GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Caraguatatuba inicia Campanha de Vacinação Contra Gripe

O primeiro lote de vacinas contra gripe chegou nesta segunda-feira (17/04) em Caraguatatuba, destinado aos trabalhadores de saúde e a pessoas com 60 anos ou mais.

A Campanha já ocorre em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Centro de Especialidades Médicas, Odontológicas e de Reabilitação “Madre Teresa de Calcutá”, conforme horário de vacinação de rotina em cada unidade.  

Moradora do Centro da cidade, Ivete Souza Oliveira, de 63 anos, não perdeu tempo e foi logo cedo tomar sua dose. “Já tomo esta vacina faz uns anos e estou gostando,  pois realmente me sinto mais forte contra a gripe”, conta a munícipe que nem precisou pegar fila para garantir sua vacina.

Takako Mori, 73 anos, moradora do Estrela D’Alva, conta que desde as primeira imunizações contra a doença, nunca mais teve uma gripe forte. “Quando tenho uma gripe, ela vem bem fraquinha”, relata a munícipe que também não esperou muito tempo após pegar sua senha para a vacinação.

A campanha seguirá até o dia 26 de maio. No sábado (13/5), será o Dia de Mobilização Nacional e todas as UBSs de Caraguatatuba serão abertas para vacinação.

Público alvo
Ao todo, para atingir 90% do público alvo (meta da campanha), a cidade almeja registrar 25.400 aplicações de vacina contra gripe. Dentro do público alvo da campanha serão vacinadas 2.180 crianças  de 6 meses a menores de 2 anos; 3979 crianças de 2 a 4 anos; 2543 trabalhadores de saúde; 1089 gestantes; 179 puérperas; 10.454 idosos; 4.920 pacientes com comorbidade; além de professores das redes pública e particular.
A Secretaria de Saúde de Caraguatatuba informa que neste último segmento, por tratar-se de um grupo novo, ainda não há uma previsão exata de pessoas a serem vacinadas. Só haverá uma definição neste grupo no próximo ano, caso continuem a ser contemplados dentro do público alvo, já que a média é sempre calculada com base no número de vacinados do ano anterior.
Cronograma de vacinação
Conforme cronograma do Ministério da Saúde, as etapas de vacinação para o grupo prioritário serão as seguintes: a partir de 17 de abril para trabalhadores de Saúde dos serviços públicos e privados e pessoas com 60 anos ou mais; a partir de 24 de abril para gestantes, puérperas, crianças (seis meses a menores de cinco anos) e indígenas; a partir do dia 2 de maio para pacientes com comorbidades; e, a partir de 8 de maio, para professores e todos os outros grupos anteriores.

Confira os endereços das UBS:

UBS Centro
Avenida Maranhão, 451 – Jardim Primavera – 1º andar
“Edifício Dr. Luiz Roberto Barradas Barata” - Tel: (12) 3897-2102

UBS Perequê Mirim
Avenida José Geraldo Fernandes da Silva Filho, 295 - Tel (12) 3885-1800

UBS Porto Novo
Avenida José Herculano, 6.560 - Tel (12) 3887-6131

UBS Morro do Algodão
Avenida Geraldo Lopes, 27 - Tel (12) 3887-9100

UBS Jaraguazinho
Rua Benedito Silvério Santana, 57 - Tel (12) 3883-3500

UBS Casa Branca/Olaria
Rua José Pedro de Oliveira Barbosa, 799 – Tel (12) 3883-9077/7007

UBS Jetuba
Rua Geraldo Cordeiro de Souza, 270 – Tel (12) 3884-4090

UBS Massaguaçu
Rua Irineu de Mello Neto, 600 – Tel (12) 3884-1999

UBS Tinga
Rua Antonio dos Santos, 20 – Tinga – Tel (12) 3883-3277 / 3882-6446

UBS Tabatinga
Rua Manoel Pereira dos Santos, 47 – Tabatinga – Tel (12) 3884-5700

Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas – CEM/CEO
Avenida Maranhão, 421 – Jardim Primavera
“Edifício Madre Tereza de Calcutá” – Tel: (12) 3886-1200

Informação para a Imprensa

Fernanda Gentil festeja mudança para RJ da namorada, Priscila Montandon:'Juntas'


Slide 1 de 6: Fernanda Gentil festeja mudança para RJ da namorada, Priscila Montandon, neste sábado, dia 15 de abril de 2017
Fernanda Gentil e a namorada, Priscila Montandon estão morando juntas no Rio de Janeiro: na madrugada deste sábado (15), a apresentadora do "Esporte Espetacular" publicou uma foto ao lado da jornalista e de duas amigas. "Amores e amores.... eu queria aproveitar e dizer para Mari Breis e Gabriela Caram que agradeço vocês por tudo, tudo, tudo com todo o meu coração. Em todos os episódios da minha vida vocês mostraram exatamente o que eu achava - estaremos juntas, não importa a cor, o cabelo, a religião, a raça, a dor, o sofrimento, a perda", escreveu.

'Meu coração te recebe', dedica Fernanda a namorada.


