GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sarney caminha para nova gestão à frente do Senado sem fazer reformas

Legislativo. Presidente do Congresso resiste ao escândalo dos atos secretos e seguirá no comando da Casa, apesar de não ter cumprido promessas como redução no número de diretores e de cargos comissionados; mudanças propostas por FGV estão paradas

Prestes a assumir a presidência do Senado pela quarta vez, José Sarney (PMDB-AP) encerra hoje sua atual gestão sem aprovar a prometida reforma administrativa na Casa. O Senado mantém velhos vícios, estrutura inchada, falta de controle de funcionários fantasmas, excesso de mão de obra terceirizada e de cargos de diretores, além de apadrinhados do senador e de colegas espalhados em gabinetes e secretarias.
Em 2009, no auge do escândalo dos atos secretos revelados pelo Estado, Sarney prometeu aprovar uma reforma interna e entregar uma Casa "modernizada". "O Senado está cumprindo o que prometeu à nossa sociedade", afirmou, em plenário, no dia 29 de outubro daquele ano.
Era uma resposta à avalanche de irregularidades reveladas na época, crise que levou a dez pedidos de processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador. Sarney salvou-se com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A turbulência passou e as mudanças administrativas andam a passos lentos. Por outro lado, os senadores ganharão um novo plenário após uma reforma - ainda não concluída - de R$ 5 milhões.
Anunciada com pompa, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi contratada para propor mudanças estruturais no Senado. Recebeu, em um primeiro contrato em 2009, R$ 250 mil. Uma recontratação pelo mesmo valor foi anunciada no ano passado.
Mas o projeto da entidade, que prevê corte nas chefias, entre outras medidas, não agradou a servidores e senadores. Foi alterado e está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Em compensação, os funcionários que, em sua maioria, sempre apoiaram Sarney, ganharam novo plano de carreira em 2010. Perderam gratificações, mas tiveram salários aumentados em 25%, na média. A remuneração de um servidor pode chegar a R$ 24 mil. Na prática, ninguém perdeu dinheiro. O impacto desse reajuste deve ser de R$ 468 milhões na folha de pagamento de 2011, orçada em R$ 2,8 bilhões.
Diretores. A promessa de reduzir o número de diretorias a sete não saiu do papel. Segundo o site do Senado, há pelo menos 44 servidores na função de "diretor", sendo sete para a área de Comunicação Social, um para Expediente, outro para Serviços Gerais e um para Informação e Documentação, entre outros.
O quadro total de funcionários - efetivos, comissionados e terceirizados - segue em cerca de 10 mil. Um terço continua sendo de confiança, nicho que nenhum senador aceita abrir mão.
Com isso, também marcaram a gestão Sarney denúncias de servidores fantasmas e fragilidade no controle das horas extras. Surgiu então a promessa - ainda não cumprida - de um mecanismo de acompanhamento biométrico de frequência.
Antes, a Casa instalou um controle eletrônico. Não deu certo. Senadores dispensaram funcionários de prestarem contas de frequência. Cerca de 500 estão, oficialmente, livres da obrigação, segundo o site do Senado.
A pressão dos funcionários terceirizados também foi bem-sucedida. O Senado comemora redução de gastos na área, mas mantém cerca de 3 mil empregados desse tipo. São, por exemplo, 462 "auxiliares de execução" e 300 "vigilantes".
Esse contingente foi um dos alvos da campanha eleitoral do ex-diretor-geral da Casa e hoje deputado distrital Agaciel Maia. Apontado como mentor dos atos secretos e apadrinhado de Sarney, Agaciel escapou da demissão e recebeu suspensão temporária. Uma eventual demissão depende de decisão judicial em processo que ele responde por improbidade administrativa.

Dilma diz que buscará estabelecer 'estreito vínculo' com a Argentina

BUENOS AIRES - A presidente da República, Dilma Rousseff, considerou "estratégica" a relação com a Argentina e disse que buscará estabelecer um vínculo "extremamente estreito" com sua colega Cristina Kirchner, com quem se reunirá nesta segunda-feira, 31, em Buenos Aires, em sua primeira viagem ao exterior como governante.
Wilton Junior/AE

"O governo brasileiro assume, mais uma vez, o compromisso com a Argentina de uma política conjunta na estratégia de desenvolvimento da região", afirmou Dilma.
Em entrevista publicada neste domingo, 30, pelos jornais argentinos Clarín, La Nación e Página/12, Dilma declarou que um encontro entre duas presidentes sul-americanas "é um fato para comemorar".
"Os dois maiores países do Cone Sul estão dando uma demonstração de que suas sociedades evoluíram no sentido de superar o tradicional preconceito que existia contra a mulher", avaliou.
Ao explicar sua intenção de manter uma estreita relação com o principal parceiro comercial do Brasil, a presidente brasileira sustentou que os dois países têm "responsabilidades" no objetivo de construir "uma maior presença da América Latina no cenário internacional".
"Brasil e Argentina podem fazer e farão isso de maneira mais eficaz, à medida que nossas economias se articulem mais estreitamente, que se desenvolvam e achem laços nos quais os dois povos ganhem com essa proximidade em matéria de desenvolvimento econômico, tecnológico e qualidade de vida", indicou.

Cartas

GOVERNO DILMA
Restos de Lula
A presidente Dilma Rousseff está às voltas com muitos pepinos deixados por Lula, aí incluídos as obras prometidas e não executadas, os imensos "restos a pagar", os ministros que ele fez sua pupila manter, dentre eles o incompetente ministro da Educação, a imensa dívida, cujos juros custam bilhões por ano, e ainda o enxugamento dos gastos que terá de fazer para poder cumprir metas de crescimento. Também o combate à inflação, que obrigou o Copom a aumentar os juros já em janeiro, dos maiores do mundo (os terceiros). Enfim, Dilma vai ter de descascar muitos abacaxis a ela legados por aquele que se considera o melhor presidente de todos os tempos, a maior das lorotas contadas pelo reizinho fanfarrão. Mas, como a corda sempre rebenta do lado mais fraco, nós, contribuintes, novamente vamos pagar por tudo isso.
CARLOS E. BARROS RODRIGUES
cebr2403@gmail.com
São Paulo
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Cordão umbilical
Acho que Dilma tem de trabalhar com as pessoas que quiser. Está certo que ela se sinta grata ao ex-presidente, que a apoiou, mas esse agradecimento tem limite. Impor no Ministério dela incompetentes como o ministro da Educação já é demais. Está na hora de ela começar a pensar em arrumar a casa ao seu gosto. Esse cordão umbilical tem de ser cortado.
PANAYOTIS POULIS
ppoulis@ig.com.br
Rio de Janeiro
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Superávit
Se a presidente Dilma for sábia, economizará não R$ 60 bilhões, mas R$ 80 bilhões ou R$ 90 bilhões. Se a necessidade cria a ocasião, a oportunidade cria a ousadia. As consequências de seus atos serão o respeito e a retaguarda inibida dos politiqueiros que só pensam em dinheiro para manter os seus currais atolados de projetos não prioritários por este Brasil afora.
CARLOS LEONEL IMENES
climenes@ig.com.br
São Paulo
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Selic x inflação
Sabemos que se aumenta a taxa Selic para controlar a inflação. Porém, aumentando a Selic, os juros para o consumidor sobem astronomicamente. Qual decisão seria a melhor: controlar a inflação ou controlar os juros?
