Integrante da Aldeia Ribeirão Silveira, de Bertioga, está matriculado no curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos
O indígena, Vilmar Evaristo da Silva, de 21 anos, integrante da Aldeia Ribeirão Silveira, em Bertioga, passará os próximos 04 anos no Campus da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), no Interior de São Paulo. Ele foi o único índio, de todo o Litoral paulista, a passar no vestibular. Ele está matriculado no curso de Imagem e Som, da instituição de ensino, e inicia suas aulas no próximo dia 28.
Indígenas que passam no vestibular da UFScar ficam no alojamento da própria Universidade, que tem convênio com a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), e lá recebem todo o apoio com comida e estrutura, no que diz respeito a educação.
De acordo com o técnico indigenista e coordenador local da FUNAI, Márcio José Alvim do Nascimento, normalmente esses índios saem dos cursos, formados e capacitados para o mercado de trabalho, porém com propostas voltadas para serviços com a própria comunidade indígena. “Este é um passo muito importante na autodeterminação dos povos indígenas, pois se tornam sujeitos de todas as ações e profissões, conciliando todos os aspectos culturais, proporcionando aos índios, que tenham acesso às políticas públicas, em diversas áreas”, comenta.
Vilmar da Silva estudou, da pré-escola, até o ensino médio, na própria instituição de ensino, estruturada na aldeia indígena, onde se preparou e conquistou mais um degrau na área da educação, passando no vestibular de uma Universidade Federal.
Administração na Aldeia
Desde o ano de 2009, esta administração vem acompanhando trabalhos na Aldeia Ribeirão Silveira e propondo melhorias, em prol do povo indígena.
Programas sociais de apoio aos índios foram retomados pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Humano, além da atuação do Fundo Social de Solidariedade com um recadastramento da comunidade para que recebam cestas básicas de alimentos e ainda matéria-prima para retomar os trabalhos na padaria existente no interior da aldeia e que foi construída pelos próprios índios em um convênio com o Ministério do Meio Ambiente.
Ainda com relação ao Meio Ambiente, a Prefeitura de São Sebastião construiu um novo viveiro na Aldeia Indígena. A ação foi coordenada pela Regional de Juquehy, divisão ligada à Secretaria das Administrações Regionais (Seadre), em atendimento a solicitação dos índios.
O local tem 140 metros quadrados e já possui 5 mil mudas de pau-brasil, além de mil unidades de palmito juçara e duas mil de açaí.