fácil atingir velocidades ilegais com esse motor de 125cv.
Dotada dos bons freios Combined ABS da Honda, a CB 1000R também transmite segurança caso você precise reduzir a velocidade. Na dianteira, há discos duplos de 310 mm e pinça de três pistões (na versão sem ABS são apenas dois), e na traseira há um disco simples de 256 mm e pinça dupla. Bastante eficazes, saíram-se bem tanto no uso mais extremo (na pista) e no uso comum (na estrada).
 

Mercado

Bastante elogiada no exterior, a Honda CB 1000R chega ao Brasil com uma das melhores “armas” para enfrentar a concorrência: preço competitivo em função de ser nacionalizada e montada em Manaus (AM). A versão standard (sem C-ABS) tem preço público sugerido de R$ 37.800 e a versão com ABS, R$ 40.800 – ambos sem frete, óleo e seguro. Valores altos, mas ainda interessantes se compararmos com sua única concorrente direta, a Kawasaki Z1000 cotada a R$ 45.035,00 e R$ 50,090,00 (com ABS).
Vale dizer que a Kawa tem motor de 138 cv e um desenho bastante agressivo. Como é característico da marca, seu comportamento também é mais arisco, o que pode agradar alguns e desagradar outros.
De qualquer forma, a bela CB 1000R é quase uma esportiva, porém nua e mais amigável. Ideal para quem gosta de esportividade, mas não abre mão de conforto e usabilidade.
 

 Ficha técnica: Honda CB 1000R C-ABS

Motor Quatro cilindros em linha, 998,3 cm³, 16 válvulas, DOHC, arrefecimento líquido, Potência máxima 125,1 cv a 10.000 rpm, Torque máximo 10,1 kgf.m a 7.750 rpm, Diâmetro x curso 75,0 x 56,5 mm, Alimentação Injeção Eletrônica de combustível, Taxa de compressão 11,2 : 1, Sistema de partida Elétrica, Capacidade do tanque 17 litros, Câmbio 6 velocidades, Transmissão final Corrente, Quadro Do tipo diamante em alumínio, Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido, com 120 mm de curso e 109 mm de diâmetro, com regulagens, Suspensão traseira Monoamortecida, 128 mm de curso e 10 regulagens na pré-carga da mola, Freio dianteiro Discos duplos flutuantes com 310 mm de diâmetro e pinça de 3 pistões, Freio traseiro Disco simples com 256 mm de diâmetro e pinça de duplo pistão, Dimensões (C x L x A) 2.105 x 805 x 1.095 mm, Pneu dianteiro 120/70 – ZR17 M/C (58W), Pneu traseiro 180/55 – ZR17 M/C (73W), Altura do assento 825 mm, Altura mínima do solo 130 mm, Entre-eixos 1.445 mm, Peso seco 204 kg (versão Standard) 208 kg (versão C-ABS), Cores Verde metálica e Preta, Preço sugerido R$ 37.800,00 (versão Standard) e R$ 40.800,00 (versão C-ABS) – base estado de São Paulo, sem frete, óleo e seguro.

Papo de politicos

Guilherme Araújo encontra com Edson Negão na manha e bate um papo muito agradável sobre politicas.

Eu sou 10....

O desespero é tanto que alguns politicos de Caraguatatuba tentam usar o nome do PRB como suporte... 
Mediante essa situação só posso acreditar que o PRB faz a diferença em Caraguatatuba.
PRB o partido da familia Brasileira

Esse grupinho só fala merda!!!

Quando não temos o que falar é melhor ficar calado.... 
Essa turminha do Ex-prefeito só fala merda...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pauta da 39ª Sessão Ordinária de 2011‏

ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO E VOTAÇÃO ÚNICA:
PROJETO DE LEI Nº 103/2011 – EXECUTIVO – Cria o Cargo de Agente de Saúde e dá outras providências.

PROJETO DE LEI Nº 106/2011 – EXECUTIVO – Autoriza o Poder Executivo a celebrar convênio e Termo Aditivos com o Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Social e dá outras providências.

PROJETO DE LEI Nº 73/2011 – VER AGOSTINHO LOBO DE OLIVEIRA – Dispõe sobre o atendimento preferencial de pessoas portadoras de diabetes nos locais que especifica e dá outras providências.