ALBERTO NUNES
albertonunes77@hotmail.com
Itapevi

POLÍTICOS
Metas
São inúmeras as metas dos nossos governos, mas poucas cumpridas. Que tal uma meta contra a imoralidade, a corrupção e os escândalos de desvios de dinheiro público? Se essa for atingida, com certeza todas as outras serão facilmente cumpridas. É preciso banir os inescrupulosos do poder, pois só assim o Brasil será uma nação de Primeiro Mundo.
ADEMAR MONTEIRO DE MORAES
ammoraes57@hotmail.com
São Paulo
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Novos campeões
No campeonato nacional da grande corrupção, o PT já está ultrapassando o PMDB. E com enorme ajuda do juiz, a CGU. Assim fica fácil...
FABIO FIGUEIREDO
fafig3@terra.com.br
São Paulo
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Interesse nacional
Interessante! O ex-candidato republicano derrotado nas últimas eleições presidenciais nos EUA vem ao Brasil vender aviões, atendendo a interesses de seu país. Portanto, acima de qualquer paixão partidária. Não é o que acontece com alguns de nossos políticos: quando na oposição ou derrotados em eleições, simplesmente passam ao ataque gratuito, esquecendo que o Brasil está acima de partidos ou ideologias.
JOSÉ GERALDO SANTANA
acquaartegiana@yahoo.com.br
São Paulo
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PESQUISA CIENTÍFICA
Burocracia
Sou completamente solidária ao dr. Stevens Rehen, da UFRJ. É realmente frustrante a burocracia que impede o desenvolvimento da ciência no País. Desde 16 de outubro de 2010 aguardo a liberação de um fragmento de DNA de cana-de-açúcar que foi sintetizado nos EUA por falta de uma empresa que faça esse trabalho no Brasil. A documentação solicitada no processo já foi analisada e liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e aguarda outra liberação no Ministério da Agricultura desde novembro. Quando esse DNA chegar ao laboratório, não será surpresa se estiver degradado e sem possibilidade de uso. Precisamos de agilidade, pessoal qualificado para avaliar a documentação e o fim da burocracia, para o avanço da pesquisa no Brasil.
HELAINE CARRER, Esalq-USP, Departamento de Ciências Biológicas
hecarrer@esalq.usp.br
Piracicaba
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INPI X ANVISA
Patentes de medicamentos
A queda de braço entre o Inpi e a Anvisa, resolvida favoravelmente ao primeiro pela AGU, efetivamente pode representar uma flexibilização no deferimento de patentes de novos medicamentos e o afrouxamento da fiscalização das atividades dos laboratórios. A responsável, porém, é a própria Anvisa, que nos últimos tempos se inclinou a abusar do poder, usurpar funções próprias do Congresso Nacional e desprezar a opinião da sociedade, a exemplo da venda de antibióticos somente mediante receituário controlado e uma via retida e, ainda, da proibição da comercialização de cosméticos naturais. Agora, ao colegiado que a preside com vocação autoritária só resta obedecer.
AMADEU R. GARRIDO DE PAULA
amadeugarridoadv@uol.com.br
São Paulo
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SÃO SEBASTIÃO
Reflexos no turismo
Fiquei muito feliz com a reportagem deste domingo (23/1) a respeito das irregularidades em São Sebastião com relação à ocupação do solo (C1 e C3). Achei ótimo o Estado denunciar essas ameaças ao paraíso que é a região. Já nós, simples turistas, só sentimos a presença ameaçadora da prefeitura contra as nossas barracas - que, segundo as autoridades, não podem ficar nas praias sem a presença constante dos proprietários. Para tanto passam funcionários ou prepostos da prefeitura ameaçando e até mesmo tirando as barracas. Provavelmente é por isso que as autoridades não têm tempo nem pessoal para fiscalizar as construções em áreas irregulares.
WALDYR SANCHEZ
waldyrsanchez@terra.com.br
São Paulo
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"Será que agora vai?"
CÍCERO SONSIM / NOVA LONDRINA (PR), SOBRE A INTERVENÇÃO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF NO "MINHA CASA, MINHA VIDA"
c-sonsim@bol.com.br
"Quem a eleição rejeita, o governo ajeita..."
CARLOS JOSE BENATTI / SÃO PAULO, SOBRE OS REPROVADOS PELO POVO NAS URNAS E ACOLHIDOS NOS MINISTÉRIOS
cjbenatti@globo.com
"Afinal, para que serve esse Ministério da Pesca? Será que finalmente o governo vai ensinar o povo a pescar?"
ELAINE NAVARRO / SÃO PAULO, IDEM
elainenavarro.pa@hotmail.com
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TEMA DO DIA
São Paulo, 457: uma cidade, vários mundos
Quais são as qualidades e deficiências, os pontos fortes e fracos da metrópole de tantas facetas?
"Aprendi a gostar de São Paulo. Apesar do trânsito, da violência e de outras coisas mais, a cidade tem muita coisa boa."
SAULO MUNDIM LENZA
"São Paulo pode ser maravilhosa ou abominável. Depende da comparação que fazemos com outras cidades."
CELSO ANTÔNIO
"Imagine se a população não escolhesse políticos tão desonestos, como seria melhor?"
GILMAR DANTAS
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Cartas enviadas ao fórum dos leitores, selecionadas para o estadão.com.br
CREATIVE COMMONS
A ministra da Cultura agiu corretamente ao retirar qualquer associação entre o MinC e o Creative Commons, uma entidade patrocinada pelos interesses das gigantescas empresas que comandam a internet. Os criadores são os primeiros prejudicados e, como consequência, os cidadãos, pela atuação dessa entidade, que, sob uma falsa bandeira da "defesa" em prol do que denominam "cultura livre", acaba por tentar patrocinar "mudanças" escandalosas no direito autoral, aniquilando os profissionais que produzem cultura.
Antonio Adolfo Maurity Saboia, músico antonioadolfomusic@gmail.com
Rio de Janeiro
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ONDE ESTÃO OS ARTISTAS DO RIO?
Gostaria de saber por que as classes artística e intelectual cariocas não mexeram uma palha para ajudar os flagelados da catástrofe na Região Serrana daquele Estado, já que, quando da celeuma sobre os royalties do petróleo, que beneficiam somente uma elite de burocratas fluminenses, fizeram até comício em Copacabana!
Em países civilizados e desenvolvidos culturalmente, quando acontecem situações dramáticas como essas vividas pelos afetados no Rio, é comum ver atores, cantores e artistas em geral se envolverem pessoalmente na arrecadação de fundos financeiros a favor das vítimas. Mas por aqui só interessa mesmo qual será a fantasia para desfilar no Sambódromo.
Sandro Ferreira sandroferreira94@hotmail.com
Ponta Grossa (PR)
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DÚVIDA...
Demolições em áreas de risco já começaram. Vão implodir Brasília?
Angelo Antonio Maglio www.rancholarimoveis.com.br
Cotia
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A TRAGÉDIA SÃO ELES
De novo, o Rio de Janeiro. Povo sofrido, vítima de seus políticos. O dinheiro que vai para o Rio de Janeiro nunca é suficiente! Royalties de petróleo, verbas federais, ajuda, doações... E não muda nunca. Morrem centenas de pessoas. O governador, de novo, estava em férias. Parece que, para ele, isso é surpresa. Todo ano é surpresa.
O prefeito da capital fluminense diz que dá chineladas em paulistas. Em seguida pede ajuda, pede doações. Nós vamos ajudar, sim. Não vocês. Mas as vítimas de vocês.
Porém, não vemos perspectiva de melhora.
Pobre Rio.