A segunda parte do texto é dedicada à namorada, Priscila Montandon, de quem sempre recebe elogios nas redes sociais. "E para você, queria dizer que meu coração te recebe na cidade maravilhosa exatamente como o Cristo; de braços abertos. Obrigada, Senhor", celebrou a global. Na última quinta-feira (13), Fernanda compartilhou uma foto do cachorro de Priscila cercado de malas. "Bem-vindo, Romeu", indicou ela na legenda.

Jornalista fala sobre relacionamento: 'Nunca imaginei'

Ao estrelar a capa da revista "Boa Forma", Fernanda Gentil explicou que também foi surpreendida com seu sentimento pela jornalista mineira. "É óbvio que nunca imaginei que um dia eu fosse gostar de uma mulher, mas aprendi desde cedo que não é o que a gente vê da pessoa, é o que a gente sente por ela que importa", comentou a loira, que recebeu apoio nas redes sociais após assumir o relacionamento.

'Oi, fala', responde Fernanda a internauta que tentou ofendê-la

Um episódio recente divertiu os admiradores de Fernanda Gentil na web: no Twitter, um usuário marcou seu perfil e escreveu "Sapatão", na tentativa de ofendê-la. Com o bom humor que já virou sua marca registrada, ela respondeu naturalmente. "Oi, fala", tuitou, marcando o internauta. Na sequência, diversos fãs elogiaram a atitude. "Parabéns pela resposta para esse idiota, admiro muito você e seu trabalho, você é uma mulher de grande personalidade!", elogiou uma. "Simples, mas muito maravilhoso", destacou outro.

Mário Gomes revela assédio na TV: 'vi diretor com menina no colo'

Mário Gomes revela assédio na TV: ' já vi diretor com menina no colo': Ator foi entrevistado no programa de Luciana Gimenez nesta quarta-feira (12)O ator Mário Gomes comentou a polêmica em torno da acusação de assédio de José Mayer em entrevista ao programa 'SuperPop', apresentado por Luciana Gimenez, na quarta-feira (12).
"Isso faz parte da nossa cultura e é uma coisa da natureza da pessoa. O 'Zé' é um homem encantador, simpático, preciso e super capacitado. Esse fato ganhou essa proporção e o momento foi inoportuno", disse ele.
O galã também comentou sobre os bastidores da televisão: "Já vi diretores com meninas no colo e você sente que a coisa não é só o fato do carinho e do afeto".
O ator ainda negou os boatos de que seria viciado em sexo, mas admitiu que, "assim como a maioria dos homens, foi criado de maneira machista". "Eu era um pouco mais romântico. Me apaixonava e ficava com medo do meu pai aparecer e mandar eu transar logo com a garota. Ele queria que eu pegasse todas, e isso é um absurdo", contou.
Recentemente envolvido em uma polêmica após aparecer vendendo hambúrguer no Rio de Janeiro, ele negou no palco do programa que esteja passando por dificuldades financeiras e revelou a origem do novo empreendimento: "Fui criado em padaria". Ao fim da atração, a apresentadora experimentou um hambúrguer feito por Mário, que contou que a receita foi elaborada por ele mesmo.

Novatos protagonizam polarização política na Câmara de SP

ctv-y9e-smia-bomfim fernando-holiday: Sâmia Bomfim (PSOL) e Fernando Holiday (DEM) foram eleitos em 2016Onze de abril, 16h39, Sâmia Bomfim fez uma transmissão ao vivo, avisa o Facebook. “Quero saber se o senhor tem orgulho de, em quatro meses de mandato, ter dois pedidos de cassação por quebra de decoro por não saber se comportar como vereador?”, indaga a vereadora do PSOL ao colega Fernando Holiday (DEM), em vídeo gravado no plenário da Câmara Municipal de São Paulo e visto 98 mil vezes.