PROJETO DE LEI Nº 82/2011 – VER SILMARA SELMA MATTIAZZO – Cria no município de Caraguatatuba, programa pró-meninas, destinado a adolescentes do sexo feminino, com vivência de rua ou vitimas de exploração sexual.

PROJETO DE LEI Nº 100/11 – VER PEDRO IVO DE SOUSA TAU – Dispõe sobre a proibição da pintura de muros com propaganda eleitoral.

Ordem do Dia: Câmara discute Diabetes e Propaganda Eleitoral Pauta ainda tem propostas do Executivo


A Câmara Municipal de Caraguatatuba, sede do Poder Legislativo local realiza nesta terça-feira 22 de novembro, a partir das 19h30 a sua 39ª Sessão Ordinária semanal do ano e penúltima do mês de Novembro. Na pauta Saúde, Propaganda Eleitoral e Meninas de Rua.
Nas Ordem do Dia constam apenas 5 proposituras, sendo 2 do Executivo, respectivamente que criam o cargo de Agente de Saúde e que celebra convênio e Termo Aditivo com o governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Social. Segundo consta vários convênios foram repassados de outras secretarias para o desenvolvimento social e o município precisa fazer o mesmo.
O Vereador Agostinho Lobo de Oliveira, Lobinho (PSDB) apresenta projeto sobre o atendimento preferencial aos portadores de Diabetes em diversos locais como UBS (Unidade Básica de Saúde), Centro de Saúde e Casa de Saúde Stella Maris.
A Vereadora Professora Silmara Selma Mattiazzo (PSD) retorna com propositura que havia sido adiada, discutindo o Programa Pró-Meninas, destinado as adolescentes com vivência de rua ou vítimas de exploração sexual.
Finalizando o Vereador Pedro Ivo de Sousa Tau, Pedro Ivo (PSD) apresenta projeto que proíbe a pintura de muros com Propaganda Eleitoral.
Para assistir a Sessão Ordinária você pode comparecer ao plenário Benedito Zacarias Arouca, sede do Poder Legislativo ou assistir pela Internet em www.camaracaragua.sp.gov.br , bastando acessar a janela “Transmissões ao Vivo”.

Não estamos sozinhos...‏

Reunião da Frente SupraPartidaria 
hoje as 20:00hs

Mulheres Luis Fernando Veríssimo

Amigas, isso é pra nós, uma das melhores definições da mulher que ja li. O Veríssimo soube muito bem nos definir!!!!
Mulheres
Luis Fernando Veríssimo
"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?
E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto-sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.
O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento, que os faz dormir nessa hora."
Lindoooooooooooo!!!!!

Isso seria o certo

É muito importante que o Legislativo de Caraguatatuba se posicione a altura do que espera a sociedade em suas atividades. 

Mas não é isso que temos em Caraguatatuba.

Novidades....

Acabei de encontrar e beber um café com o advogado Chiquinho Conceição no Caraguá Praia Shopping e ele me confirmou que é pré-candidato a prefeito em 2012 por Caraguatatuba.

Chiquinho Conceição confirma a sua depois das previas em que o PT de Caraguá fez na semana passada. 

Após a vitoria do Prof. Rodolfo Chiquinho Conceição acredita que seu nome é um bom nome para as próximas eleições de Caraguatatuba.

Nextel inaugura loja no Caraguá Praia Shopping

Aconteceu o que muito queriam, será inaugurada no Caraguá Praia Shopping um loja MADRI TELECOM Autorizada da Nextel.

Novidades da Praia Mar em Caraguatatuba

  • Hoje a empresa Praia Mar apresentar mas 12 novos onibus aos municipes de Caraguatatuba. Com esses novos onibus a empresa acredita que venha suprir a necessidade dos usuarios de Caraguatatuba. 
    Muitas outras ações estarão ocorrendo até o fim ano.

É mas um comentario, os caras estão loucos....

Os assessores do vereador Pedro Ivo vem comentando que o Michelder presidente do PRB já teria acertado apoio ao pré-candidato Aguilar. 
Para essa historia ter um fim, eu gostaria de comunicar que tudo isso é um comentario sem um fundo de verdade. 
O PRB continua firme em Caraguatatuba e vem conquistando o espaço que é de direito no cenario politico.