Ubiratan Zaccaro Conesa uzconesa@globo.com
São Paulo
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ATITUDE SENSATA
O povo brasileiro, em sua totalidade, espera que nossa presidente tome uma atitude sensata, em se tratando de socorro às vítimas de todas as tragédias que aconteceram e outras que estão acontecendo neste exato momento, em Minas Gerais, Santa Catarina e na tristeza nacional das regiões serranas do Rio De Janeiro. Decisões administrativas e políticas terão de ser tomadas sem constrangimento em mexer com egos e planos mirabolantes dos governantes de plantão: dar um basta agora mesmo, sem pensar duas vezes, em dar seguimento às aventuras de Copa e Olimpíada. Será, sem dúvida, uma decisão nobre e de elevada estatura moral, para com todos os sofredores das catástrofes recentes. O povo brasileiro agradece.
Aloísio Arruda De Lucca aloisiodelucca@yahoo.com.br
Limeira
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E FOI REELEITO!
É, sr. Cabral, então a Estação Meteorológica de Petrópolis foi desativada pela "bu(r)rocracia" ou questão de incompetência mesmo? A estação começou a ser instalada em 2006, ficou totalmente pronta em 2009/10 e, pelo que se sabe, não chegou a funcionar, pasmem, "por falta de verba" - o custo para funcionar era de R$ 900 mil por ano (R$ 75 mil mês) -, além da falta de definição de quem haveria de arcar com a despesa, o desgoverno federal ou o estadual. A "indefinição" custou a vida de muita gente (deve passar de mil óbitos), mas apenas para tornar mais grave o absurdo da ingerência dos poderes públicos, em 2010 a arrecadação de tributos federais cresceu 9,85%. Pouco, não? Mas a dívida deixada para a atual presidente foi superior ao dobro da dívida deixada pelo seu antecessor FHC, é preciso informar à exaustão, para que todos saibam. O governador reeleito do Rio era e é "carne e osso" (ou vice-versa) com o último ex-mandatário do País, que é bom que fique longe da mídia, cansou! Enfim, com a catástrofe a Estação Meteorológica de Petrópolis vai funcionar, ao custo de R$ 1,5 milhão anual, um "pequeno" reajuste, semelhante ao reajuste do salário dos parlamentares. Foi a inflação ou o ar que aumentou o preço? Será que foi por isso que o governador reeleito disse que o Instituto Nacional de Meteorologia foi inútil? Há dúvidas de quem foi inútil... É melhor "chorar", sr. Cabral!!!
Luiz Dias lfd.silva@uol.com.br
São Paulo
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SONHOS ENTERRADOS
Já é notório que todas as tragédias poderiam ter sido evitadas ou mitigadas se os Poderes Executivos municipais e estaduais estivessem fazendo a sua parte; não incentivando com iluminação, ruas asfaltadas, coleta de lixo, construções irregulares, etc., em áreas sabidamente de risco. Assim, eu pergunto: o que os Ministérios Públicos estadual e federal vão fazer a respeito? É muito simples, responsabilizar legalmente pelas perdas de vida todos os prefeitos e governadores, dos últimos dez anos, que não fizeram os seus deveres constitucionais básicos. Não acredito que o Ministério Público possa e deva se furtar à defesa difusa dos nossos direitos, por simples respeito às vítimas e aos impostos que pagamos.
As ações preventivas são infinitamente mais baratas do que as corretivas, após a instalação das comunidades, que precisam de lugar para morar e sonhar. Nas contas do governo não entram o número de órfãs que estamos gerando e os sonhos que estão sendo também enterrados.
O que temos, acima de tudo, é o efeito da irresponsabilidade do voto pelo voto do ano eleitoral. Sinto vergonha dos governadores e prefeitos das áreas afetadas, não tiveram carinho e respeito pelos munícipes e eleitores.
Márcio Marcelo Pascholati márcio.pascholati@gmail.com
São Paulo
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NO LITORAL PAULISTA
Há inúmeras obras ilegais no litoral paulista, num esquema de corrupção e propinas que faz com que não haja fiscalização por parte das prefeituras. Pergunto: o Ministério Público vai se omitir e não fará nada a respeito? Imóveis são construídos de forma ilegal e irregular no litoral e fica tudo por isso mesmo? Se há corrupção nas prefeituras e no sistema de fiscalização, então cabe ao Ministério Público tomar as medidas e providências necessárias tanto para a punição dos responsáveis como para a destruição dos imóveis irregulares.
Renato Khair renatokhair@uol.com.br
São Paulo
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ENCHENTE EM SÃO PAULO
Domingo, às 21 horas, as marginais mais uma vez pararam com pontos de alagamento. E eu, que normalmente gasto uma hora para sair da Castelo Branco e ir até Guarulhos levar minha namorada até sua casa, fui obrigado a amargar seis horas de pura indignação dentro de um congestionamento monstro.
Chuvas como a de domingo todo ano tem e estamos cansados de saber disso, mas o problema dos alagamentos, e em particular o deste domingo, que me deixou parado no meio da Marginal do Tietê com o carro desligado, é de solução absolutamente viável, se houvesse respeito pelo cidadão, e seria resolvido até com facilidade.
A ponte da Vila Maria estava intransitável, não porque o rio transbordou, mas sim porque ela tem um rebaixamento de pista para que haja altura de passagem de caminhões; se houvesse um simples sistema de escoamento que não entupisse e tivesse manutenção, ou de bombeamento que não quebrasse, o problema estaria resolvido, pois o rio não transbordou, não, foi pura falta de interesse dos nossos administradores. Aliás , vi apenas duas ou três viaturas da CET em todo o trajeto que fiz e nenhuma polícia para nos garantir segurança parados nas marginais; se a CET tivesse uma bombinha portátil ou baldes e boa vontade, dava até para tirar a água empoçada debaixo das pontes, eu mesmo iria ajudar, pois ficar parado é pior! Bem, soube que, sim, havia a CET nas ruas, mas ela estava multando os motoristas que pegavam a contramão nas marginais para fugir do congestionamento.
Assim, eu tenho uma proposta que acredito ser a mais eficaz: transferir as eleições municipais e estaduais para depois das chuvas.
Mauricio Merzvinskas seurb.dop8@barueri.sp.gov.br
Barueri
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DESLIZAMENTOS E SOLUÇÕES
Como se fosse um jogo, o time Deslizamento ganha de goleada das nossas possibilidades de solucioná-los. Como na Copa do Mundo, os outros países também enfrentam os mesmos problemas. Os quais passamos a descrever.
Voltando um pouco na história dos deslizamentos ocorridos, encontramos coisas espetaculares. Houve numerosos escorregamentos já constatados, tais como o do Rio Reno, obrigando-o a cortar uma garganta com aproximadamente 600 metros de altura e 14 quilômetros de comprimento, com cerca de 15 milhões de metros cúbicos de terra.
Mesmo após o aparecimento do homem, os movimentos de terra constituem um dos mais impressionantes e espetaculares fenômenos da natureza. Por exemplo, em 1911, ocorreu em Pamir, na Ásia, um escorregamento com cerca de 3 milhões de metros cúbicos que se precipitou encosta abaixo, formando uma barragem com mais de 700 metros de altura, maior do que as já feitas pelo homem até hoje.
Esses escorregamentos ultrapassam a escala humana. Depois de iniciados, são impossíveis de conter pelas obras de engenharia atuais.