Às 18h01, naquela mesma terça-feira, Holiday publica sua réplica, também na rede social. “A vereadora do PSOL, se olhasse para o próprio partido, teria vergonha na cara em vez de ficar apontado o seu dedo sujo para este ou aquele parlamentar dentro dessa Casa”, diz ele no vídeo feito minutos antes durante a sessão plenária. Já foram 198 mil visualizações na internet.
Não é preciso acompanhar as sessões da Câmara para saber, em tempo real, que os novatos Holiday, de 20 anos, e Sâmia, de 27, protagonizam no Legislativo paulistano a polarização entre direita e esquerda que divide o País. Em menos de quatro meses da nova legislatura, os dois lados colecionam rixas reais e virtuais que resultaram em seis pedidos de cassação de mandato – mais do que a soma das últimas três legislaturas (2009-2016).
Dois pedidos relacionados à troca de acusações de agressão e invasão de gabinete entre Holiday e a vereadora Juliana Cardoso (PT) já foram arquivados. Outros quatro estão sob análise, entre eles o pedido contra o vereador Camilo Cristófaro (PSB), acusado de ter xingado Isa Penna, suplente de vereador pelo PSOL, de "vagabunda" dentro do elevador da Câmara. Alvo de três pedidos, Holiday é o mais acionado na Corregedoria. Uma das representações feita pelo PSOL e pelo PT condena as visitas feitas por ele a escolas municipais para constatar se há "doutrinação" política de alunos por professores de esquerda.
Na briga mais recente, iniciada há duas semanas, o parlamentar do DEM foi acusado por Sâmia de ter divulgado ilegalmente seu telefone em grupos de WhatsApp em uma mensagem que pedia aos seguidores para “convencê-la” a combater o que a direita classifica como “doutrinação das escolas”. A mensagem tinha o logo do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Holiday é coordenador. Ela registrou queixa na polícia por ameaça e pediu a cassação de Holiday na Câmara. Ele nega envolvimento e diz que o fato pode ter sido criado pelo PSOL.
Fla x Flu. Apesar do antagonismo ideológico, ambos rejeitam o que chamam de “velha política” e utilizam estratégias semelhantes de atuação para angariar apoio e marcar posição em seus redutos eleitorais, as redes sociais. “Toda ação aqui dentro é uma postagem”, resume Sâmia, que viu o número de seguidores no Facebook dobrar após a polêmica com Holiday. Nenhum “ataque” da direita fica sem resposta da esquerda, e vice-versa. “Essa rapidez das redes sociais acaba favorecendo esse ambiente (de conflito)”, afirma Holiday, cujo número de fãs subiu 160% depois da eleição.
"Não entrei para me render à dinâmica da velha política, mas para continuar sendo uma ativista, usando o mandato para vocalizar as demandas sociais. Vejo que o Holiday também tenta fazer isso, mas com as bandeiras que ele defende", explica Sâmia. “Nós dois procuramos manter, pelas redes sociais, e-mails e WhatsApp, essa comunicação direta e constante com o nosso eleitorado. A polêmica, quando é fora do campo pessoal, traz um ritmo novo à Câmara”, completa Holiday.
Ambos admitem que seus redutos eleitorais gostam da polarização política e que, mesmo em plenário, discursam para o público externo, que o assistirá em seguida pela internet. Embora já seja copiada por alguns colegas de Legislativo, a prática já começa a incomodar alguns vereadores mais rodados. É o caso do corregedor Souza Santos (PRB) – três mandatos –, a quem cabe apurar as denúncias de quebra de decoro. “O Parlamento é o lugar para se discutir a cidade e não para picuinhas. Parece briga de criança, molecagem. Não caiu a ficha ainda de que são vereadores”, criticou.
"Cada vereador tem seu estilo. Eles (Sâmia e Holiday) são jovens e inteligentes, sabem explorar muito bem essa tecnologia disponível hoje para falar com o público deles. Também são muito rápidos, têm resposta para tudo. Acho que esse calor e essa empolgação é normal no início do mandato, mas de vez em quanto eles dão uma escorregada", avalia Adilson Amadeu (PTB), em seu quarto mandato consecutivo.
Contra. Para a cientista política Maria do Socorro Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), o uso das redes sociais como ferramenta política é positivo, mas não pode ser exclusivo na atuação parlamentar. “Sem dúvida isso aumenta a participação dos jovens na política, o que é positivo, mas são quatro anos de mandato. Eles precisam apresentar projetos de interesse da cidade para não caírem em descrédito.”
Tanto Sâmia e Holiday temem esse cenário e já lançaram algumas propostas na Câmara. A vereador do PSOL já conseguiu aprovar a CPI da Violência contra a Mulher, enquanto parlamentar do DEM apresentou projetos de regularização fundiária e para desburocratizar o serviço público. Mas a rusga entre ambos parece estar longe de terminar. Holiday quer emplacar seu projeto "escola sem partido", enquanto Sâmia defende a proposta "escola sem censura".
"Protocolamos esse projeto em defesa dos debates plurais e democráticos nas escolas, contra a ditadura do pensamento único e em respeito ao magistério. Nesse sentido, buscamos um resultado concreto dessa batalha política, porque essa polarização virtual se dissipa se você não constrói nada", afirma Sâmia. "Essa polêmica envolvendo a escola sem partido é válida porque trouxe à discussão um projeto que está sendo discutido em nível nacional", concorda Holiday.

