Quando achamos que tudo irá tomar o rumo certo, não vai; quando pensamos ter encontrado a solução, vem a decepção; quando comemoramos: agora acertamos! Erramos. É assim como se sente o eleitor nacional em especial de Caraguatatuba, da euforia à indignação; da esperança à revolta. Tantos são os casos em que alguma figura política se apresenta como aquele bem-intencionado e capaz de representar o povo na satisfação dos seus anseios, contudo, na verdade, nos deparamos com um tremendo vigarista.
Não custa lembrar que antes do apogeu a uma cadeira política, muitos dos que vemos por aí eram pessoas que vieram do nada, passaram dificuldades como a maioria do povo, sentiram as agruras da vidas, conhecem as mazelas da cidade que clama por melhorias, e têm familiares e amigos que ainda lutam dignamente pelo seu sustento. Daí, de uma hora para outra, após serem escolhidos, esquecem-se de tudo e aderem ao que tem de pior na sociedade, e, por que não, na humanidade.
Frise-se que não
estamos falando aqui de divergências ideológicas, nem das diferentes concepções
de encarar os problemas e propor soluções para uma cidade, mas sim de caráter,
índole e compromisso com a causa pública. Como qualquer cidadão, os políticos
estão sujeitos a direitos e deveres,
fiscalizar e serem fiscalizados, depois de eleito, talvez de tanto
de ver os filmes de gângster da infância, alguns passam a agir como tal e outros para fins próprios como os vereadores de
Caraguatatuba que usam do poder para empregar parentes. Convém advertir que
esse personagem nunca tem um final feliz, e "um dia cai do cavalo".
A democracia ainda é o
mais saudável regime de escolha política, apesar dos desapontamentos. Os
diversos casos policiais envolvendo políticos, nada mais é do que reflexo de
extratos pestilentos da nossa sociedade, que têm voz, força e muito dinheiro.
Assim, formam armadilhas onde muitos eleitores caem, seja por inocência ou por
premeditadamente não ligarem para as consequências, até o dia em que a
necessidade bate à sua porta para o seu desespero.
Mas, a democracia também
proporciona instrumentos de expurgo e punição do político delinquente, desde
que as falcatruas sejam descobertas e as instituições de Estado convirjam para
a realização da Justiça e restauração da ordem. Porém, ainda estamos
engatinhando na direção da excelência, dentro de um indispensável processo
aprimoramento e despertar para esse novo horizonte, onde o trabalhador e o
pagador de impostos serão efetivamente prestigiados e respeitados.
O país pulsa a política
nas relações de seus cidadãos. Ela não é um mal em si, mas uma forma de
reivindicar o bem comum e solucionar problemas. Temos eleições no país de dois
em dois anos. Logo, o eleitor tem que atentar para tudo que lhe cerca para não
se deixar ludibriar, participando e buscando informações sobre a vida da sua
cidade. Não adianta só ficar reclamando. Também não existe xerife nem salvador
da pátria, mas sim pessoas, ideias, projetos e
sentimentos nobres. A interrogação do momento pode se transformar na energia
que construirá o nosso amanhã, sempre através do voto.
Guilherme Araújo
Jornalista - (MTB nº 70157), blogueiro e ativista político
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