Não obstante, são provocados, frequentemente, pela ação inadvertida do homem. Os escorregamentos impõem desafios em todas as escalas para as construções em encostas. E constituem, assim, problemas dos mais importantes da engenharia civil. A sua análise e o seu combate conduzem às mais importantes investigações técnicas de todos os tempos. Em torno de 1917, a situação havia se tornada crítica nos países mais avançados. Na Alemanha, o rompimento no Canal de Kiel. Na Suécia, o escorregamento da ferrovia federal. Nos Estados Unidos, os desabamentos ocorridos na construção do Canal do Panamá.
Em todos estes casos, foram formadas comissões de trabalho, para organizar um tratamento sistemático do assunto.
No Brasil, várias jornadas de estudos luso-brasileiras e simpósios nos clubes de engenharia trataram do assunto com trabalhos e proteção contra calamidades públicas em que as importâncias dos deslizamentos foram muito enfatizadas.
Em Petrópolis (Rio de Janeiro), os problemas de deslizamentos são os mesmos das outras cidades, porém em outras escalas. Mas as soluções prováveis para cada caso são específicas. Depois de anos de vistorias técnicas nos morros de Petrópolis, podemos constatar que a ocupação desordenada e a necessidade de moradia da população fazem com que cortes em terrenos provoquem deslizamentos, causando destruição e morte. Os mais graves são as construções modificando a drenagem natural da encosta, obstruindo caminhos preferenciais da água já estabilizados pelo tempo.
As intensas chuvas provocam o inchamento do terreno, tornando o solo expansivo, principalmente nos solos de aterro "fofos", provocando deslizamentos. Vários acidentes em Petrópolis apresentam este aspecto.
Muitas vezes esses solos estão em situação precária nas encostas, com pequenas escavações na base, e com o encharcamento pela chuva as nascentes passam a fluir frequentemente, provocando acidentes gravíssimos.
A conscientização da população, através das associações de bairro, torna-se oportuna. Uma ação
preventiva, como tentativa, seria o cadastramento da população obedecendo aos seguintes critérios:
- Perda de vida possível.
- Áreas prováveis de deslizamentos.
- Destruição das vias de tráfego.
- Destruição de propriedades.
- Áreas prováveis de alagamentos
As soluções imediatas, nos locais em que a população se encontra em risco, seriam as obras de contenção, muito caras e demoradas. O fato de haver problemas em vários pontos da cidade todos os dias e a necessidade de corrigi-los me levou a apresentar uma solução simples e de grande valia.
Trata-se de uma planta que está sendo pesquisada nos Estados Unidos, que contém encostas e as transforma em terreno fértil. Esta planta (gramínea), de quase dois metros de altura, é pouco conhecida por nós e poderá ser a solução simples e barata para reduzir o problema dos deslizamentos de terra.
Esta gramínea com nome estranho, Vetiver, que pode ser utilizada como substituta de dispendiosas obras de engenharia civil, foi descoberta pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos.
A planta, encontrada no Pará, está sendo produzida com a finalidade de contenção de encostas pela primeira vez, através do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas. Já foi testada na Índia, nas Ilhas Fiji e no Caribe. Trata-se de uma planta de crescimento rápido, que, além de conter as encostas, as transforma em terrenos férteis.
O Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos afirma que para segurar o solo basta que o Vetiver seja plantado em fileiras horizontais; sendo assim, a planta cria rapidamente raízes de quase dois metros de profundidade e forma, com sua folhagem, uma parede de contenção da mesma altura.
Ela não só retém, como segura a água, que, ao invés de descer como uma enxurrada, perde velocidade, danificando menos o solo, segundo o estudo intitulado "Vetiver, uma fina linha verde contra a erosão". Os benefícios vão além da retenção da terra. As cidades ganham rios mais limpos, estuários não danificados, mais água e menos sedimentos nos reservatórios, afirma o relatório.
Mãos à Obra.
OBS: Vejam reportagem da Globo no RJTV com o meu trabalho durante todos os dias do ano, orientando as famílias e prevenindo as futuras enchentes e escorregamentos de barreiras na cidade de Petrópolis (na reportagem eu sou o fiscal que orienta a população).
http://www.youtube.com/watch?v=nyoCzk2cCT4
Rui Barbosa, engenheiro civil eng.ruibarbosa@gmail.com
Rio de Janeiro
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BANDO DE INCOMPETENTES
Entra ano, sai ano, e as coisas no País vão se repetindo, só se tranca a porta depois de arrombada. Infelizmente, no Brasil é preciso acontecerem acidentes com ares catastróficos para que nossos políticos, quase em sua maioria inoperantes, acordem para a vida. Remediar tragédia já anunciadas, e ainda tratadas sem o afinco necessário, parece ser paradigma governamental. Mas uma vez, depois de inúmeros prejuízos humanos e materiais ainda incalculáveis, os governantes iniciam articulações em prol da equação dos gargalos provocados pelas enxurradas. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, por exemplo, acaba de apresentar a primeira de um total de 60 sirenes que deverão ser instaladas em comunidades cariocas com a finalidade de alertar a população contra os riscos de deslizamentos. Embora a iniciativa seja inédita, a questão que fica no ar é: por que uma medida preventiva não foi tomada antes? Precisou que primeiro centenas de famílias perdessem seus entes queridos e todos os seus bens para que algo fosse feito. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, promete construir mais três piscinões no ABC. A iniciativa é louvável, mas parece tardia, não é de hoje que a questão dos "abrigos d’água" é discutida regionalmente. O consórcio mesmo foi e é palco de várias tratativas nesse sentido, mas pouca coisa saiu do papel. Mais uma vez, o que se vê é a tardia atitude do poder público de contornar uma situação que poderia muito bem ter sido evitada caso houvesse controle, até por menor que fosse, em relação às ocupações de áreas que não deveriam ser povoadas. Como se não bastasse, o agora ministro de Ciência e Tecnologia, o "economista" Aloizio Mercadante, reconheceu durante a semana que passou que os governantes anteriores, incluindo o "presidente Lula", não implantaram o sistema nacional de alerta e prevenção de desastres, embora estivesse previsto em decreto publicado em 2005. São todos um bando de irresponsáveis. Como a esperança é intrínseca no povo brasileiro, esperamos que finalmente os governantes deste país tenham aprendido a lição de que só blá-blá-blá não basta para dar um xeque mate nos problemas. É preciso haver a tal da vontade política. Vontade esta que deve vir acompanhada do "prevenir", e não do "remediar". Por enquanto, o que todos nós esperamos são ações que minimizem os problemas de quem perdeu tudo ou quase tudo, menos a esperança e a fé no Criador.
Turíbio Liberatto www.turibioliberatto.nafoto.net
São Caetano do Sul
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RESPONSABILIDADES
De quem, de fato, seria a culpa pelo problema crônico de todo começo de ano no Brasil, as enchentes? Interessante é que, mesmo ano após ano, quase não vemos nenhuma mudança do quadro. Apesar das frequentes tragédias de regiões já famigeradas e da multiplicação de corpos decorrentes das fortes e incontroláveis águas, ninguém assume algum tipo de responsabilidade, ninguém.
Assim como acontece com a violência urbana, as enchentes acabaram virando uma espécie de cultura negativa do nosso país, ou seja, tornaram-se fato comum.
Então, pergunto: de quem cobrar, a quem instruir, por onde começar?
Será que cobrar apenas dos governantes seria a saída mais inteligente e eficaz?
