GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Renovação na política deve privilegiar candidatos 'endinheirados' e que atingem 'grandes massas', dizem cientistas políticos

A esperada renovação da classe política brasileira, após o impacto gerado pelas delações da empreiteira Odebrecht, deve privilegiar candidatos "endinheirados" e que "atingem grandes massas", como empresários e lideranças religiosas.
Isso porque, como o custo da campanha eleitoral continua sendo muito alto e as empresas estão proibidas de doar, tendem a ter melhor desempenho nas urnas aqueles com maior acesso a recursos financeiros e com imagem mais consolidada junto ao público.
Sendo assim, nomes como o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), largam na frente.
A opinião é de cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil.
    Na semana passada, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de 76 inquéritos contra 98 personalidades do mundo político, incluindo o alto escalão do governo.
    A decisão foi baseada nas delações premiadas de ex-executivos da empreiteira Odebrecht.
    Os especialistas argumentam que, embora haja uma grande expectativa de mudança, frente ao que chamam de "derrocada da velha política", o grau de renovação vai depender da combinação de outros fatores.
    "A renovação só será possível se houver novos nomes em número suficiente e se os partidos vão perder o controle dessa oferta (de nomes). Até agora, esse controle é muito forte, uma vez que o custo das eleições no Brasil continua sendo alto", explica Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria.
    "Possivelmente, veremos um processo mais fragmentado por causa do desgaste da elite política tradicional, mas só se essa combinação de fatores acontecer. Caso contrário, veremos os mesmos nomes, talvez ocupando postos distintos", ressalva.
    Nas eleições de 2014, segundo levantamento feito nas despesas declaradas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os candidatos gastaram um total de R$ 5,1 bilhões, a maior parte vinda de doações de empresas.
    Já em 2015, o STF decretou o fim das doações de empresas a campanhas eleitorais.
    Ainda assim, Cortez acredita que candidatos da chamada "velha política", inclusive aqueles investigados pela Lava Jato, devem tentar a reeleição.
    Devido aos trâmites do processo, é pouco provável que eles sejam julgados e condenados até as eleições do ano que vem - se isso acontecer, eles se tornam "ficha suja" e são impedidos de concorrer.
    "Não acredito que eles vão deixar de concorrer e desaparecer da cena política. Devemos esperar uma readequação dos objetivos desses candidatos. Eles devem concorrer a cargos menores", opina Cortez.
    Os especialistas destacam ainda que a renovação pode ser prejudicada se o modelo de lista fechada, debatido na proposta de reforma política, for aprovado pelo Congresso.
    Por esse sistema, o voto é destinado ao partido, que, por sua vez, determina qual parlamentar vai ocupar a cadeira no Parlamento.
    "É um casuísmo sem tamanho. Sem dúvida, o objetivo é blindar esses políticos investigados da ira da população e garantir a permanência deles", opina o sociólogo e cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ. "O modelo de lista fechada já funciona em outros países e apresenta vantagens, mas neste momento, se aprovado, engessa a composição do Congresso e privilegia aqueles que estão sendo acusados de corrupção."
    "A lista fechada protege os políticos tradicionais. Não se trata de uma discussão do que é melhor, mas do que eles podem fazer para livrar a própria pele", acrescenta Maria Teresa Kerbauy, cientista política da Unesp em Araraquara.

    'Forasteiros, não aventureiros'