O transbordo do copo de cólera

Quando era um jovem de 18 anos, estudante de ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), ainda nos tempos da Rua Maria Antônia, ele assistia às conferências de Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, José Arthur Giannotti, Otávio Ianni e Paul Singer, mentores que o convidaram a participar do prestigiado núcleo de estudos de O Capital. Aos 26, pupilo de Lucien Goldmann e laureado sociólogo pela Sorbonne, em Paris, foi estudar hebraico num kibutz e lecionar história na Universidade de Tel-Aviv, em Israel. Aos 30, com o Maio de 68 sacudindo a França, recebeu (e aceitou) um convite para lecionar na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Em 1970, ainda longe dos 40, descobriu-se persona non grata no Brasil do general Médici, tornou-se um judeu paulistano sem passaporte brasileiro e se estabeleceu definitivamente em Paris para estudar Marx, Lukács e Guevara.
Estudantes em confronto com a PM na USP - ANDRE LESSA/AE
ANDRE LESSA/AE
Estudantes em confronto com a PM na USP
Agora, rejuvenescido aos 73, o sociólogo Michael Löwy anda entusiasmado com a volta dos estudantes às ruas brandindo livros de Marx e Walter Benjamin. "Não pode haver um movimento que não se refira às lutas, às vítimas, aos mártires e aos pensadores do passado porque nós nunca partimos do zero", diz. Objeto de estudo em As Utopias de Michael Löwy: Reflexões sobre um Marxista Insubordinado, de Ivana Jinkings e João Alexandre Peschanski (Boitempo, 2007), organizador de Revoluções (da mesma editora) e atualmente pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) de Paris, nas últimas semanas Löwy acompanhou o noticiário da ocupação (e a posterior desocupação) da reitoria da USP. Interpretou como "faíscas" o clamor dos estudantes contra a presença policial e os berros por liberdade para se fumar maconha no câmpus. "O que se passa é muito maior que isso. Há uma indignação com a ordem das coisas no mundo. Um sentimento de cólera. E, diante dessa percepção de injustiça, os estudantes têm um papel essencial, começando movimentos de protesto. Não podemos subestimá-los." A seguir, a entrevista que Löwy concedeu ao Aliás, por telefone, de sua residência na capital francesa.
Estudantes ocupando praças em Nova York, Madri, ruas em Santiago, a reitoria na USP. Estamos diante de um arrastão de rebeldia ou são episódios isolados?
Não são episódios isolados. São parte de um processo internacional que lembra os anos 1960. Quando há um sentimento de injustiça e insatisfação na sociedade, os estudantes são os primeiros a se organizar e a protestar. Agora, na maioria dos casos, seja na Europa, no Chile ou nos Estados Unidos, não são apenas estudantes. É a juventude em geral. Os estudantes naturalmente têm um papel importante, mas é um movimento bem mais amplo, ao qual vão se agregando outros grupos - desempregados, trabalhadores, sindicalistas. Torna-se algo muito plural. O que há de comum é a indignação. Essa palavra está servindo como um sinal de identidade dos protestos. Há uma indignação muito grande que pode estourar por com um pretexto mínimo. No caso de São Paulo foi uma intervenção policial na USP. Mas poderia ter sido outra faísca.
Indignação com o quê? No caso da USP, pode-se ter a impressão de que é com a impossibilidade de fumar maconha no câmpus.
É muito maior que isso. Há uma indignação com a ordem das coisas no mundo. Um sentimento de cólera - e cólera com alta qualidade ética e política. O começo de qualquer movimento ou mudança social sempre se dá com um estado de espírito indignado, a começar na juventude. E fácil de entender o porquê de tanta indignação. Estamos numa situação em que a ordem social parece cada vez mais irracional, promovendo desigualdades gritantes, promovendo os excessos do mercado financeiro, a destruição do meio ambiente. As razões para a indignação são evidentes. Têm a ver com o sistema. Por mais que comece com uma história de maconha e confronto com a polícia, acaba se transformando em um protesto antissistêmico. Em última análise, o objeto de indignação