É obvio que os políticos são os maiores responsáveis direta e indiretamente por estes completos
desleixos e abandonos sociais. Afinal, alguém só pode construir ou comprar uma casa numa zona de risco de desabamento ou de inundação se não teve uma condição prévia de poder estudar, ter um emprego que proporcionasse melhores condições financeiras, ou seja, ter uma moradia mais digna. Além disso, os políticos devem ser responsabilizados de maneira mais direta, como na questão do recolhimento do lixo urbano, da benfeitoria e manutenção das redes de esgoto e elaboração de uma melhor infraestrutura das cidades, que se mal feitas contribuem, e muito, para o lamentável cenário.
Mas, e a população? Estaria fadada apenas a vítima? Não teríamos também nossa parcela de responsabilidade?
Se neste país a consciência e a cidadania são condições para poucos, não restaria alternativa senão nos cobrarmos a todo instante.
Penso que devemos sempre nos fazer ouvir e valer nossos diretos, mas nossos deveres são tão ou mais importantes em determinados casos.
Filipe Luiz Ribeiro Sousa filipelrsousa@yahoo.com.br
São Carlos
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VEDETES DOS TEMPORAIS
Armações metálicas retorcidas e telhas de alumínio amassadas, despencadas no chão, possivelmente obra de serralheiros amadores, servem, com frequência, de cenário para a mídia mostrar danos causados por tempestades acompanhadas de fortes ventos. Coberturas planas de postos de gasolina se transformaram nos seus alvos prediletos, pois basta um chuvisqueiro acompanhado de brisa forte pra tudo vir abaixo.
Sergio S. de Oliveira ssoliveira@netsite.com.br
Monte Santo de Minas (MG)
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FATOS CONCRETOS
No lugar de comovidas palavras a respeito da tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro, é hora de encontrar ideias e medidas pontuais para a proteção daquelas áreas de risco. Uma importante ação a ser empreendida é conservar o espaço natural dos rios, incluindo neles o álveo maior ocupado normalmente pela água em caso de cheias, favorecendo a criação de espaços naturais para se dispersar.
Lembrando que a criação de encostas artificiais rígidas determina o aumento da velocidade de descida da água, que, chegando às partes mais planas do vale, não encontra mais um leito capaz de conter a cheia, cujos velocidade e volume devem ser reduzidos progressivamente no percurso entre o topo do morro e o vale. Estas providências, de realização relativamente simples e de curto prazo, não significam a desistência de outras de maior vulto e complexidade, como bacias de expansão, adequação das seções hidráulicas, manutenção dos artefatos, limpeza dos córregos e tantas outras possíveis.
Esperamos que o trágico balanço desta enchente, além de grandiosos projetos, permita e gere ações concretas e imediatas.
Franco Magrini framagr@ig.com.br
Cachoeira Paulista
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LULA E A SERRA FLUMINENSE
Vi em toda imprensa que o plano que poderia salvar centenas de vidas das chuvas está atrasado, e já deveria estar em ação, mas por inércia, má vontade ou descaso do governo Lula não saiu do papel e estará pronto somente em 2014.
Uma pergunta que não quer calar: não poderia o presidente Lula ser indiciado por homicídio culposo, no caso dos mais de 700 mortos da serra fluminense?
Eliana Oda, engenheira linaoda@bol.com.br
São Paulo
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‘BURROCRACIA’
A matéria publicada na edição do dia 18 de janeiro (C3), intitulada "Ajuda a vítimas esbarra na burocracia", da jornalista Luciana Nunes Leal, abordou com muita propriedade os entraves da "burrocracia" brasileira. Seria bom lembrar como foi a recuperação de Caraguatatuba (SP), após o desastre de 1967 (infelizmente, tínhamos o triste recorde do maior acidente natural em número de vítimas de nosso país).
A ajuda foi quase imediata por causa da agilidade de um radioamador, porém os trabalhos iniciais de busca de sobreviventes foram da própria comunidade. Por causa de Caraguá foi criada a Defesa Civil do Estado de São Paulo. O fato maior, mais positivo, foi o da solidariedade humana. Foi um exemplo a ser seguido e a que os brasileiros sempre respondem.
Mas a resposta de ação maior veio do poder público estadual, em especial pela agilidade de tomada de ação do governador Abreu Sodré, criando o Escritório de Recuperação de Caraguatatuba (ERC). Neste órgão foram concentrados todos os trabalhos necessários para a pronta recuperação da cidade. O ERC substituiu o Executivo municipal, não preparado e sem idoneidade para realizar os trabalhos necessários, de forma eficaz e contribuindo assim para uma nova Caraguatatuba.
É importante que seja criado um órgão equivalente para possíveis desastres que, infelizmente e com toda a certeza, acontecerão - a natureza não pode ser controlada, no máximo poderemos minimizar suas consequências - , e estarmos preparados para essas ocasiões.
Rodoaldo Graciano Fachini rgfachini@hotmail.com
Caraguatatuba
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SEM GOVERNO
Que coisa impressionante! Toda a mobilização para socorrer os desabrigados na Região Serrana do Rio foi feita pela população. Água, alimentos, roupas e remédios foram fornecidos pelos brasileiros solidários e distribuídos, em parte, por gente que se aventurou na lama com jipes e motos. Os ingleses nos enviaram barracas, equipadas e modernas, para que as famílias pudessem se alojar. Do governo federal, só muita conversa mole e tergiversação. Aqui, em Santa Catarina, não foi diferente. Até casas foram construídas com o dinheiro de doações de empresas e pessoas físicas. Estamos mesmo entregues à nossa própria sorte!
Maria Cristina Rocha Azevedo crisrochazevedo@hotmail.com
Florianópolis
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EFEMÉRIDE
"Dia da Enchente" ou "Semana Nacional dos Deslizamentos". Até agora, nada oficial. Sobram desgraças, falta patriotismo.
A. Fernandes standyball@hotmail.com
São Paulo
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BALÕES DE ENSAIO
Já noticiaram que Lula seria indicado para o Prêmio Nobel da Paz (Irã) e secretário-geral da ONU. Agora, que já tem uma lista para conferências pelo valor de R$ 200 mil cada. Coitado. Falar sobre o quê? Nem de graça!
Francisco Antonio de Oliveira frama@uol.com.br
Campinas
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ABOBRINHAS
O boquirroto-mor do planeta vai receber, a partir de março, R$ 200 mil por "palestra" (?).
Pagar esse valor, ou ainda que fosse R$ 1, para "ouvir" um molusco acéfalo grunhir abobrinhas demonstra claramente que o Brasil é um país de tolos.
Renato Otto Ortlepp renatotto@hotmail.com
São Paulo
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O "PALESTRANTE"
Estar há mais de 20 dias sem ouvir a voz do "desencarnado" não tem preço, afinal, passei oito anos esperando por isso. Assistir a uma "palestra" delle a partir de março, terá: estima-se que o cachê deva superar R$ 200 mil.
Não ficarei espantada se a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e outras estatais arranjarem buracos na legislação para patrocinarem esses eventos.
Maria Eloiza Rocha Saez m.eloiza@gmail.com
Curitiba
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TEMOS DE ESQUECER
Será que chegou o momento de "imortalizar o estadista"? Haja "cachaça", durma-se com esse "barulho". Quem pagará 200 mil, por palestra, para ouvir uma mediocridade ler o que for escrito por outros? Será que o mundo endoidou? Temos de esquecer.
