Apenas 17 dias depois de vencer Nick Diaz, por pontos, em decisão unânime dos juízes, Anderson Silva voltará ao holofote, mas de uma maneira que a maioria dos fãs de MMA dificilmente imaginaria. Ele enfrentará a primeira audiência pelo caso de doping em que foi flagrado em um exame surpresa, realizado em 9 de janeiro. Foram encontrados dois tipos diferentes de anabolizantes em seu organismo.
Em reunião marcada para começar às 19h (de Brasília) na Comissão Atlética do Estado de Nevada, a expectativa é que ele apareça e seja ouvido pela primeira vez desde que o caso veio à tona – ele também pode apenas mandar representantes ou advogados, mas não seria nada bom para sua imagem ou até mesmo para uma possível pena se for considerado culpado.
Como o ex-campeão dos médios do UFC não divulgou nenhuma nota oficial ou falou sobre o assunto até agora – nem mesmo para negar que fez uso do doping – existem muitas situações sem respostas, o que deixa essa audiência muito nebulosa.
- Nem Anderson e nem sua equipe não pediram, até agora, uma contraprova do teste que deu positivo. Ele tem até o começo de março para fazê-lo, mas é uma situação estranha essa demora. Em casos similares, quando não se pede o teste B, vem junto um discurso de assumir a culpa.
- Ele ainda pode falar que as substâncias estavam em seu corpo por conta de uma contaminação dos suplementos que usou durante sua preparação para enfrentar Nick Diaz. Mas isso não o eximiria de ser julgado culpado e pegar um gancho de até um ano.
- A grande questão dessa audiência: o resultado do antidoping feito no dia da luta, em 31 de janeiro. Fontes ligadas ao UFC e à Comissão Atlética garantem que obrasileiro testou positivo novamente. Mas, de forma misteriosa, o resultado ainda não foi divulgado e está sendo escondido pela entidade. Mais um flagrante complicaria muito sua situação.
Mais que definir o futuro de Anderson Silva, esse caso e essa audiência, por consequência, também devem mudar os rumos do próprio UFC em relação ao combate ao doping. O presidente Dana White e o dono Lorenzo Fertitta convocaram uma coletiva para o dia seguinte tendo como pauta um programa específico sobre o problema.
O Ultimate já apertou o cerco sobre o uso de substâncias proibidas nos últimos dois anos ao bancar exames surpresas, mas o caso do brasileiro pode ser o começo de um novo momento para o UFC. Pode ser um recomeço limpo e na marra.
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