    Neste sentido, caso a aguardada renovação não se concretize, acredita Cortez, pode haver um aumento considerável dos "votos brancos e nulos" nas eleições de 2018.
    Mas, se ocorrer, ela deve priorizar candidatos "endinheirados e que atinjam grandes massas".
    "Os partidos vão recorrer às suas bases mais tradicionais. Vai se dar melhor quem tiver apoio de coletivos, agendas temáticas mais específicas e com maior exposição nas mídias", prevê Cortez.
    "Mas, sem dúvida, um dos elementos principais será o acesso a recursos financeiros", acrescenta.
    "Por isso, aqueles com muito dinheiro já saem com enorme vantagem. Devemos esperar forasteiros, ou seja, nomes estranhos à política tradicional, mas não aventureiros", opina.
    Na caça pelo voto do eleitor, candidatos com grande capacidade de "se conectar com grandes massas" também acabam favorecidos, lembram os especialistas.
    Nesse grupo, estão desde lideranças sindicais a religiosas, passando por celebridades.
    "Lideranças populistas, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), e que não estejam envolvidas nas investigações da Lava Jato, também devem ganhar ainda mais força", diz Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio.
    Cortez pondera, contudo, que a eventual renovação do Congresso não necessariamente resulta "na maior eficácia do processo político".
    Ele cita o caso de Silvio Berlusconi, que se tornou primeiro-ministro da Itália em 1994.
    Bilionário e dono de um conglomerado de mídia, Berlusconi tinha não só recursos financeiros para custear sua campanha como também amplo acesso aos meios de comunicação.
    Tendo sido eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados pouco antes de se tornar premiê, ele foi um dos maiores expoentes da onda de renovação política que varreu a Itália após a Operação 'Mani Pulite' ('Mãos Limpas'), que teria servido de inspiração à Lava Jato ao desvendar a gigantesca rede de corrupção que dominava o país.
    Mas, em 2013, Berlusconi acabou condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal, além de ter sido alvo de inúmeras denúncias de corrupção.

    'Diferenciados e vitimizados'

    O atual contexto político também deve implicar em uma mudança dos discursos eleitorais para 2018.
    Com uma parcela significativa da classe política atingida pelas investigações, a onipresente "bandeira de defesa da ética" deve "sumir das campanhas", afirmam os especialistas.
    Eles acrescentam ainda que os candidatos tendem a ser dividir entre os "diferenciados" e os "vitimizados".
    "Os políticos que não estão sendo investigados e não têm nenhuma relação com o esquema de corrupção vão tentar fazer todo o possível para se diferenciar dos demais", diz Ismael, da PUC-Rio.
    "Por outro lado, aqueles que estão sendo investigados vão tentar se reeleger com o discurso da vitimização. Eles já vêm tentando criar narrativas para desgastar a Lava Jato, apontando eventuais falhas durante as investigações, e esse discurso deve ganhar força até as eleições", conclui.

    Como as raízes do Cerrado levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil


    Chapada dos Veadeiros: Plantas do cerrado atuam como uma imensa esponja, recarregando aquíferos que abastecem rios e reservatórios
    O rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água em Brasília e a cidade de São Paulo terá de aprender a conviver com racionamentos.

    O alerta é do arqueólogo e antropólogo baiano Altair Sales Barbosa, que há quase 50 anos estuda o papel do Cerrado na regulação de grandes rios da América do Sul.
    Ele diz à BBC Brasil que a rápida destruição do bioma está golpeando um dos pilares do sistema: a gigantesca rede de raízes que atua como uma esponja, ajudando a recarregar os aquíferos que levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil.
    Formado em antropologia pela Universidade Católica do Chile, doutor em arqueologia pré-histórica pelo Museu de História Natural de Washington e professor aposentado da PUC-Goiás, Barbosa conta que a água que alimenta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí.
    Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vegetação para que a água chegue lá embaixo.
    Barbosa afirma que muitas plantas do Cerrado têm só um terço de sua estrutura acima da superfície e, para sobreviver num ambiente com solo oligotrófico (pobre em nutrientes), desenvolveram raízes profundas e bastante ramificadas.
    "Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até milhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá inúmeras outras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja."
    Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na estação seca. Graças a ele, as árvores do Cerrado não perdem as folhas mesmo nem mesmo no auge da estiagem - diferentemente do que ocorre entre as espécies do Semiárido, por exemplo.
    Barbosa conta que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas, vertendo o líquido não absorvido para lençóis freáticos no fundo. Dos lençóis freáticos a água passa para os aquíferos.
    O professor diz que essa dinâmica começou a ser afetada radicalmente nos anos 1970, com a expansão da pecuária e de grandes plantações de grãos e algodão pelo Cerrado.
    A nova vegetação tem raízes curtas e não consegue transportar a água para o fundo.
    Pior: entre a colheita e o replantio, as terras ficam nuas, fazendo com que a água da chuva evapore antes de penetrar o solo. Em alguns pontos do Cerrado, como no entorno de Brasília, o uso de água subterrânea para a irrigação prejudica ainda mais a recarga dos aquíferos.
    Em fevereiro, Brasília começou a racionar água pela primeira vez na história - e meses antes do início da temporada seca.

