A ativista Elisa de Quadros Pinto Sanzi, de 28 anos, conhecida como Sininho, foi hostilizada na saída da 17ª DP (São Cristóvão), onde havia prestado depoimento sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Depois de deixar a DP, por volta de 16h30m, dois passageiros de um ônibus gritaram, dizendo que ela não poderia entrar no coletivo e que era uma “patricinha hipócrita”. Também ironizaram a inscrição “favela” em sua blusa.
Sininho disse que não conhece Caio Silva de Souza. No domingo, ela tinha estado na delegacia para prestar solidariedade a Fábio Raposo. Nesta terça-feira, ele compareceu à delegacia para esclarecer a informação de que teria oferecido assistência jurídica ao tatuador. Esse serviço seria prestado por advogados do deputado Marcelo Freixo (PSOL), que negou qualquer tipo de ajuda. O depoimento durou cerca de uma hora e meia.
Segundo o advogado de Fábio, Jonas Tadeu Nunes, Elisa teria dito ainda que o parlamentar conheceria os dois acusados da morte do cinegrafista morto — o que Freixo também negou. Ao sair da delegacia, a ativista disse apenas que sua relação com o deputado já foi esclarecida.
Ativista chamou PM de 'macaco'
Sininho acumula fichas na polícia desde o início das manifestações, em junho do ano passado. A última delas aconteceu em 19 de janeiro, quando foi levada à 5ª DP (Mem de Sá) sob acusação de ter chamado de “macaco” um policial militar durante discussão na Lapa. Antes desse episódio, onde acabou indiciada por desacato e foi liberada, Sininho já havia sido presa outras duas vezes por formação de quadrilha.
A ativista é natural de Porto Alegre e afirmou, ao ser presa em 2013, que não trabalhava. Mesmo assim tem dois endereços no Rio: um em Copacabana e outro no Rio Comprido. A Polícia Civil também descobriu que a ativista possui duas carteiras de identidade, com números diferentes.
O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, teve morte cerebral anunciada nesta segunda-feira. Ele foi atingido na última quinta-feira por um rojão lançado por manifestantes durante um protesto no Centro. Foi o primeiro caso de morte entre jornalistas atacados durante os protestos que, desde junho de 2013, acontecem no Rio e em outras cidades do país.
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