Mobilização nacional de vacinação contra gripe começa nesta segunda-feira

Começa hoje (17) a mobilização nacional de vacinação contra a gripe. A campanha deste ano inclui, pela primeira vez, os profissionais de educação no grupo prioritário. Cerca de 2,3 milhões de professores de escolas das redes pública e privada devem ser imunizados nos postos de saúde de todo o país.
Nos dias 2 e 3 de maio, os docentes serão vacinados nas escolas. Idosos, trabalhadores do setor de saúde, crianças de 6 meses até 5 anos, gestantes, mulheres no pós-parto, indígenas, população privada de liberdade, inclusive os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, e pessoas com doenças crônicas continuam como público-alvo da vacinação.
A vacina permite a proteção contra os vírus A(H1N1), H3N2 e influenza B. Como os vírus são mutantes, a composição da vacina é feita somente depois da indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as cepas (variações dos vírus) que circularam com mais frequência nos últimos meses na região. Segundo a OMS, em 2016 a cepa do vírus A(H1N1) foi alterada, o que levou à produção de uma nova composição para a campanha deste ano.
Cerca de 60 milhões de doses serão distribuídas aos postos da rede pública de saúde. O Ministério da Saúde espera que pelo menos 54 milhões de pessoas sejam imunizadas até o dia 26 de maio, prazo final da campanha. O dia D da mobilização será em 13 de maio.
O principal objetivo da campanha é reduzir as hospitalizações e a ocorrência de mortes relacionadas à influenza. Segundo o Ministério da Saúde, estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de internações por pneumonia e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da gripe. Em 2016, o país registrou a maior incidência dos casos de gripe desde a pandemia iniciada em 2009. Mais de 2.200 pessoas morreram no ano passado por problemas relacionados à gripe. De janeiro a abril deste ano ocorreram 48 mortes.
Apesar de a incidência de casos estar num ritmo bem menor do que o registrado no ano passado, o Ministério da Saúde alerta para a necessidade de se vacinar o quanto antes e garantir que a proteção seja efetiva no período de maior vulnerabilidade, o inverno. Além de buscar a imunização, o Ministério recomenda que a população lave as mãos várias vezes ao dia, cubra o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evite tocar o rosto, não compartilhe objetos de uso pessoal, mantenha os ambientes bem ventilados e evite a permanência em locais com aglomeração.

Renovação na política deve privilegiar candidatos 'endinheirados' e que atingem 'grandes massas', dizem cientistas políticos

A esperada renovação da classe política brasileira, após o impacto gerado pelas delações da empreiteira Odebrecht, deve privilegiar candidatos "endinheirados" e que "atingem grandes massas", como empresários e lideranças religiosas.
Isso porque, como o custo da campanha eleitoral continua sendo muito alto e as empresas estão proibidas de doar, tendem a ter melhor desempenho nas urnas aqueles com maior acesso a recursos financeiros e com imagem mais consolidada junto ao público.
Sendo assim, nomes como o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), largam na frente.
A opinião é de cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil.
    Na semana passada, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de 76 inquéritos contra 98 personalidades do mundo político, incluindo o alto escalão do governo.
    A decisão foi baseada nas delações premiadas de ex-executivos da empreiteira Odebrecht.
    Os especialistas argumentam que, embora haja uma grande expectativa de mudança, frente ao que chamam de "derrocada da velha política", o grau de renovação vai depender da combinação de outros fatores.
    "A renovação só será possível se houver novos nomes em número suficiente e se os partidos vão perder o controle dessa oferta (de nomes). Até agora, esse controle é muito forte, uma vez que o custo das eleições no Brasil continua sendo alto", explica Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria.
    "Possivelmente, veremos um processo mais fragmentado por causa do desgaste da elite política tradicional, mas só se essa combinação de fatores acontecer. Caso contrário, veremos os mesmos nomes, talvez ocupando postos distintos", ressalva.
    Nas eleições de 2014, segundo levantamento feito nas despesas declaradas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os candidatos gastaram um total de R$ 5,1 bilhões, a maior parte vinda de doações de empresas.
    Já em 2015, o STF decretou o fim das doações de empresas a campanhas eleitorais.
    Ainda assim, Cortez acredita que candidatos da chamada "velha política", inclusive aqueles investigados pela Lava Jato, devem tentar a reeleição.
    Devido aos trâmites do processo, é pouco provável que eles sejam julgados e condenados até as eleições do ano que vem - se isso acontecer, eles se tornam "ficha suja" e são impedidos de concorrer.
    "Não acredito que eles vão deixar de concorrer e desaparecer da cena política. Devemos esperar uma readequação dos objetivos desses candidatos. Eles devem concorrer a cargos menores", opina Cortez.
    Os especialistas destacam ainda que a renovação pode ser prejudicada se o modelo de lista fechada, debatido na proposta de reforma política, for aprovado pelo Congresso.
    Por esse sistema, o voto é destinado ao partido, que, por sua vez, determina qual parlamentar vai ocupar a cadeira no Parlamento.
    "É um casuísmo sem tamanho. Sem dúvida, o objetivo é blindar esses políticos investigados da ira da população e garantir a permanência deles", opina o sociólogo e cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ. "O modelo de lista fechada já funciona em outros países e apresenta vantagens, mas neste momento, se aprovado, engessa a composição do Congresso e privilegia aqueles que estão sendo acusados de corrupção."
    "A lista fechada protege os políticos tradicionais. Não se trata de uma discussão do que é melhor, mas do que eles podem fazer para livrar a própria pele", acrescenta Maria Teresa Kerbauy, cientista política da Unesp em Araraquara.