    Migração de nascentes

    Conforme os aquíferos deixaram de ser plenamente recarregados, Barbosa diz que se acelerou na região um fenômeno conhecido como migração de nascentes.
    Para explicar o processo, ele recorre à imagem de uma caixa d'água com vários furos. Quando diminui o nível da caixa d'água, o líquido deixa de jorrar dos furos superiores.
    Com os aquíferos ocorre o mesmo: se o nível de água cai, nascentes em áreas mais elevadas secam.
    Reserva Extrativista de Recanto das Araras de Terra Ronca: Especialista afirma que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas
    Ele diz ter presenciado o fenômeno num dos principais afluentes do São Francisco, o rio Grande, cuja nascente teria migrado quase 100 quilômetros a jusante desde 1970.

    O mesmo se deu, segundo Barbosa, nos chapadões no oeste da Bahia e de Minas Gerais: com a retirada da cobertura vegetal, vários rios que vertiam água para o São Francisco e o Tocantins sumiram.
    O professor diz que a perda de afluentes reduziu o fluxo dos rios e baixou o nível de reservatórios que abastecem cidades do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
    Em 2017, segundo a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o número de municípios brasileiros em situação de emergência causada por longa estiagem chegou a 872, a maioria no Nordeste.
    Já em São Paulo as chuvas de verão aumentaram os níveis das represas e afastaram no curto prazo o risco de racionamento. Mas Barbosa afirma que a maioria dos rios que cruza o Estado é alimentada pelo aquífero Guarani, cujo nível também vem baixando.
    O aquífero abastece toda a Bacia do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, englobando ainda partes da Argentina, Paraguai e Uruguai.

    Fotografia do passado

    Bastaria então replantar o Cerrado para garantir a recarga dos aquíferos?
    A solução não é tão simples, diz o professor. Ele conta que o Cerrado é o mais antigo dos biomas atuais do planeta, tendo se originado há pelo menos 40 milhões de anos.
    Segundo ele, olhar para o Cerrado é como olhar para uma fotografia do passado.
    Parque das Emas: Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil aponta que 872 cidades ficaram em situação de emergência por causa da estiagem em 2017
    "O Cerrado já atingiu seu clímax evolutivo e precisa, para o seu desenvolvimento, de uma série de fatores que já não existem mais."

    Ele exemplifica: há plantas do Cerrado que só são polinizadas por um ou outro tipo de abelhas ou vespas nativas, várias das quais foram extintas pelo uso de agrotóxicos nas lavouras. Essas plantas poderão sobreviver, mas não serão mais capazes de se reproduzir.
    O Cerrado também é uma espécie de museu porque muitas de suas plantas levam séculos para se desenvolver e desempenhar plenamente suas funções ecológicas. É o caso dos buritis, uma das árvores mais famosas do bioma, que costuma brotar em brejos e cursos d'água.
    Barbosa costuma dizer que, quando Cabral chegou ao Brasil, os buritis que vemos hoje estavam nascendo.
    Mesmo plantas de pequeno porte costumam crescer bem lentamente. O capim barba-de-bode, por exemplo, leva mais de mil anos para atingir sua maturidade. Barbosa diz ter medido as idades das espécies com processos de datação em laboratório.

    Parceria com animais

    Sabe-se hoje da existência de cerca de 13 mil tipos de plantas no Cerrado, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo. Dessas espécies, segundo o professor, não mais que 200 podem ser produzidas em viveiros.
    Ele conta que a ciência ainda não consegue reproduzir em laboratório as complexas interações entre os elementos do bioma, moldadas desde a era Cenozóica.
    Barbosa diz, por exemplo, que muitas plantas do Cerrado têm sementes que são ativadas apenas em situações bem específicas. Algumas delas só têm a dormência quebrada quando engolidas por certos mamíferos e expostas a substâncias presentes em seus intestinos.
    Há ainda sementes que precisam do fogo para germinar. Contrariando o senso comum, Barbosa diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado e podem ocorrer de duas formas.
    Uma delas se dá quando blocos de quartzo hialino, um tipo de cristal, agem como lentes que concentram a luz do sol, superaquecendo a vegetação.
    Chapada dos Veadeiros: O Cerrado tem hoje cerca de 13 mil tipos de plantas, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo
    A outra ocorre pela interação entre algumas plantas e animais do Cerrado, entre os quais a raposa, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o cachorro-do-mato-vinagre.