M. Teresa Amaral mteresa0409@estadao.com.br
São Paulo
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COITADOS DOS TRADUTORES
Segundo sua "assessoria" paga com dinheiro público, a partir de março o ex-presidente Lula deverá iniciar uma nova fase em sua vida, proferindo palestras aos interessados pela astronômica cifra de R$ 200 mil por evento, além de dedicar-se à criação do Instituto Lula. O primeiro desses eventos será no Senegal, "importantíssimo" país africano onde, naturalmente, Lula se sentirá à vontade, no mesmo nível de seus ouvintes, visto que essa seletíssima plateia muito tem a aprender com o ex-mandatário brasileiro, que nutre pela África um profundo amor e carinho, chegando ao cúmulo de perdoar a maioria das dívidas externas que muitos desses países tinham com o Brasil, destacadas ditaduras com cujo apoio Lula contava em suas pretensões relativas à ONU.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao longo de sua brilhante vida acadêmica e política, recebeu inúmeros títulos de "doutor honoris causa" em várias das grandes universidades dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, da Alemanha, etc. Coisas de Primeiríssimo Mundo, assim como José Serra, que foi professor das mais excelentes universidades americanas. Lula morre de ciúme e inveja de FHC, pois nunca recebeu essas homenagens e nunca as receberá. Por FHC ter sua fundação ligada ao PSDB, Lula igualmente não quer ficar por baixo e planeja também criar o Instituto Lula. FHC é mestre por excelência e reconhecido mundialmente por sua invulgar e invejável vida acadêmica, o mesmo não se pode dizer de Lula, que obviamente escolheu o Senegal para dar início à sua série de palestras. Afinal, o que o Senegal tem a oferecer ao mundo ao receber Lula nesse simpósio?
O que Lula falaria em suas preleções?! Qual a brilhante contribuição que o ex-presidente brasileiro daria ao mundo globalizado com suas palestras?! Quem se habilita a pagar R$ 200 mil para ouvir essa retórica tão importante?! Coitados dos tradutores, dos intérpretes, ao ouvirem Lula falar e terem de fazer a tradução simultânea para as línguas ou para os dialetos tribais dando a exata noção do que significaM palavras como "pobrema", "menas", "pá" e por aÍ vai. Lula não consegue falar frases simples como, por exemplo, "dinheiro para ou pra comer, pra estudar". Ele diria: "dinheiro pá cumê, pá istudá...." Diria sempre: "Istô cunvencidu..." Que sofrimento será para esses pobres intérpretes! Machado de Assis vai se contorcer em seu túmulo!
Naturalmente, podemos esperar que as grandes estatais brasileiras, tão vilmente usadas pelo PT, vão contratar este novo professor Polito. Petrobrás, Banco do Brasil, etc., certamente incluirão entre os estudos "avançados" para seus executivos palestras de Lula, pagas, obviamente, com o suado dinheiro do povo brasileiro. Lula, com maestria, vai ensinar com armar um esquema para arrecadar dinheiro para partidos políticos. Como manter livres no Brasil trambiqueiros, mafiosos e terroristas que para cá fugirem, usurpando decisões de nossa mais alta Corte de Justiça. Como torrar milhões usando cartões corporativos, pagos pelos contribuintes, até em jogos de sinuca. Certamente ensinará como conseguir passaportes diplomáticos privativos de autoridades federais em detrimento da lei. Lula certamente em muito contribuirá com seus ensinamentos sobre como armar uma frente política para atingir o poder unindo-se ao que de pior existe em matéria de ética e moralidade pública. Como conseguir votos em troca de um cartão de benefícios. Vai ensinar teorias fantásticas de como agradar e se unir a antigos desafetos com o intuito da tomada do poder. Lula tem muito a ensinar e discípulos não lhe faltam. É aguardar pra ver, afinal, o que representam R$ 200 mil por palestra?
Iranilson Alves da Silva iranilson.iranilson@bol.com.br
Araçatuba
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CESARE BATTISTI
Por ter dado ouvido a assessores esquerdistas retrógrados, Lula não extraditou o Battisti. Não se concebe que o presidente da Itália, os parlamentares italianos e o Parlamento Europeu estejam todos enganados ao cobrarem a extradição do terrorista. É a primeira grande chance que a Dilma tem para brilhar na mídia mundial.
Conrado de Paulo conrado.paulo@uol.com.br
Bragança Paulista
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DOLCE VITA
Pelo visto, todo mundo em Brasília já tirou seu passaporte diplomático, menos o Battisti. Este vai acabar morando em São Bernardo.
Luiz Henrique Penchiari luiz.penchiari@hotmail.com
Vinhedo
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DIVÃ
Quem pagou o psiquiatra do Battisti, seria por acaso o Suplicy? Até quando vamos ter que engolir essa história?
Esther A. F. Angrisani estherangrisani@terra.com.br
São Paulo
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BANDIDO
Ao dizer que derrotá-lo "é derrotar o Lula", Battisti já começa a mostrar suas armas e a atuar como bandido. O Brasil tem de se livrar logo desse sujeito.
Gilberto Dib www.dib.com.br
São Paulo
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MALIGNO
Entre tantas heranças malditas que o ex-presidente Lula deixou, o caso Battisti foi mais uma malignidade deixada para o País: no apagar das luzes, no último dia, na última hora, no último minuto, no último segundo do seu governo.
Walter Menezes wm-menezes@uol.com.br
São Roque
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A POBRE VÍTIMA DA DIREITA
Battisti tem a petulância de dizer que sua extradição é desejo da direita e que a esquerda afaga sua cabeça sórdida. É possível, em parte, que assim seja. Com isso, o homúnculo sorridente do terrorismo italiano se arroga um prócer das esquerdas do mundo, ao lado de Lenin, Trotsky, Bucharin, Stalin, Brejnev e outros, considerados, pela serenidade da análise histórica, depois de quase um século, meros obcecados pelo poder truculento sob a generosa bandeira da defesa do proletariado universal.
Amadeu Roberto Garrido de Paula amadeugarridoadv@uol.com.br
São Paulo
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SOLUÇÃO COM JEITINHO
As autoridades italianas poderiam facilmente resolver a extradição de Battisti, a custo relativamente modesto. Basta dar uma ajuda financeira a Cuba, que está com as finanças estouradas, obtendo, em troca, que a ilha outorgue ao criminoso italiano o diploma de cidadão cubano honorário, solicitando às autoridades brasileiras a sua imediata extradição, a qual seria atendida pelo nosso governo com a mesma presteza com que deportou os atletas cubanos.
Depois, é só pedir aos irmãos Castro a remessa dele para Roma e perdoar a dívida.
Fácil, fácil, e sem desgaste. Um jeitinho brasileiro. O Itamaraty agradeceria.
Nelson Carvalho nscarv@gmail.com
São Paulo
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LAZER NA ILHA
Complementando o que disse o cronista do Estadão ( Piza, 23/1, D10): se Battisti fosse cubano, não só a extradição lhe seria dada, como antes já estaria solto na terra dos Castros. Não dizem que as vítimas eram de direita?
Jairo P. Gusman jairogusman@gmail.com
São Paulo
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TERRORISTA MESMO
Em seu artigo de 22 de janeiro (a2) intitulado "Terroristas", o ex-ministro Almir Pazzianotto Pinto usa as palavras do tamanho das coisas e não se vale de eufemismos enganosos e desorientadores como "ativista", quando se refere a Cesare Battisti. Concordo com Pazzianotto em gênero, número e grau quando enumera a enormidade de erros que se encerram nesse triste episódio.
Martim Afonso Palma de Haro martim.haro@terra.com.br
Florianópolis
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CACCIOLA
No caso Cesare Battisti, o Brasil não fez nada diferente em relação a Salvatore Cacciola. Portanto, a decisão brasileira é soberana e cabe à Itália respeitar.