    'Forasteiros, não aventureiros'

    Neste sentido, caso a aguardada renovação não se concretize, acredita Cortez, pode haver um aumento considerável dos "votos brancos e nulos" nas eleições de 2018.
    Mas, se ocorrer, ela deve priorizar candidatos "endinheirados e que atinjam grandes massas".
    "Os partidos vão recorrer às suas bases mais tradicionais. Vai se dar melhor quem tiver apoio de coletivos, agendas temáticas mais específicas e com maior exposição nas mídias", prevê Cortez.
    "Mas, sem dúvida, um dos elementos principais será o acesso a recursos financeiros", acrescenta.
    "Por isso, aqueles com muito dinheiro já saem com enorme vantagem. Devemos esperar forasteiros, ou seja, nomes estranhos à política tradicional, mas não aventureiros", opina.
    Na caça pelo voto do eleitor, candidatos com grande capacidade de "se conectar com grandes massas" também acabam favorecidos, lembram os especialistas.
    Nesse grupo, estão desde lideranças sindicais a religiosas, passando por celebridades.
    "Lideranças populistas, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), e que não estejam envolvidas nas investigações da Lava Jato, também devem ganhar ainda mais força", diz Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio.
    Cortez pondera, contudo, que a eventual renovação do Congresso não necessariamente resulta "na maior eficácia do processo político".
    Ele cita o caso de Silvio Berlusconi, que se tornou primeiro-ministro da Itália em 1994.
    Bilionário e dono de um conglomerado de mídia, Berlusconi tinha não só recursos financeiros para custear sua campanha como também amplo acesso aos meios de comunicação.
    Tendo sido eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados pouco antes de se tornar premiê, ele foi um dos maiores expoentes da onda de renovação política que varreu a Itália após a Operação 'Mani Pulite' ('Mãos Limpas'), que teria servido de inspiração à Lava Jato ao desvendar a gigantesca rede de corrupção que dominava o país.
    Mas, em 2013, Berlusconi acabou condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal, além de ter sido alvo de inúmeras denúncias de corrupção.

    'Diferenciados e vitimizados'

    O atual contexto político também deve implicar em uma mudança dos discursos eleitorais para 2018.
    Com uma parcela significativa da classe política atingida pelas investigações, a onipresente "bandeira de defesa da ética" deve "sumir das campanhas", afirmam os especialistas.
    Eles acrescentam ainda que os candidatos tendem a ser dividir entre os "diferenciados" e os "vitimizados".
    "Os políticos que não estão sendo investigados e não têm nenhuma relação com o esquema de corrupção vão tentar fazer todo o possível para se diferenciar dos demais", diz Ismael, da PUC-Rio.
    "Por outro lado, aqueles que estão sendo investigados vão tentar se reeleger com o discurso da vitimização. Eles já vêm tentando criar narrativas para desgastar a Lava Jato, apontando eventuais falhas durante as investigações, e esse discurso deve ganhar força até as eleições", conclui.

    Como as raízes do Cerrado levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil


    Chapada dos Veadeiros: Plantas do cerrado atuam como uma imensa esponja, recarregando aquíferos que abastecem rios e reservatórios
    O rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água em Brasília e a cidade de São Paulo terá de aprender a conviver com racionamentos.

    O alerta é do arqueólogo e antropólogo baiano Altair Sales Barbosa, que há quase 50 anos estuda o papel do Cerrado na regulação de grandes rios da América do Sul.
    Ele diz à BBC Brasil que a rápida destruição do bioma está golpeando um dos pilares do sistema: a gigantesca rede de raízes que atua como uma esponja, ajudando a recarregar os aquíferos que levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil.
    Formado em antropologia pela Universidade Católica do Chile, doutor em arqueologia pré-histórica pelo Museu de História Natural de Washington e professor aposentado da PUC-Goiás, Barbosa conta que a água que alimenta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí.
    Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vegetação para que a água chegue lá embaixo.
    Barbosa afirma que muitas plantas do Cerrado têm só um terço de sua estrutura acima da superfície e, para sobreviver num ambiente com solo oligotrófico (pobre em nutrientes), desenvolveram raízes profundas e bastante ramificadas.
    "Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até milhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá inúmeras outras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja."
    Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na estação seca. Graças a ele, as árvores do Cerrado não perdem as folhas mesmo nem mesmo no auge da estiagem - diferentemente do que ocorre entre as espécies do Semiárido, por exemplo.
    Barbosa conta que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas, vertendo o líquido não absorvido para lençóis freáticos no fundo. Dos lençóis freáticos a água passa para os aquíferos.
    O professor diz que essa dinâmica começou a ser afetada radicalmente nos anos 1970, com a expansão da pecuária e de grandes plantações de grãos e algodão pelo Cerrado.
    A nova vegetação tem raízes curtas e não consegue transportar a água para o fundo.
    Pior: entre a colheita e o replantio, as terras ficam nuas, fazendo com que a água da chuva evapore antes de penetrar o solo. Em alguns pontos do Cerrado, como no entorno de Brasília, o uso de água subterrânea para a irrigação prejudica ainda mais a recarga dos aquíferos.
    Em fevereiro, Brasília começou a racionar água pela primeira vez na história - e meses antes do início da temporada seca.