é o poder exorbitante do capital mostrando a sua irracionalidade e desumanidade. Muitas vezes, isso é formulado explicitamente nesses termos. Outras, não. Mas a questão está subjacente em todos os protestos recentes. Nós, sociólogos, precisamos tentar entender por que isso não começou mais cedo. Porque as razões para a indignação já existiam. Pelo jeito, foi necessário uma acumulação de descontentamento e um sentimento de que não é mais possível tolerar tal situação. E de que é preciso se revoltar, sabendo ou não se se conseguirá impor alguma mudança. Há um imperativo categórico de revolta, no sentido kantiano. Há coisas que você precisa fazer, mesmo sem ter certeza de em que vai dar. E quanto maior a participação ativa dos jovens, dos estudantes e de outros setores, cria-se uma relação de forças que pode pelo menos impor limites ao sistema e, sobretudo, criar uma tomada de consciência. Isso talvez seja o mais importante: a tomada de consciência. O Ocupe Wall Street não conseguiu arranhar o capital financeiro, mas despertou consciência crítica em grandes setores. Eis um evento importante. Histórico até.
Ocupações, greves e passeatas ainda são formas eficazes de protesto?
São as formas clássicas de protesto, que reaparecem sempre. Mas também há formas novas surgindo. Por exemplo, a comunicação através dos meios eletrônicos, como o Facebook e o Twitter, que permitem uma mobilização muito rápida. E as mobilizações de agora têm um caráter festivo, lúdico, com música, dança, festa, o que é próprio da expressão da juventude. O Facebook e o Twitter têm lugar importante, mas não é o caso de mitificá-los. Eles não bastam. Para que alguma coisa aconteça, você tem que sair de sua casa, descer à rua, reunir-se com outras pessoas, ir lá, brigar, protestar, talvez enfrentar a polícia. Então, o Facebook é um suporte, não vai substituir a ação direta das pessoas.
A juventude tem voz além do Facebook? Ela se sente representada politicamente?
Pouco, porque a representação política está nas mãos de setores sociais mais acomodados e de "mais idade". Os jovens não se sentem representados. Há uma grande desconfiança em relação aos partidos e às instituições políticas existentes. Há certo rechaço a isso, muitas vezes com razão. Uma atitude cética diante da política institucional. Mas isso não quer dizer que haja desinteresse por eventos políticos. No meu tempo de aluno da FFLCH, nos anos 50, poucos estudantes achavam necessário ou sentiam vontade de se engajar em organizações políticas. Havia politização, mobilização em torno de determinadas causas, mas atividade política organizada era para uma minoria. Tenho a impressão de que atualmente a politização e a militância política são maiores do que nos anos 50, mas menores do que nos 60 e 70, durante a ditadura militar.
E podemos interpretar os protestos como um grito por participação política?
Analisemos o caso do Chile, que teve o movimento mais amplo até agora. Não é só um grito, é um protesto em cima de uma questão concreta: a privatização do ensino público desenvolvida no governo Pinochet, que não foi mudada pelos governos de centro-direita ou centro-esquerda que o sucederam. Trata-se de uma questão que concerne a todos os estudantes: o quase desaparecimento do ensino público gratuito, os preços exorbitantes da educação. E isso se coloca também no Brasil, na Inglaterra. Por toda a parte há essa tendência de transformar a educação em mercadoria, em indústria que deve dar lucro. E assim vai desaparecendo a educação pública gratuita, que era uma conquista de muitos anos de luta. O protesto dos estudantes chilenos começou criticando a privatização do ensino e depois tomou um caráter mais amplo, porque eles perceberam que os problemas na educação são parte de uma orientação geral de um sistema neoliberal. Notaram que esse modelo de educação é inseparável de questões maiores e, assim, o movimento ganha apoio de outros setores da sociedade.
A ideia de autonomia universitária está sendo colocada em xeque?
