A presidente Dilma Rousseff recebeu o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada para uma reunião com membros de sua equipe de governo e do PT, no início da noite desta quarta-feira. O assunto do encontro não foi divulgado oficialmente, mas é certo que serão discutidos a campanha eleitoral deste ano e o desgaste do governo com os partidos na base aliada, principalmente com o PMDB.
Presentes à reunião estão o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão; o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante; o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins, o deputado estadual Edinho Silva (PT-SP); o chefe de gabinete da Presidência da República, Giles Azevedo, e o publicitário João Santana.
A reunião acontece em meio à polêmica causada por declarações do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha. Em mensagem publicada em sua conta pessoal no Twitter, o peemedebista questionou a manutenção da aliança entre PT e PMDB e atacar Rui Falcão.
Um dos principais articuladores do "blocão" dos insatisfeitos com o Palácio do Planalto, Cunha escreveu na terça-feira, 4, que o partido do qual faz parte não é respeitado pelo PT e que, desta forma, começa a achar "boa a ideia de antecipar a convenção do PMDB". "A cada dia que passo me convenço mais que temos de repensar esta aliança, porque não somos respeitados pelo PT", escreveu.
Em outra mensagem publicada em seguida, Cunha ironiza afirmando que "a bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para substituir ministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão". Era uma reação às críticas de Falcão à postura do PMDB em relação à reforma ministerial.
Nesta quarta-feira de cinzas, entretanto, os envolvidos trataram de esfriar os ânimos. Cunha publicou mensagem no twitter afirmando que, como líder da bancada do PMDB na Câmara "minha posição será sempre a da maioria da bancada, mesmo que diferente da minha".
Falcão negou-se a comentar a polêmica. O vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), também usou as redes sociais para pregar moderação. "É hora de baixar as armas e buscar o entendimento por meio do diálogo respeitoso", pediu o petista em sua conta no Twitter.
A exceção ficou por conta do presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, que partiu para o ataque chamando Cunha de "chantagista" e "bocudo".
"Temos grande respeito por figuras como o Valdir Raupp (presidente do PMDB) e o Michel Temer (vice-presidente da República) e achamos que a aliança com o PMDB é importante para o País, mas o partido não pode ter chantagistas como o Eduardo Cunha, líder do grupo dos bocudos, com interesses que não são dos mais republicanos", disse.