    Migração de nascentes

    Conforme os aquíferos deixaram de ser plenamente recarregados, Barbosa diz que se acelerou na região um fenômeno conhecido como migração de nascentes.
    Para explicar o processo, ele recorre à imagem de uma caixa d'água com vários furos. Quando diminui o nível da caixa d'água, o líquido deixa de jorrar dos furos superiores.
    Com os aquíferos ocorre o mesmo: se o nível de água cai, nascentes em áreas mais elevadas secam.
    Reserva Extrativista de Recanto das Araras de Terra Ronca: Especialista afirma que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas
    Ele diz ter presenciado o fenômeno num dos principais afluentes do São Francisco, o rio Grande, cuja nascente teria migrado quase 100 quilômetros a jusante desde 1970.

    O mesmo se deu, segundo Barbosa, nos chapadões no oeste da Bahia e de Minas Gerais: com a retirada da cobertura vegetal, vários rios que vertiam água para o São Francisco e o Tocantins sumiram.
    O professor diz que a perda de afluentes reduziu o fluxo dos rios e baixou o nível de reservatórios que abastecem cidades do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
    Em 2017, segundo a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o número de municípios brasileiros em situação de emergência causada por longa estiagem chegou a 872, a maioria no Nordeste.
    Já em São Paulo as chuvas de verão aumentaram os níveis das represas e afastaram no curto prazo o risco de racionamento. Mas Barbosa afirma que a maioria dos rios que cruza o Estado é alimentada pelo aquífero Guarani, cujo nível também vem baixando.
    O aquífero abastece toda a Bacia do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, englobando ainda partes da Argentina, Paraguai e Uruguai.

    Fotografia do passado

    Bastaria então replantar o Cerrado para garantir a recarga dos aquíferos?
    A solução não é tão simples, diz o professor. Ele conta que o Cerrado é o mais antigo dos biomas atuais do planeta, tendo se originado há pelo menos 40 milhões de anos.
    Segundo ele, olhar para o Cerrado é como olhar para uma fotografia do passado.
    Parque das Emas: Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil aponta que 872 cidades ficaram em situação de emergência por causa da estiagem em 2017
    "O Cerrado já atingiu seu clímax evolutivo e precisa, para o seu desenvolvimento, de uma série de fatores que já não existem mais."

    Ele exemplifica: há plantas do Cerrado que só são polinizadas por um ou outro tipo de abelhas ou vespas nativas, várias das quais foram extintas pelo uso de agrotóxicos nas lavouras. Essas plantas poderão sobreviver, mas não serão mais capazes de se reproduzir.
    O Cerrado também é uma espécie de museu porque muitas de suas plantas levam séculos para se desenvolver e desempenhar plenamente suas funções ecológicas. É o caso dos buritis, uma das árvores mais famosas do bioma, que costuma brotar em brejos e cursos d'água.
    Barbosa costuma dizer que, quando Cabral chegou ao Brasil, os buritis que vemos hoje estavam nascendo.
    Mesmo plantas de pequeno porte costumam crescer bem lentamente. O capim barba-de-bode, por exemplo, leva mais de mil anos para atingir sua maturidade. Barbosa diz ter medido as idades das espécies com processos de datação em laboratório.

    Parceria com animais

    Sabe-se hoje da existência de cerca de 13 mil tipos de plantas no Cerrado, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo. Dessas espécies, segundo o professor, não mais que 200 podem ser produzidas em viveiros.
    Ele conta que a ciência ainda não consegue reproduzir em laboratório as complexas interações entre os elementos do bioma, moldadas desde a era Cenozóica.
    Barbosa diz, por exemplo, que muitas plantas do Cerrado têm sementes que são ativadas apenas em situações bem específicas. Algumas delas só têm a dormência quebrada quando engolidas por certos mamíferos e expostas a substâncias presentes em seus intestinos.
    Há ainda sementes que precisam do fogo para germinar. Contrariando o senso comum, Barbosa diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado e podem ocorrer de duas formas.
    Uma delas se dá quando blocos de quartzo hialino, um tipo de cristal, agem como lentes que concentram a luz do sol, superaquecendo a vegetação.
    Chapada dos Veadeiros: O Cerrado tem hoje cerca de 13 mil tipos de plantas, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo
    A outra ocorre pela interação entre algumas plantas e animais do Cerrado, entre os quais a raposa, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o cachorro-do-mato-vinagre.

    Segundo Barbosa, esses mamíferos carregam no pêlo uma carga eletromagnética que, em contato com gramíneas secas, provoca faíscas.
    O professor diz que o fogo é necessário não só para ativar sementes, mas para permitir que gramíneas secas, que não têm qualquer função ecológica, sejam substituídas por plantas novas.
    "Se a gramínea seca fica ali, não tem como rebrotar, então é preciso dessa lambida de fogo natural pra limpar aquele tufo."
    Os incêndios também são importantes, segundo ele, para que o solo do Cerrado continue pobre - afinal, foi nesse solo que o bioma se desenvolveu.
    "O fogo é paradigma para quem pensa na preservação. Se você pensa como agrônomo, o fogo é nocivo, porque acentua o oligotrofismo do solo." 