Autonomia universitária significa que o papel da universidade é transmitir conhecimento, cultura, ciência - e não mercadorias. Quando o papel do ensino se resume a permitir que estudantes adquiram um diploma, ou a prepará-los para encontrar um posto a serviço do management, do marketing, perde-se a qualidade humana, cultural e pedagógica da universidade. As universidades estão se tornando meras empresas voltadas para a produtividade, a racionalidade instrumental mercantil. E, obviamente, boa parte dos estudantes e professores resiste a isso, defende o estatuto da universidade como lugar de produção de cultura e conhecimento, com autonomia em relação ao mercado, à economia e às empresas.
No caso da USP, os estudantes se tornaram massa de manobra de partidos e sindicatos?
Não, pelo contrário. Há uma relação de desconfiança dos estudantes em relação aos sindicatos e sobretudo aos partidos. Uma parte do movimento sindical, geralmente a parte mais radical, se aproxima do movimento estudantil em busca de aliança. Mesmo que haja certo interesse dos jovens nessa aliança, ela não se dá com facilidade, porque os objetivos dos sindicatos são mais limitados. Os ritmos não são os mesmos, a cultura política não é a mesma. Então, há uma diferença que dificulta essa aliança. Mas, para os estudantes, é importante conseguir criar uma situação em que os sindicatos resolvam participar da mobilização. Isso tem acontecido no Chile, na Espanha, na Grécia, nos EUA. Longe de serem manipulados pelos sindicatos, esses movimentos de protesto têm grande autonomia. Eles buscam estabelecer a aliança, mas não no sentido de se tornarem apêndice dos sindicatos. Com os partidos políticos é mais complicado, porque a desconfiança é maior. Não há um único partido que controle ou manipule esses movimentos mundo afora.
Ao serem presos, estudantes da USP brandiam livros de Marx, Foucault e Walter Benjamin, imagens de Mao e Che Guevara. Essas referências continuam atuais?
É normal que cada vez que apareça um movimento de crítica antissistêmica as pessoas se refiram a personagens e pensadores que já exprimiram essa crítica. Então, Marx aparece como referência importante, porque ele foi o primeiro a elaborar uma crítica radical do sistema capitalista. Em muitos pontos, essa crítica é até mais atual hoje do que na época em que ele a escreveu. Fico feliz de saber que há estudantes que se referem ao pensamento desses autores. Benjamin tem uma reflexão profunda sobre o que é a modernidade capitalista, a ideologia do progresso. Ele dá elementos que Marx não dava. Guevara também é importante, sobretudo, como homem de ação e símbolo do compromisso ético com os ideais de libertação e emancipação. Tudo isso é necessário. Não pode haver um movimento, qualquer que seja, que não se refira às lutas, às vítimas, aos mártires e aos pensadores do passado, porque nós nunca partimos do zero. Mas, evidentemente, isso não basta. Precisamos também pensar com novos instrumentos teóricos para dar conta das questões que estão aparecendo neste começo do século 21. Por exemplo, a catástrofe ecológica que está se perfilando. Ela precisa de uma reflexão atual, utilizando elementos teóricos mais atualizados.
O sr. é um estudioso das revoluções dos séculos 19 e 20. Qual foi o papel dos jovens e estudantes nelas?
Depende, porque as revoluções são diferentes entre si. Em geral se pode dizer que a juventude sempre jogou um papel importante em qualquer movimento revolucionário. É uma constante. Movimentos revolucionários são levados por jovens, muitas vezes. Agora, se são estudantes ou não, isso depende da época, do país. Na Revolução Russa os estudantes não tiveram muito espaço. Na Revolução Cubana, sim. O Maio de 1968 em Paris foi um movimento totalmente estudantil. E um dos gatilhos foi a invasão da Sorbonne pela polícia. Na França, ainda hoje, a polícia entra raramente na universidade. Justamente porque se sabe que há o estatuto de autonomia das universidades e intervenções policiais provocam a reação dos estudantes. A polícia simboliza o autoritarismo do Estado contra a juventude, contra os estudantes. Esse choque com a polícia é frequente e, em certas circunstâncias, se transforma na faísca que mencionei antes, a que faz um protesto eclodir. Não podemos subestimar o papel dos estudantes nas revoluções.
