A polícia do Rio de Janeiro estava cumprindo nesta terça-feira nove mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas que seriam ligadas à prefeitura da cidade e atuavam para atrapalhar e cercear o trabalho da imprensa e para intimidar pacientes da rede pública de saúde.
Os crimes investigados são de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, associação criminosa e advocacia administrativa.
“Tais crimes foram cometidos por servidores públicos contra jornalistas no exercício da função”, disse a polícia do Rio de Janeiro.
Os agentes buscam computadores, telefones e outros meios utilizados para agendar e combinar os atos de cerceamento à imprensa.
A intimidação acontecia normalmente na porta de hospitais públicos da cidade, segundo reportagem da TV Globo. Pessoas ligadas à prefeitura e servidores municipais atuavam para cercear a cobertura jornalística nos hospitais. Os integrantes do grupo atrapalhavam as reportagens e ainda questionavam as reclamações feitas a jornalistas por pacientes que buscavam atendimento médico na rede de saúde.
A atuação, segundo reportagem da Globo, era combinada em grupos de WhatsApp e duplas eram designadas para plantões e sentinelas na porta dos hospitais municipais. Eles chegavam bem cedo as unidades para monitorar e atrapalhar o trabalho dos jornalistas
Além da polícia, o Ministério Público também pretende investigar o caso e parlamentares defendem a cassação do prefeito e abertura de uma CPI às vésperas da eleição de novembro, na qual Crivella tentará a reeleição.
“A mínima atitude que os vereadores podem tomar é instalar uma CPI e brigar para investigar esse crime com o nosso dinheiro que deve estar investido em médico, enfermeiros, remédios e não em milícia eleitoral“, disse a Reuters o vereador Paulo Messina (MDB), ex-secretário da Casa Civil de Crivella e hoje um dos líderes da oposição.
Em nota, a prefeitura não deu maiores detalhes sobre a atuação do grupo que ficou conhecido como “Guardiões do Crivella“ e afirmou que “reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais no sentido de melhor informar à população e evitar riscos à saúde pública, como, por exemplo, quando uma parte da imprensa veiculou que um hospital (no caso, o Albert Schweitzer) estava fechado, mas a unidade estava aberta para atendimento a quem precisava".
"A Prefeitura destaca que uma falsa informação pode levar pessoas necessitadas a não buscarem o tratamento onde ele é oferecido, causando riscos à saúde”, acrescenta a nota.
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