Rogério Proença Ribeiro roger_fani@hotmail.com
Araras
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COMPENSAÇÃO
A prostituta de luxo Nadia Macri, que está fazendo a caveira de Berlusconi relatando à imprensa italiana todos os detalhes da orgia com o primeiro-ministro, disse também que das oito prostitutas presentes à festinha seis eram brasileiras. Conclui-se que, apesar de Lula não ter concedido a extradição do assassino italiano de quinta categoria Cesare Batistti, como Berlusconi queria, temos recheado suas festanças com prostitutas de primeira.
Victor Germano Pereira victorgermano@uol.com.b
São Paulo
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IGUAL A LULA
Se Battisti quer viver em paz no Brasil, que fique calado. Não fique se enaltecendo, dando entrevistas ou mesmo sutilmente ameaçando. Sua entrevista a um jornal brasileiro mostra que não pretende ser uma pessoa comum por aqui. Será que a imprensa repetirá o que fez com Ronald Biggs, que o transformou em celebridade? Foi afagado pela imprensa e pela alta sociedade carioca, celebrizando-o como ladrão do trem pagador em Londres. Teve direito até a comemoração pela imprensa pelos 25 anos do roubo. Já vi que caberá a nós, brasileiros, transformar Battisti em persona non grata. Que seja vaiado onde passar. Que seja apontado sempre como o assassino italiano. Não queremos mais um bandido para chamar de nosso. E se não gostar de assassinos é ser de direita, então me considero direitista. Que ele vá viver onde o tratem bem. Venezuela, Cuba, por exemplo! Porque aqui chega. Se Lulla o considera um igual, nós, brasileiros, não!
Beatriz Campos beatriz.campos@uol.com.br
São Paulo
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ALMA LAVADA
Quando deparamos com bons artigos ("Terrotistas"), temos a sensação de ter lavado a alma. Do jeito que vão as coisas, a dúvida levantada no final do artigo é perigosa de se tornar certeza (rsrs).
Paula Toledo, paulamaria70@hotmail.com
São Paulo
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‘COMPANHEIRO’
O artigo de Almir Pazzianotto é muito importante no momento. Mesmo que o Lula leia, não vai compreender, porque, para ele, antes de 2002 nada de importante aconteceu na História do Brasil. E o "companheiro" Battisti, talvez por força de seu artigo, certamente não passará a ser sustentado pelos contribuintes deste país, devendo retornar para seu País de origem. Só espero que Pazzianotto volte a escrever com assiduidade, pela importância do seu posicionamento, pois pessoas com caráter como ele devemos preservar, e manter contato com os leitores do Estadão.
Lia Junqueira lia.junqueira@hotmail.com
São Paulo
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DECISÕES COMPROMETEDORAS
O elucidativo artigo "Terrorista", da lavra do eminente jurista Almir Pazzianotto, deveria ser incontinenti lido pelo ex-presidente Lula e seu ex-ministro da Justiça Tarso Genro. Autores de duas desastradas decisões, frontalmente contrárias ao que reza o Direito Internacional, comprometeram significativamente nossa imagem junto a países que abominam e combatem todas as formas nefastas de terrorismo. Dar abrigo a esse criminoso cruel, através de decisões erroneamente fundamentadas em rasteiras linhas de entulho ideológico ultrapassado, é ignorar por completo os ditames que devem nortear os passos daqueles que, estando no poder, são responsáveis pela imagem do Brasil. Esperamos que a presidente Dilma, em nome do bom senso e da manutenção de nossa harmônica relação com a Itália, ordene, sem hesitar, a extradição desse perigoso facínora.
Francisco Zardetto fzardetto@uol.com.br
São Paulo
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DÚVIDA DOS BRASILEIROS
A grande dúvida dos brasileiros de bem é saber se a presidente Dilma Rousseff seguirá a mesma irresponsabilidade e incapacidade do ex-presidente Lula em manter o terrorista sanguinário Cesare Battisti, que matou e mutilou pessoas inocentes por meio covarde e cruel, ou terá luz própria, capacidade e responsabilidade, extraditando esse facínora para cumprir a pena de prisão perpétua imposta pela Justiça italiana. Mantendo esse terrorista no Brasil, será motivo de tristeza e desilusão já neste início de governo.
José Wilson de Lima Costa jwlcosta@bol.com.br
São Paulo
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PÁGINA VIRADA
Quanto a Cesare Battisti, existe alguém que vá contrariar a decisão do ex-presidente? Fica por aqui o italiano, e não se discute mais. E mudemos de assunto, pois não?!
José Piacsek Neto bubapiacsek@yahoo.com.br
Avanhandava
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‘VOCÊ NO ESTADÃO’
Contrário para o leitor sr. Elísio Hashimoto (Tema do dia, 21/1): acho que o Estado italiano não está barganhando, mas pedindo respeito às leis e aos cidadãos italianos que foram assassinados. E nós, cidadãos não contaminados por ideologias, também estamos consternados a respeito dessa da polêmica decisão do ex-presidente, principalmente pelo desrespeito a decisão da Suprema Corte do Brasil. Porém substituo a palavra barganha por ressentimento. A meu ver, mais parece um revide do ex-presidente ao caso Cacciola, quando o governo italiano negou sua extradição.
José Geraldo Santana acquaartegiana@yahoo.com.br
São Paulo
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CADA VEZ
Cada vez que vejo atos obscenos como o do ministro da Defesa, convidar um ex-presidente e sua entourage a passar uns dias num unidade do Exército, com se aquilo fosse dele, e ficar por isso mesmo; cada vez que vejo um presidente deixar que o vagabundo Zelaya e sua gangue ocupem nossa embaixada por quase três meses, como em Honduras; cada vez que vejo decisões como negar pedido de extradição de homicida condenado; cada vez que vejo atos impensáveis como uma inútil primeira-dama do Brasil requerer cidadania estrangeira para os filhos "para garantir o futuro deles"; cada vez que vejo o Itamaraty conceder passaporte diplomático a familiares do presidente; cada vez que vejo um sistema como o Enem destroçado, cada vez que vejo pessoas morrendo sem que lhes tenha sido pago o precatório que lhes é devido; não tenho como evitar ter o pensamento invadido pelas palavras de Geraldo Vandré em "Pra não dizer que não falei das flores", de 1968, só que agora em situação contrária: "Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer", Está mais que na hora de moralizar a Nação brasileira, de zerar o hodômetro. Para bom entendedor meia palavra basta.
Bob Sharp bobsharp@uol.com.br
São Paulo
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AS FARC E O ROUBO DE URÂNIO NO BRASIL
Assim como a Colômbia se tornou mundialmente conhecida como um país exportador de cocaína, o Brasil está em via de ser envolvido numa perigosa intriga internacional, por conta da exportação de urânio brasileiro que estaria sendo ilegalmente feita pelas Farc para o Irã. O fato é que, assim como alguns antigos governantes da Colômbia preferiam fazer "cara de paisagem" para o crescimento da produção de folhas de coca e sua transformação no "ouro branco", num esquema que fez a fortuna de tantos chefões do tráfico, líderes da guerrilha e políticos locais, o Brasil, com igual nível de omissão e irresponsabilidade, está "fingindo não ver" que as Farc exploram algumas de nossas jazidas de urânio, na Região Amazônica, para, através de exportações ilegais, abastecer o programa nuclear iraniano. Com o dinheiro obtido nessa "operação", as Farc obtêm fundos para financiar outras atividade ilícitas, a exemplo da aquisição de armas, a indústria dos sequestros e até mesmo doações financeiras, por baixo dos panos, para campanhas eleitorais de candidatos filiados a partidos parceiros, ação que ocorre em diversos países da América Latina, inclusive no Brasil. A verdade é que, enquanto essa sórdida tramoia vem sendo praticada, a única posição tomada pelo governo petista é afirmar que não sabe de nada, o que, convenhamos, em se tratando de nazipetralhas, não é novidade, pois se esses pulhas têm o descaramento de dizer que não sabem de maracutaias ocorridas no seu "núcleo administrativo", seria ingenuidade acreditar que admitissem saber do contumaz roubo do urânio brasileiro.