Os da USP foram chamados de bichos grilos de grife, filhinhos de papai, rebeldes sem causa, maconheiros mimados... Como o sr. avalia esse tipo de tratamento?
Qualquer questionamento da ordem sempre é ridicularizado. Agora, sobre os estudantes serem meninos ricos... É uma mitificação, porque a maioria deles é de origem popular. Não são filhos de latifundiários, como eram os estudantes de antes da 2ª Guerra Mundial. Hoje em dia, a educação se tornou mais popular. Sobre a maconha: na minha opinião, não há razão para transformar o consumo de maconha em assunto de polícia. A maconha não é nem melhor nem pior do que o tabaco e a cerveja e tem um caráter bem diferente das drogas mais perigosas, como cocaína e crack. Então, essa reivindicação de descriminalizar o consumo da maconha me parece bastante razoável. Mas isso foi só um pretexto, porque em cima do tema se armou uma briga e, quando se manifestou o autoritarismo da polícia e do governo, aí assim o protesto cresceu. Muitos estudantes que aderiram à manifestação não o fizeram devido à questão da maconha e sim devido à repressão indiscriminada e arbitrária sobre alunos.
A sociedade brasileira clama por ordem?
Não é a sociedade em seu conjunto que se volta contra os estudantes com esse discurso de ordem e repressão. É a imprensa e os representantes da ordem e do governo. Eu me pergunto se parte da população não simpatiza com esses protestos da USP. Pelo menos foi o caso em outros países onde protestos dos jovens e estudantes se tornaram a expressão de um grande movimento popular. Não estou dizendo que isso vá acontecer já no Brasil, mas não há essa dicotomia entre jovens e estudantes de um lado e o restante da sociedade do outro. Essa separação é do interesse da classe dominante, dos governantes mais reacionários, como tentativa de mobilizar a população contra os estudantes.
O governador Geraldo Alckmin disse que os estudantes da USP precisavam de uma aula de democracia...
Nós sabemos que no Brasil não há nada mais democrático do que a Polícia Militar (risos). Ela tem uma tradição de várias dezenas de anos de democracia, não é? Democracia do cassetete - que não acho que deva ser a forma mais avançada de democracia. Não deve ser muito sério o argumento do sr. Alckmin. Uma intervenção policial brutal não tem nada de democrático.
Alguns autores contemporâneos, como o irlandês John Holloway, valorizam a articulação dos novos movimentos. Ao contrário do que dizia Marx, agora é possível mudar o mundo sem tomar o poder?
Holloway me deu o livro dele e pediu para que eu fizesse uma resenha, sabendo que eu iria criticá-lo. O livro Mudar o Mundo sem Tomar o Poder tem muitas ideias interessantes e toda a crítica que ele faz ao sistema me parece muito profunda. Mas acho que a proposta dele não faz sentido, porque qualquer ação social e política inevitavelmente implica uma forma de poder ou de contrapoder. O que se coloca é garantir que esse poder seja efetivamente democrático. O movimento, ele mesmo, tem formas de poder, de organização e de gestão democrática. Protesto, revolta e revolução, tudo isso não pode existir se não houver uma organização de uma forma de poder. Não podemos contornar a questão do poder, porque na política não existe vazio. A necessidade é que esse poder seja democrático. Essa é a resposta.
No livro Revoluções, o sr. destaca como os revolucionários muitas vezes são vencidos pela história. Os estudantes de hoje serão vencidos?
Não posso dizer. Mas podemos já constatar, nos países árabes concretamente, que esses movimentos de protestos da juventude não foram vencidos. Eles derrubaram duas ditaduras sinistras, na Tunísia e no Egito, com uma mobilização desarmada. Não estou dizendo que isso será uma regra, mas mostra que não há nenhuma fatalidade. As revoluções são sempre imprevisíveis, acontecem onde ninguém espera.
*SOCIÓLOGO E PESQUISADOR DO CENTRE NATIONAL DE LA RECHERCHE SCIENTIFIQUE (CNRS), DE PARIS