    Segundo Barbosa, esses mamíferos carregam no pêlo uma carga eletromagnética que, em contato com gramíneas secas, provoca faíscas.
    O professor diz que o fogo é necessário não só para ativar sementes, mas para permitir que gramíneas secas, que não têm qualquer função ecológica, sejam substituídas por plantas novas.
    "Se a gramínea seca fica ali, não tem como rebrotar, então é preciso dessa lambida de fogo natural pra limpar aquele tufo."
    Os incêndios também são importantes, segundo ele, para que o solo do Cerrado continue pobre - afinal, foi nesse solo que o bioma se desenvolveu.
    "O fogo é paradigma para quem pensa na preservação. Se você pensa como agrônomo, o fogo é nocivo, porque acentua o oligotrofismo do solo." 

    Estancar os danos

    Quando deixa de haver incêndios naturais, os animais e insetos nativos desaparecem e as plantas do Cerrado são derrubadas, é quase impossível reverter o estrago, diz Barbosa.
    Mesmo assim, ele defende preservar toda a vegetação remanescente para estancar os danos.
    Barbosa diz torcer para que, um dia, a ciência encontre formas de recuperar o bioma.
    "Claro que você não vai reocupar toda a área que está produzindo [alimentos], mas você pode pelo menos tentar amenizar a situação nas áreas de recarga de aquíferos."
    Cachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães: Especialista diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado
    Sua preocupação maior é com a fronteira agrícola conhecida como Matopiba, que engloba os últimos trechos de Cerrado no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos anos, a região tem experimentado uma forte expansão na produção de grãos e fibras.

    "Se esse projeto continuar avançando, será o fim: aí podemos desacreditar qualquer possibilidade, porque não teremos nem matriz para experiências em laboratório."
    Nesse cenário, diz Barbosa, os aquíferos do Cerrado rapidamente se esgotarão.
    "Os rios vão desaparecer e, consequentemente, vai desaparecer toda a atividade humana da região, a começar das atividades agropastoris."
    "Teremos uma convulsão social", ele prevê.

    Por que os ursos panda são preto e branco?

    Urso panda no zoo de Washington.
    Os mesmos pesquisadores que concluíram que as listas das zebras servem para evitar a picada das moscas constataram que os ursos panda –os únicos que não são monocromáticos– são de cor preta e branca para se camuflarem e se comunicarem. Um estudo publicado na revista Behavioral Ecology, realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia Davis e da Universidade do Estado da Califórnia, indica que a maior parte do corpo desses animais, como a cara, o pescoço e o quadril está coberta de branco para se esconderem com facilidade na neve. E os braços e as pernas são pretos porque isso os ajuda a se esconderem nas sombras da floresta.
      "Entender por que o panda gigante tem esta cor é uma velha incógnita que não havia sido possível desvendar até agora porque, como nenhum outro mamífero tem essa aparência, não se podia fazer analogias”, explica Tim Caro, líder do estudo e pesquisador na Universidade Califórnia Davis, em um comunicado.
      O que explica por que somente o panda tem essa cor é sua dieta especial, centrada no bambu. Trata-se de um alimento tão leve que esses ursos não conseguem suficiente energia para hibernar, e por isso se veem obrigados a caminhar tanto pela neve como nas sombras da floresta. As marcas escuras em sua cabeça, por sua vez, se relacionam com a comunicação. Os cientistas acreditam que as orelhas pretas contribuem para intimidar possíveis agressores e que as manchas escuras em torno dos olhos são como uma digital individual relacionada com seu reconhecimento.
      Para chegar a esses resultados os pesquisadores estudaram cada parte do corpo do panda de modo independente para compará-las com as mesmas partes do corpo de outros animais –195 espécies carnívoras e 39 subespécies de ursos, com as quais está aparentado. Depois, vincularam as cores com diversas variáveis ecológicas, genéticas e de comportamento dos animais. A equipe de Caro não encontrou evidências de que o branco e o preto do panda sirva para regular sua temperatura (porque o branco reflete mais calor que o preto), tal como propunham outros cientistas. Sua conclusão é que a cor do panda é resultado de “um conjunto de funções que lhes permite se camuflarem em diferentes ambientes e se comunicarem por meio de traços faciais”.

