A menos de oito meses das eleições, a cidade histórica de Mariana, na região central de Minas, assistiu ontem à posse do quinto prefeito desde o pleito de 2008. O vice-prefeito Roberto Rodrigues (PTB) assumiu a vaga da correligionária Terezinha Ramos, cassada pela Câmara Municipal na noite de terça-feira acusada de usar recursos públicos para pagar serviços particulares de um escritório de advocacia.
A comissão processante da Câmara apurou denúncia apresentada pelo engenheiro Marcius Costa Machado, segundo a qual a prefeita pagou R$ 98 mil para o escritório cujo proprietário era sócio de seu advogado particular e ex-procurador do município. O caso já havia sido apurado pelo Ministério Público Estadual, que pediu o afastamento judicial da prefeita, mas os vereadores foram mais rápidos.
O pagamento foi feito para o escritório justamente para defender Terezinha perante a Justiça Eleitoral, que em maio de 2010 cassou a prefeita e o vice por irregularidades na campanha. Em julho do ano passado, os advogados conseguiram liminar para que ela retornasse ao cargo, mas um mandado de segurança manteve como prefeito interino o então presidente da Câmara, Geraldo Sales de Souza (PDT), o Bambu. Um mês depois, porém, Terezinha conseguiu nova decisão favorável e reassumiu o cargo.
Vaivém. O imbróglio no Executivo de Mariana começou em 2009. Terezinha e Rodrigues ficaram em segundo lugar nas eleições. Porém, eles assumiram a prefeitura depois que o vencedor do pleito, Roque Camello (PSDB), e seu vice, José Antunes Vieira (PR), foram cassados pela Justiça Eleitoral em 2009 por compra de votos.
Com a cassação de Terezinha e Rodrigues em maio de 2010, o Executivo passou às mãos do então presidente da Câmara, Raimundo Horta (PMDB), substituído em janeiro de 2011 por Bambu após sua eleição para a presidência do Legislativo. E a confusão pode durar até as vésperas da eleição deste ano, porque a defesa de Terezinha já adiantou que pretende recorrer.
O Estado não conseguiu localizar Terezinha. A reportagem tentou falar com seu advogado, Arthur Magno e Silva Guerra, mas a informação é de que ele estava em reunião e até o fechamento desta edição não houve retorno.
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