Empresas deixam de investir para fazer caixa Incertezas com a economia global e dívidas em dólar deixam empresas mais cautelosas

A disparada do dólar, que passou de R$ 1,56 no fim do segundo trimestre deste ano para R$ 1,85 no fechamento do terceiro trimestre, elevou as dívidas atreladas à moeda americana e derrubou o lucro das empresas com ações negociadas em bolsa. A mudança levou as companhias a adotar um conservadorismo financeiro que resultou em corte e adiamento de investimentos para reforçar o caixa.
A Suzano, maior fabricante integrada de papel e celulose da América do Sul, por exemplo, postergou do primeiro semestre de 2012 para o segundo semestre de 2014 a decisão de compra de equipamentos da nova unidade de produção de celulose do Piauí. Com isso, o início de operações, anteriormente previsto para 2014, passa a ser em 2016.
"A decisão foi tomada levando em consideração a inflação de preços das commodities metálicas (aço, alumínio, cimento etc) e apreciação do dólar ante o real", explica o presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto.
O executivo informou que a empresa manterá o ritmo de investimentos previstos para este ano, de R$ 3,5 bilhões, incluindo o projeto da nova fábrica de celulose no Maranhão, que deve entrar em operação no fim de 2013.
A escalada do dólar no terceiro trimestre elevou o endividamento da Suzano, que teve prejuízo líquido de R$ 425,564 milhões no período. "Com R$ 3 bilhões em caixa e um horizonte de liquidez de 28 meses, a Suzano não enfrenta problemas de alavancagem no curto prazo", diz Maciel.
Boa parte da dívida em dólar, referente à emissão que a empresa fez no ano passado de US$ 650 milhões, será paga em 2017. Para resolver a alavancagem no médio e longo prazos, segundo o executivo, estão em andamento a venda da participação de 17% da Suzano na Usina Hidrelétrica Amador Aguiar, localizada na bacia do Rio Araguari, entre os municípios de Uberlândia e Araguari(MG), e a venda de algumas terras não utilizadas no Estado de São Paulo. A empresa também estuda a venda de ativos na área de papel e participações em novos projetos de celulose.
A Fibria, fabricante de celulose, anunciou redução de investimentos em R$ 201 milhões este ano e planeja um corte adicional para 2012. A empresa ressalta que busca aumentar a liquidez de ativos não estratégicos.
"O caixa agora é o rei", diz o diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) José Ricardo Roriz Coelho. "Com a crise, houve um redirecionamento dos recursos. O dinheiro que era destinado ao investimento passou a ser usado pelas empresas como reserva de caixa, porque ninguém sabe o tamanho dessa crise nem quanto tempo ela vai durar."
A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, é outra que suspendeu temporariamente a expansão que estava em andamento da fábrica em João Monlevade em Minas Gerais, onde são produzidos aços longos para a indústria automobilística e para a construção civil.
Também adiou um projeto, que ainda não tinha saído do papel, de uma nova linha de aços planos galvanizados da ArcelorMittal Vega, em Santa Catarina. A empresa atribui a mudança de planos à demanda por aço nacional menor do que o previsto e à desaceleração da economia internacional.
"A crise internacional afasta investimentos de aumento de capacidade, principalmente para exportação", afirma Roriz Coelho, da Fiesp. Ele observa que não tem sentido investir em aumento de capacidade de produção para um mercado doméstico que será ainda mais disputado pelas companhias estrangeiras.
Petroquímica. Na indústria química, ainda não há informações consolidadas e atualizadas sobre os investimentos, depois da mudança do cenário internacional. O último dado disponível da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), de setembro de 2010, indicava que seriam investidos US$ 26 bilhões até 2015. Fernando Figueiredo, presidente executivo da entidade, informa que novo levantamento já está sendo feito para atualizar os investimentos previstos para o setor.
Apesar de não dispor de dados atualizados, ele enfatiza que os projetos são de longo prazo, isto é, com maturação prevista entre três e cinco anos. Por isso, Figueiredo não acredita em alterações bruscas nos planos.
No entanto, a direção da Braskem, produtora de resinas plásticas, admitiu, na divulgação do balanço do terceiro trimestre, que daqui para frente será cautelosa, administrando o ritmo de investimentos e a capacidade de retorno dos projetos. É uma indicação de que a crise pode afetar projetos de longo prazo da petroquímica.
Serviços. Também as empresas prestadoras de serviços já consideram que a demanda pode enfraquecer. A TAM, por exemplo, revisou seu plano de frota para 2012. A empresa encerrará o próximo ano com 159 aeronaves, e não mais com as 163 previstas no plano anterior.
A companhia receberá 13 novos aviões da família Airbus A320 e devolverá 13 hoje em operação. A empresa não vai renovar quatro contratos de leasing de aeronaves, modificando o plano original de receber 13 equipamentos novos e devolver nove.
"O ajuste é necessário para assegurar a rentabilidade do negócio, num contexto de maior racionalidade do mercado", diz Líbano Barroso, presidente da TAM. O prejuízo foi de R$ 620 milhões no terceiro trimestre.