RIO - O sargento Márcio Alves chegou, na tarde desta segunda-feira, à Escola Tasso da Silveira, em Realengo, onde doze crianças foram mortas por um atirador. É a primeira vez que ele volta desde a quinta-feira da semana passada, dia da tragédia.
Ele foi à convite do deputado federal Mendonça Prado (DEM-SE), presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. O sargento Alves disse que os integrantes da comissão queriam saber detalhes do que aconteceu na escola e como podem ajudar na melhoria da segurança escolar.
É uma situação muito atípica. Mesmo um policial na porta da escola não iria inibí-lo de entrar e fazer o que fez
- É uma situação muito atípica. Mesmo um policial na porta da escola não iria inibí-lo de entrar e fazer o que fez - afirmou o policial.
Bastante emcionado, o sargento disse que, ao entrar no colégio, veio em sua memória os momentos trágicos daquele dia:
- Nem o tempo vai apagar. Vai tudo estar sempre na minha memória. Quando entrei lembrei todo o caminho que eu fiz. Foi como se tudo voltasse na minha cabeça - disse o policial, que revelou nunca ter tido coragem de subir até o andar onde as crianças foram mortas.
Na manhã desta segunda-feira, voluntários que estudaram na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, pintaram o muro da casa onde morou a família de Wellington Menezes de Oliveira, na Rua do Cacau, no mesmo bairro. Cartolinas foram coladas para fechar os buracos feitos no portão de alumínio com pedradas, na madrugada de domingo. O muro também foi pichado por vândalos na madrugada de sábado, quando foram escritas as palavras "covarde" e "assassino" diversas vezes.
Já Comlurb realiza nesta segunda-feira a limpeza da Escola Municipal Tasso da Silveira. O trabalho deve durar até às 14h. Somente depois pais e alunos poderão entrar para pegar materiais que ficaram na escola. Na porta da unidade, um bilhete convoca os responsáveis pelos alunos a participarem de uma reunião às 10h de quinta-feira.