    Estancar os danos

    Quando deixa de haver incêndios naturais, os animais e insetos nativos desaparecem e as plantas do Cerrado são derrubadas, é quase impossível reverter o estrago, diz Barbosa.
    Mesmo assim, ele defende preservar toda a vegetação remanescente para estancar os danos.
    Barbosa diz torcer para que, um dia, a ciência encontre formas de recuperar o bioma.
    "Claro que você não vai reocupar toda a área que está produzindo [alimentos], mas você pode pelo menos tentar amenizar a situação nas áreas de recarga de aquíferos."
    Cachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães: Especialista diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado
    Sua preocupação maior é com a fronteira agrícola conhecida como Matopiba, que engloba os últimos trechos de Cerrado no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos anos, a região tem experimentado uma forte expansão na produção de grãos e fibras.

    "Se esse projeto continuar avançando, será o fim: aí podemos desacreditar qualquer possibilidade, porque não teremos nem matriz para experiências em laboratório."
    Nesse cenário, diz Barbosa, os aquíferos do Cerrado rapidamente se esgotarão.
    "Os rios vão desaparecer e, consequentemente, vai desaparecer toda a atividade humana da região, a começar das atividades agropastoris."
    "Teremos uma convulsão social", ele prevê.

    Por que os ursos panda são preto e branco?

    Urso panda no zoo de Washington.
    Os mesmos pesquisadores que concluíram que as listas das zebras servem para evitar a picada das moscas constataram que os ursos panda –os únicos que não são monocromáticos– são de cor preta e branca para se camuflarem e se comunicarem. Um estudo publicado na revista Behavioral Ecology, realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia Davis e da Universidade do Estado da Califórnia, indica que a maior parte do corpo desses animais, como a cara, o pescoço e o quadril está coberta de branco para se esconderem com facilidade na neve. E os braços e as pernas são pretos porque isso os ajuda a se esconderem nas sombras da floresta.
      "Entender por que o panda gigante tem esta cor é uma velha incógnita que não havia sido possível desvendar até agora porque, como nenhum outro mamífero tem essa aparência, não se podia fazer analogias”, explica Tim Caro, líder do estudo e pesquisador na Universidade Califórnia Davis, em um comunicado.
      O que explica por que somente o panda tem essa cor é sua dieta especial, centrada no bambu. Trata-se de um alimento tão leve que esses ursos não conseguem suficiente energia para hibernar, e por isso se veem obrigados a caminhar tanto pela neve como nas sombras da floresta. As marcas escuras em sua cabeça, por sua vez, se relacionam com a comunicação. Os cientistas acreditam que as orelhas pretas contribuem para intimidar possíveis agressores e que as manchas escuras em torno dos olhos são como uma digital individual relacionada com seu reconhecimento.
      Para chegar a esses resultados os pesquisadores estudaram cada parte do corpo do panda de modo independente para compará-las com as mesmas partes do corpo de outros animais –195 espécies carnívoras e 39 subespécies de ursos, com as quais está aparentado. Depois, vincularam as cores com diversas variáveis ecológicas, genéticas e de comportamento dos animais. A equipe de Caro não encontrou evidências de que o branco e o preto do panda sirva para regular sua temperatura (porque o branco reflete mais calor que o preto), tal como propunham outros cientistas. Sua conclusão é que a cor do panda é resultado de “um conjunto de funções que lhes permite se camuflarem em diferentes ambientes e se comunicarem por meio de traços faciais”.

      Março de 2017 só não foi mais quente que março do ano passado


      Nos últimos 137 anos, houve apenas um mês de março mais quente que o deste ano, e ele foi março do ano passado. Isso é o que diz a última iteração do conjunto de dados de temperatura global da NASA, lançada na última sexta-feira, que aponta para a terrivelmente previsível conclusão de que nossa Terra está ficando mais quente.

      O planeta Terra já se aqueceu anteriormente e, agora, está aquecendo novamente. Quando você vive em uma rocha parcialmente fundida, em um vazio sem ar orbitando um reator de fusão enorme, esse tipo de coisa acontece! Mas, diferentemente de episódios de aquecimento planetário anteriores, que os cientistas dizem ser resultados do escoamento de metano do fundo do mar e de mudanças no formato da órbita da Terra em torno do Sol e várias outras coisas, nosso problema de funcionamento no termostato moderno é o resultado de sete bilhões de humanos dirigindo carros, usando ares-condicionados e comendo uma droga de um hambúrguer de vez em quando. Todos nós estamos aquecendo a Terra juntos.

      Cientistas sabem que a Terra está se aquecendo por causa dos recordes de temperatura, incluindo os da NASA e da NOAA, que vêm desde o fim da década de 1800 e mostra o termostato planetário crescendo aproximadamente um grau celsius ao longo desse período. Nós sabemos que o aquecimento acontece principalmente por causa do dióxido de carbono, já que a concentração desse gás que retém o calor cresceu mais do que um terço em nosso ar desde a Revolução Industrial, e nós descartamos outras explicações. Sabemos que os humanos estão produzindo dióxido de carbono a uma taxa alarmante por causa dos carros, ares-condicionados e hambúrgueres mencionados antes. Sabemos que se continuarmos aquecendo a Terra, o nível do mar continuará subindogeleiras continuarão derretendo e várias outras coisas ruins podem acontecer, mas ainda estamos trabalhando nisso.