Júlio Ferreira www.ex-vermelho.blogspot.com
Recife
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EXÉRCITO E FURTO
Segundo pesquisas, o Exército é a instituição mais respeitada pelos brasileiros. Aqueles, como eu, que não queriam ver nossos soldados envolvidos com criminosos, assassinos e principalmente traficantes, pela grande oportunidade de contaminação, acabaram, tristemente, por saber que um oficial foi denunciado, por sua própria tropa, pelo furto de um aparelho de ar-condicionado no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. Para mim, é mais um sintoma da moléstia que vem corroendo toda a sociedade brasileira: não há mais limites para o ilícito, pois o exemplo vem de cima. A Justiça Militar tem de indiciar e punir com a exoneração sumária esse oficial, travestido de meliante. Lamentável!
Eduardo Augusto de Campos Pires eacpires@terra.com.br
São Paulo
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PARTIDOS OU QUADRILHAS?
A Funasa é vista por todos como um "covil" de ladrões. Daí ser compreensível que PT e PMDB disputem o controle dessa fundação, querem ter "acesso" mais fácil ao dinheiro público. Em vez de brigar pelo controle do órgão, os membros "honestos" desses partidos, se ainda existirem, deveriam "endurecer" a questão, afastar os corruptos, investigar e pôr em ordem a fundação, sem contar com a ajuda da CGU, que não virá. Esse trabalho deveria incluir um notável membro do PT, a presidente Dilma, que se comprometeu com a honestidade na coisa pública. Mas honestos nesses partidos são seres em extinção!
Fabio Figueiredo fafig3@terra.com.br
São Paulo

Marinha renovará frota sob 'pressão estratégica'

A renovação da frota da Marinha do Brasil não foi cancelada nem adiada pela presidente Dilma Rousseff. O negócio, envolvendo 11 navios e estimado entre 4 bilhões e 6 bilhões, continua em andamento. A fase atual é de consultas a empresas candidatas à parceria pretendida. "O tempo para execução é o tempo da pressão estratégica", diz o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Analistas ouvidos pelo Estado concordam que essa condição de ameaça é, atualmente, de baixa intensidade, mas lembram que "a curva é ascendente, se projetada para os próximos 20 a 25 anos", de acordo com o relatório Projeção 2025, feito em 2009 pela Secretaria de Assuntos Estratégicos. A escolha final, entre ofertas de Itália, Reino Unido, Alemanha, Coreia e França, deve sair até o fim do ano. A primeira fragata ficará pronta entre 2018 e 2019 - a entrega do navio patrulha ocorre 12 meses antes.

O contrato inicial, todavia, será firmado em 2012. Depois da seleção, a complexidade do processo exigirá um ano de discussões para ajuste da transferência de tecnologia, estabelecimento da rede de fornecedores e das compensações comerciais. Só então haverá o pagamento do adiantamento formal, cerca de R$ 100 milhões. É para o custeio da implementação da operação. Apenas seis meses mais tarde é que vence a primeira parcela semestral, referente aos juros do financiamento. O principal da dívida começa a ser abatido 180 dias depois, em meados de 2013.
É a mesma arquitetura financeira aplicada na escolha dos novos caças de múltiplo emprego da Aeronáutica, a F-X2. Em nenhum dos dois casos existe a previsão de desembolso imediato. O ministro Jobim sustenta que a indicação do avião vencedor será anunciada até julho pela presidente Dilma. Em 2013 a Marinha vai adquirir 24 unidades da mesma aeronave, mas em versão embarcada para equipar um novo porta-aviões de 60 mil toneladas que planeja incorporar entre 2027 e 2031 - a nau capitânia da projetada 2.ª Frota, na foz do Amazonas.
Pacote. Em maio de 2010, a Marinha apresentou aos empresários do setor seu plano completo, abrangendo 61 navios de superfície, mais cinco submarinos, quatro de propulsão diesel-elétrica e um movido a energia nuclear. As encomendas vão até 2030.
O pacote prioritário, definido como Prosuper, abrange cinco fragatas de 6 mil toneladas com capacidade stealth, de escapar à detecção eletrônica, cinco navios escolta oceânicos, de 1,8 mil toneladas, e um navio de apoio, de 22 mil toneladas, para transporte e transferência em alto mar de todo tipo de suprimentos.
A intenção da Marinha é que apenas a primeira fragata e o primeiro patrulheiro sejam construídos fora do País, embora com acompanhamento de técnicos e engenheiros brasileiros. Há grupos diretamente interessados em participar desse empreendimento. A Odebrecht Defesa prepara os estaleiros da Enseada do Paraguaçu, na região metropolitana de Salvador, Bahia, para disputar o Prosuper. A empresa, associada à francesa DCNS, está construindo em Itaguaí, no Rio, uma nova base naval e mais as instalações industriais de onde sairão os cinco submarinos do Prosub, encomendados por 7,6 bilhões.
Outra prioridade da Marinha do Brasil, para ser cumprida em etapas ao longo de 15 anos, é o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, o SisgAAz. É uma espécie de Sivam - a rede de radares e sensores eletrônicos que controla o espaço aéreo da região amazônica - do mar. A área de cobertura do SisgAAz é imensa - cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à metade do território nacional, e tão grande quanto a Europa Ocidental. O aparato é destinado a vigiar e proteger um tesouro - na indústria da energia são 15,3 bilhões de barris de petróleo, 133 plataformas (86 fixas, 47 flutuantes) de processamento da Petrobrás, o patrimônio decorrente de investimentos da ordem de US$ 224 bilhões de 2010 até 2015. Mais que isso: estão sendo desenvolvidas pesquisas a respeito da biodiversidade exótica, encontrada nas fontes hidrotermais localizadas nas zonas de encontro das placas tectônicas. As características apuradas permitem garantir aproveitamento na indústria farmacêutica e de cosmésticos em escala bilionária. O oceano, na abrangência controlada pelo Brasil, abriga, ainda, 80 reservas de 100 materiais estratégicos. Mapeadas, não prospectadas.
Italianos
Até dezembro de 2010, a vantagem na análise preliminar das propostas era do consórcio italiano Fincantieri Cantieri Navali. O preço era bom, o modelo de transferência de conhecimento avançado foi considerado satisfatório e o tipo de fragata, da classe Freem, desenvolvido junto com a França, adequado às especificações. O clima desandou há três semanas, quando a deputada Fiamma Nirenstein, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento da Itália, propôs o congelamento do acordo bilateral de cooperação em Defesa assinado por Nelson Jobim e seu colega de Roma, Ignazio de La Russa. O motivo alegado é o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à extradição do ex-ativista Cesare Battisti, condenado pela Justiça italiana por quatro homicídios. Dilma não gostou da atitude. A Fincantieri não é mais a favorita. Mas continua no páreo.