A primeira, de uma série de oficinas de boas práticas de combate ao lixo no mar, reuniu pescadores e operadores de turismo no Píer da Figueira, em São Sebastião, para escutar a comunidade pesqueira, suas expectativas e necessidades, e apresentar o material da Campanha "O Mar não está pra Lixo" sobre resíduos no mar e período de defeso.
Quando o mundo discute a poluição dos oceanos, o Píer da Figueira, localizado no bairro caiçara São Francisco, em São Sebastião, recebeu a inauguração oficial do Programa "O Mar não está pra Lixo" em plena alta estação de turismo no litoral norte de São Paulo, SP. O programa é uma iniciativa do Instituto Supereco, em parceria com a Prefeitura de São Sebastião, APA Marinha e Instituto Educa Brasil, e foi incorporado às atividades do Projeto Tecendo as Águas, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
A iniciativa vem ao encontro ao lançamento da política pública “Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar”, lançada recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente e só reforça a agenda voltada aos oceanos e à sustentabilidade das regiões litorâneas, que é a grande bandeira do Instituto Supereco, que em 2019 completa 25 anos de atuação no Brasil.
12 pescadores e 2 operadores de turismo estiveram junto com a equipe do Instituto Supereco, com o Prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, e vários parceiros como a APA Marinha, a Operação Praia Limpa, o grupo Canoa Havaiana Vaá, Educa Brasil, Vozes das Gotas, DTA Engenharia/PEA-Porto, entre outros, para inaugurar campanhas educativas do Programa, incluindo placas, adesivos náuticos, fichas de sensibilização, abordagens aos turistas e mutirões comunitários terra e mar. Temáticas relacionadas ao lixo no mar, respeito ao período de defeso, a legalização da pesca amadora e orientações de segurança em terra e mar serão trabalhadas ao ano todo.
A participação dos pescadores foi muito inspiradora, onde foi possível levantar necessidades daqueles que estão todos os dias lidando com a pesca e o turismo náutico. Entre as prioridades apontadas estão a instalação de banheiros químicos, mais lixeiras em vários pontos do píer, ducha de água doce e segurança para embarque e desembarque dos visitantes, uma vez que o local está à beira da Rodovia SP-55.
O Instituto Supereco tem ofertado o que está ao seu alcance, como algumas lixeiras e bituqueiras, e a presença contínua no píer para o trabalho junto aos pescadores e turistas. Tem, ainda, a preocupação de ser um canal facilitador para aproximar os responsáveis para atender outras demandas requisitadas, como a agilidade no processo de obtenção da carteirinha de pesca amadora e a capacitação de pescadores em inglês, espanhol e francês básico, para atendimento a turistas estrangeiros, demonstrando, assim, o interesse em se qualificar para o turismo crescente na região.
Para a Presidente do Instituto Supereco e coordenadora geral do Projeto Tecendo as Águas, Andrée de Ridder Vieira, “o trabalho com a comunidade pesqueira é uma maneira de valorizar e apoiar quem já pratica os cuidados com a poluição no mar, mas tem sua vida e renda fortemente impactadas pelas atitudes de outras pessoas. Nós acreditamos num modelo de turismo que respeite o ambiente, as pessoas e as comunidades tradicionais, daí a importância do turismo sustentável de São Sebastião ter a participação social”.
Conforme relatou o operador de turismo Carlos Roberto de Oliveira Dias, o projeto é muito positivo, pois incentiva os pescadores e turistas a terem mais cuidado e a destinarem corretamente o lixo para que ele não vá para o mar.
Segundo Dias, que nasceu no bairro Figueira e vem de uma família de pescadores, hoje ele não trabalha mais com arrasto do camarão, mas quando exercia a função tinha dias que quando arrastava a rede pescava mais lixo do que pescado, o que, pra ele, vai deteriorando o criadouro do camarão. Ele afirmou, ainda, que antes do projeto não havia incentivo em relação ao lixo e que houve um tempo em que tinha mais peixe do que lixo e, atualmente, tem mais lixo do que peixe. “Esse é um trabalho que deve ser contínuo para que o mar volte a ser o que era antes, pois tiramos o sustento de lá. O Instituto Supereco está no caminho certo".
Patrícia Diniz, também operadora de Turismo, disse que a Prefeitura tem que dar mais visibilidade ao projeto. “Embora na placa conste o apoio da prefeitura, como poder público, ela poderia dar mais visibilidade ao projeto com uma divulgação mais abrangente, como, por exemplo, confeccionando faixas do projeto, assim com faz com os shows”, sugeriu.
É importante destacar que o material apresentado aos pescadores é resultado de um diagnóstico participativo feito junto à própria comunidade da bacia hidrográfica do São Francisco, na Etapa I do Projeto Tecendo as Águas, realizada entre 2013 e 2015, quando os pescadores pediram esse tipo de material para sensibilizar moradores e turistas sobre as temáticas ligadas à pesca/oceano.
Próximos passos
A equipe do Projeto Tecendo as Águas continuará firme em seu propósito de atuar junto os pescadores do Píer da Figueira e de pescadores, operadores de turismo e turistas das demais bacias hidrográficas da abrangência do Tecendo as Águas. A segunda placa de sensibilização será instalada, em breve, no Píer Nelson Leite, em frente ao Convento do Bairro São Francisco, e, a partir de então, inicia-se o trabalho de sensibilização para multiplicação do Programa e apoio às boas práticas também com esse público-alvo.
Instituto Supereco
Organização social de interesse público (OSCIP), fundada em 1994, atua em diversos campos da educação, comunicação, conservação e sustentabilidade.
Oceano, águas, florestas, clima e sociedade são sua pauta ambiental!
Mais informações: www.supereco.org.br
Sobre o Tecendo as Águas
O projeto “Tecendo as Águas” conquistou dois prêmios importantes: 1º Lugar da categoria de Preservação dos Recursos Naturais do prêmio “LIF 2015 – Clima e Sociedade: a mudança começa em nós”, da Câmara de Comércio França-Brasil, e, ainda, "Melhores Práticas de Educação Ambiental e Gerenciamento de Recursos Hídricos de 2014”, durante o “XII Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos – Água & Energia”, além da representatividade entre os melhores projetos brasileiros selecionados pela Abong (Associação Brasileira de ONGs) para fazer parte da delegação brasileira no Fórum Social Mundial de 2015, na Tunísia, África. É também o responsável por fomentar a Rede São Francisco de Ecoempreendedorismo Social e o Grupo “Ações em Rede” que já reúne 12 instituições em prol da agenda pelos oceanos e pelo turismo sustentável.
Rede de Parceiros
Além do patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, o Projeto Tecendo as Águas conta com uma rede de parceiros estratégicos como o Instituto Educa Brasil, Prefeitura de Caraguatatuba, Prefeitura de São Sebastião, Trata Brasil, CBH-LN (Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte), CEAG (Centro de Educação Ambiental de Guarulhos), RefreshBrazil, OBME (Organização Brasileira das Mulheres Empresárias), APA Marinha Litoral Norte, ASPS (Associação Sebastianense de Promoção Social), Operação Praia Limpa e Vozes das Gotas.
VERA TEIXEIRA
MTB: 48523/SP
Telefone: (12) 3862-0100
E-mail: comunicacao@supereco.org.br
Instagram: @institutosupereco
Legenda da foto: Entrega de kits de sensibilização a pescadores do Pier da Figueira
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