      Março de 2017 só não foi mais quente que março do ano passado


      Nos últimos 137 anos, houve apenas um mês de março mais quente que o deste ano, e ele foi março do ano passado. Isso é o que diz a última iteração do conjunto de dados de temperatura global da NASA, lançada na última sexta-feira, que aponta para a terrivelmente previsível conclusão de que nossa Terra está ficando mais quente.

      O planeta Terra já se aqueceu anteriormente e, agora, está aquecendo novamente. Quando você vive em uma rocha parcialmente fundida, em um vazio sem ar orbitando um reator de fusão enorme, esse tipo de coisa acontece! Mas, diferentemente de episódios de aquecimento planetário anteriores, que os cientistas dizem ser resultados do escoamento de metano do fundo do mar e de mudanças no formato da órbita da Terra em torno do Sol e várias outras coisas, nosso problema de funcionamento no termostato moderno é o resultado de sete bilhões de humanos dirigindo carros, usando ares-condicionados e comendo uma droga de um hambúrguer de vez em quando. Todos nós estamos aquecendo a Terra juntos.

      Cientistas sabem que a Terra está se aquecendo por causa dos recordes de temperatura, incluindo os da NASA e da NOAA, que vêm desde o fim da década de 1800 e mostra o termostato planetário crescendo aproximadamente um grau celsius ao longo desse período. Nós sabemos que o aquecimento acontece principalmente por causa do dióxido de carbono, já que a concentração desse gás que retém o calor cresceu mais do que um terço em nosso ar desde a Revolução Industrial, e nós descartamos outras explicações. Sabemos que os humanos estão produzindo dióxido de carbono a uma taxa alarmante por causa dos carros, ares-condicionados e hambúrgueres mencionados antes. Sabemos que se continuarmos aquecendo a Terra, o nível do mar continuará subindogeleiras continuarão derretendo e várias outras coisas ruins podem acontecer, mas ainda estamos trabalhando nisso.




      Sabemos que a solução a longo prazo para esse problema planetário pode ser a energia de fusão, se ao menos pudéssemos nos importar de financiá-la, ou talvez vários de nós devessemos levar nossos corpos suados e nosso aquecimento global para Marte (talvez nem precisemos executar um ataque nuclear ao Planeta Vermelho para aquecê-lo). Mas, agora, nós provavelmente deveríamos diminuir o nível de CO2. E sabemos que não estamos fazendo isso rápido o bastante, porque o carbono no ar ainda está subindo, e nós ainda estamos escrevendo publicações como essa.

      Então, o que o humano médio, vivendo nessa bola azul no início do século XXI, pode fazer? Se você se sentir corajoso o bastante, conte àquele seu tio esquisito que, no mês passado, a temperatura foi 1,12ºC mais alta que a temperatura média de março entre 1950 e 1980, conte que 2016 ultrapassou 2015, que ultrapassou 2014 como o ano mais quente da história, fale que a divisão de ciência terrestre da NASA faz um belo trabalho.

      Ou não. Não vou te culpar. Mas, de vez em quando, pense nessa “espaçonave” em que vivemos. Estamos todos juntos nessa.

