Grávidas ouvidas pela polícia no inquérito da Operação Herodes que deflagrou ontem uma megaoperação contra abortos realizados no Rio, segundo o delegado Glaudiston Galeano, contaram que eram tratadas de forma fria, desumana e desrespeitosa pelos médicos aborteiros. Uma das gestantes que se submeteu ao aborto, em depoimento à polícia, contou que o médico Bruno Gomes da Silva, conhecido como Dr. Morte, tomou cerveja no momento em que fazia o aborto nela, na clínica em Bonsucesso.
Em outros relatos à polícia, mulheres contaram ser comum os médicos de forma muito fria e com linguagem chula mandarem elas deitarem rapidamente nas camas ginecológicas. O mesmo tratamento era dado às pacientes após o aborto quando os médicos e enfermeiros mandavam que elas, ainda sob efeito de sedativos, levantassem rápido para que o procedimento fosse feito em outra paciente.
Era uma verdadeira fábrica de abortos. Eles faziam abortos em série, disse o delegado Glaudiston Galeano.
A quadrilha, para fugir das ações da polícia e de prováveis batidas, segundo apontam as investigações da Corregedoria da Polícia Civil, agia nas primeiras horas do dia, à noite e nos finais de semana. O grupo, segundo o delegado, não possuía uma rotina de horário de trabalho para evitar flagrantes e prisões. Os abortos, nessas clínicas eram realizados em sua maioria nas primeiras horas da manhã de forma que às 10h não havia mais “trabalho” e os locais ficavam fechados para não serem surpreendidos.
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