“A bandidagem está solta no Rio de Janeiro e dominando boa parte do território, desenvolvendo seus negócios para ganhar bastante dinheiro. Reportagem do jornal Extra mostrou que, segundo levantamento da Polícia Civil, as 1413 comunidades mapeadas estão loteadas pelas facções do tráfico de drogas e milícias, fato que já era notório nas ruas”.
“Esse incômodo cenário de caça do gato ao rato também não tem fim. Sempre que se prende um bandido ou chefe de quadrilha, rapidamente, há a substituição e os negócios ilegais permanecem a pleno vapor. Por terem dinheiro fácil nas mãos conseguem ainda entrar na estrutura do Estado através da corrupção, cooptando agentes públicos para o bando em troca de proteção e informações privilegiadas, prejudicando em demasia o desmonte dessas organizações”.
“Desse modo, não há outra maneira para melhorar o quadro atual, senão repensar amplamente o sistema de segurança pública, sem querer reinventar a roda, mas sim buscando experiências locais e no exterior que deram certo, trazendo para a nossa realidade, com o chamamento de todos os atores à sua responsabilidade institucional. O que há hoje é muita retórica e pouca ação efetiva. Um ator isoladamente, como a polícia, não conseguirá impedir a expansão das organizações criminosas”.
“A epidemia da violência existe e faz tempo que tira o sono de todos. Enquanto as drogas e armas estiverem chegando às mãos dos bandidos, estes continuarão ousados e propagando o medo. Logo, cabe ao Estado brasileiro reagir e adotar soluções para estancar este mal. Caso contrário, as organizações criminosas continuarão no seu ritmo, sem muitos arranhões”.
https://m.extra.globo.com/casos-de-policia/papo-federal/bandido-presente-24519848.html - por Victor Poubel