      Mariana: águas subterrâneas da bacia Rio Doce estão contaminadas


      Vale e BHP darão garantia a acordo sobre desastre de Mariana: downloaded_image20160118-30667-1oqvrbu.jpeg
      Além do Rio Doce, a tragédia de Mariana também pode ter contaminado as águas subterrâneas da região com altos níveis de metais pesados. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Greenpeace, publicada em março deste ano, revelou que a água dos poços artesianos locais apresentou níveis de manganês e ferro acima do permitido pelo governo brasileiro. De acordo com o estudo, o aquífero provavelmente foi afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no município mineiro de Mariana, em 5 de novembro de 2015, considerado a maior tragédia ambiental do país. Os dados são alarmantes já que, como os pequenos agricultores da região não têm outra fonte de água tanto para consumo próprio, como para a irrigação da plantação, eles correm alto risco de contaminação que pode causar, no caso do manganês, problemas neurológicos, semelhantes ao mal de Parkinson, e, dano nos rins, fígado e o sistema digestivo, no caso do ferro.

      Desastre na bacia do Rio Doce
      Para verificar se a água dos poços artesianos também havia sido alterada pelo rompimento da barragem, os pesquisadores analisaram 48 amostras coletadas de três regiões diferentes da bacia do Rio Doce: Belo Oriente (MG), Governador Valadares (MG), e Colatina (ES). As amostras foram coletadas em poços, em pontos do rio e na água tratada fornecida pela prefeitura ou pela Samarco.
      Governador Valadares foi a que mais apresentou níveis de ferro e manganês acima do estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), com doze pontos de contaminados. Já, Colatina teve dez locais com os valores acima do permitido e Belo Oriente, cinco. Segundo o estudo, a água desses locais não é adequada para consumo humano e, em alguns casos, também não é recomendado o uso para irrigação de plantas – situação de alguns pontos de Governador Valadares e Colatina.
      Os pesquisadores disseram que ainda não podem afirmar que os poços sofreram a contaminação direta por conta da lama vinda da barragem, já que faltam estudos prévios na região. Mas, como os poços só foram implementados e utilizados após o derramamento de água no rio — antes 98% da população se abastecia diretamente com a água do Rio Doce –, o estudo trata a contaminação como uma das consequências do rompimento da barragem.
      “A contaminação por metais pesados pode ter  graves agravamentos futuros para as populações do entorno, que necessitam de suporte e apoio pós-desastre. Isso deve ser arcado pela Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, e monitorado de perto pelo governo brasileiro”, disse Fabiana Alves, da Campanha de Água do Greenpeace, em comunicado.

      Agropecuária da região

      No curto prazo, o grande impacto tem sido na agricultura, identificou a pesquisa. O estudo identificou que, a maioria dos pequenos produtores locais não abandonaram suas terras e, agora, enfrentam dificuldades financeiras por não conseguir mais produzir com o solo e a água que têm.
      De acordo com o relatório, 88% dos entrevistados afirmaram ter alterado o tipo de cultivo e/ou criação realizada pela família após o incidente. A produção de cabras, por exemplo, foi bastante afetada pelo desastre e as atividades de pesca e criação de peixes praticamente desapareceram na bacia.
      Dados apresentados pelos pesquisadores após entrevistas com os agricultores demonstraram também que, após o desastre, somente 36% ainda utilizam água do Rio Doce para atividades econômicas. Destes, 87% utilizam a água para irrigação. No entanto, cerca de 60% dos entrevistados considera a água imprópria para uso.

      Avó é condenada a prisão perpétua por personificar bruxa


      Avó é condenada a prisão perpétua por personificar bruxa
      Uma avó moradora de Oklahoma, nos EUA, foi condenada a prisão perpétua por aterrorizar a neta ao se vestir como a bruxa "Nelda" - personagem criada por ela própria. Ao incorporar este papel, Geneva Robinson, de 51 anos, maltratava a neta de 7 anos com beliscões, sustos, tapas, chutes, queimaduras e outros tipos de agressões.

      De acordo com o 'Globo', a vó chegou a bater com chicote e cortar o cabelo da criança. O namorado da avó também torturava a menina. Joshua Grander, de 33 anos, se vestia de outro personagem: o demônio "Coogro". O agressor também foi condenado, com uma pena de 30 anos de prisão.
      O terro foi vivido pela menina entre junho e setembro de 2014, após seus pais se separarem e as crianças terem ido morar com a avó.
      A promotora do caso, Merydith Easter, alegou que a criança viveu em uma "casa dos horrores". "Ela merece a mesma quantidade de misericórdia que mostrou a essa criança, o que quer dizer nenhuma", afirmou.