      Sabemos que a solução a longo prazo para esse problema planetário pode ser a energia de fusão, se ao menos pudéssemos nos importar de financiá-la, ou talvez vários de nós devessemos levar nossos corpos suados e nosso aquecimento global para Marte (talvez nem precisemos executar um ataque nuclear ao Planeta Vermelho para aquecê-lo). Mas, agora, nós provavelmente deveríamos diminuir o nível de CO2. E sabemos que não estamos fazendo isso rápido o bastante, porque o carbono no ar ainda está subindo, e nós ainda estamos escrevendo publicações como essa.

      Então, o que o humano médio, vivendo nessa bola azul no início do século XXI, pode fazer? Se você se sentir corajoso o bastante, conte àquele seu tio esquisito que, no mês passado, a temperatura foi 1,12ºC mais alta que a temperatura média de março entre 1950 e 1980, conte que 2016 ultrapassou 2015, que ultrapassou 2014 como o ano mais quente da história, fale que a divisão de ciência terrestre da NASA faz um belo trabalho.

      Ou não. Não vou te culpar. Mas, de vez em quando, pense nessa “espaçonave” em que vivemos. Estamos todos juntos nessa.

      Mariana: águas subterrâneas da bacia Rio Doce estão contaminadas


      Vale e BHP darão garantia a acordo sobre desastre de Mariana: downloaded_image20160118-30667-1oqvrbu.jpeg
      Além do Rio Doce, a tragédia de Mariana também pode ter contaminado as águas subterrâneas da região com altos níveis de metais pesados. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Greenpeace, publicada em março deste ano, revelou que a água dos poços artesianos locais apresentou níveis de manganês e ferro acima do permitido pelo governo brasileiro. De acordo com o estudo, o aquífero provavelmente foi afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no município mineiro de Mariana, em 5 de novembro de 2015, considerado a maior tragédia ambiental do país. Os dados são alarmantes já que, como os pequenos agricultores da região não têm outra fonte de água tanto para consumo próprio, como para a irrigação da plantação, eles correm alto risco de contaminação que pode causar, no caso do manganês, problemas neurológicos, semelhantes ao mal de Parkinson, e, dano nos rins, fígado e o sistema digestivo, no caso do ferro.

      Desastre na bacia do Rio Doce
      Para verificar se a água dos poços artesianos também havia sido alterada pelo rompimento da barragem, os pesquisadores analisaram 48 amostras coletadas de três regiões diferentes da bacia do Rio Doce: Belo Oriente (MG), Governador Valadares (MG), e Colatina (ES). As amostras foram coletadas em poços, em pontos do rio e na água tratada fornecida pela prefeitura ou pela Samarco.
      Governador Valadares foi a que mais apresentou níveis de ferro e manganês acima do estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), com doze pontos de contaminados. Já, Colatina teve dez locais com os valores acima do permitido e Belo Oriente, cinco. Segundo o estudo, a água desses locais não é adequada para consumo humano e, em alguns casos, também não é recomendado o uso para irrigação de plantas – situação de alguns pontos de Governador Valadares e Colatina.
      Os pesquisadores disseram que ainda não podem afirmar que os poços sofreram a contaminação direta por conta da lama vinda da barragem, já que faltam estudos prévios na região. Mas, como os poços só foram implementados e utilizados após o derramamento de água no rio — antes 98% da população se abastecia diretamente com a água do Rio Doce –, o estudo trata a contaminação como uma das consequências do rompimento da barragem.
      “A contaminação por metais pesados pode ter  graves agravamentos futuros para as populações do entorno, que necessitam de suporte e apoio pós-desastre. Isso deve ser arcado pela Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, e monitorado de perto pelo governo brasileiro”, disse Fabiana Alves, da Campanha de Água do Greenpeace, em comunicado.

      Agropecuária da região

      No curto prazo, o grande impacto tem sido na agricultura, identificou a pesquisa. O estudo identificou que, a maioria dos pequenos produtores locais não abandonaram suas terras e, agora, enfrentam dificuldades financeiras por não conseguir mais produzir com o solo e a água que têm.
      De acordo com o relatório, 88% dos entrevistados afirmaram ter alterado o tipo de cultivo e/ou criação realizada pela família após o incidente. A produção de cabras, por exemplo, foi bastante afetada pelo desastre e as atividades de pesca e criação de peixes praticamente desapareceram na bacia.
      Dados apresentados pelos pesquisadores após entrevistas com os agricultores demonstraram também que, após o desastre, somente 36% ainda utilizam água do Rio Doce para atividades econômicas. Destes, 87% utilizam a água para irrigação. No entanto, cerca de 60% dos entrevistados considera a água imprópria para uso.