      Juiz dos EUA aprova multa de US$2,6 bi para Odebrecht em caso de corrupção


      Logo da Odebrecht em prédio da empresa em Lima
      Um juiz norte-americano sentenciou nesta segunda-feira a Odebrecht a pagar 2,6 bilhões de dólares em multas em caso criminal de corrupção, assinando acordo entre a empresa e autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças.

      O juiz distrital Raymond Dearie disse em uma audiência na corte federal do Brooklyn que cerca de 93 milhões de dólares serão destinados aos EUA, 2,39 bilhões de dólares ao Brasil e 116 milhões de dólares à Suíça.

      PGR fará raio-x nas doações da Odebrecht a Aécio e ao PSDB

      Senador Aécio Neves (PSDB). Em 29/03: size_960_16_9_senador-aecio-neves-psdb-em-29-03.JPGA Procuradoria-Geral da República vai analisar todas as doações eleitorais feitas, em 2014, pela Odebrecht, ou por qualquer sociedade empresária do seu grupo econômico, ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), ao senador José Agripino Maia (DEM-RN), ao PSDB e ao DEM.
      O raio-x foi solicitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Lava Jato, e autorizado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) em 4 de abril.
      Na corrida eleitoral de 2014, Aécio Neves recebeu um total de R$ 226.858.146,73 milhões em doação. Deste total, R$ 3.933.603 milhões foram da Construtora Norberto Odebrecht, controlada pelo Grupo.
      A Braskem – braço petroquímico do companhia, que tem como sócia a Petrobras -, doou R$ 3.988.830 e a Odebrecht Óleo e Gás, R$ 2.199.885 milhões.
      O PSDB pede a cassação da chapa Dilma/Temer, reeleita em 2014, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico.
      Em manifestação enviada ao TSE, em fevereiro deste ano, o PSDB afirmou que a campanha de Dilma e Temer naquele ano promoveu um “engenhoso e inovador esquema de caixa dois”.
      O senador tucano é alvo de cinco novos inquéritos na Lava Jato. Nesta investigação, a Procuradoria apura as suspeitas levantadas contra o senador pelos delatores Marcelo Odebrecht, Cláudio Melo Filho, Benedicto Júnior e Sérgio Luiz Neves.
      Os executivos da empreiteira apontam, “por meio de declaração e prova documental”, afirma Janot em manifestação a Fachin, que, em 2014, “foi prometido e/ ou efetuado”, a pedido de Aécio Neves “o pagamento de vantagens indevidas em seu favor e em benefício de seus aliados políticos”.
      Segundo Benedicto Júnior, o BJ, em janeiro ou fevereiro de 2014 Aécio Neves solicitou R$ 6 milhões para sua candidatura à Presidência da República.
      BJ declarou que acertou com o senador que os pagamentos se dariam através da empresa de marketing de Paulo Vasconcelos do Rosário e que o executivo da Odebrecht Sérgio Luiz Neves entraria em contato para definir o objeto “do contrato fictício” a ser firmado.
      Sérgio Neves, também delator da Odebrecht, contou à Lava Jato que se reuniu algumas vezes com Paulo Vasconcelos no escritório da empreiteira na Rua Pernambuco n. 1002, 12º Andar, Bairro dos Funcionários, Belo Horizonte.
      O delator narrou que em 15 de janeiro de 2014 foi firmado contrato de prestação de serviço no valor de R$ 3 milhões com a empresa PVR Propaganda e Marketing Ltda, tendo os pagamentos sido efetivados em duas parcelas de R$ 1,5 milhão nos dias 15 de maio e 15 de junho 2014.
      A Odebrecht entregou à Lava Jato a minuta do contrato firmado com a PVR Propaganda e Marketing. As notas fiscais emitidas pela empreiteira também foram enviadas aos investigadores.
      BJ e Sérgio Neves “asseguram” que nenhum serviço foi prestado pela empresa de Paulo Vasconcelos do Rosário ao Grupo Odebrecht. Os delatores declararam que o marqueteiro de Aécio fez “diversas cobranças” posteriores a Sérgio Luiz Neves para quitar a quantia restante de R$ 3 milhões que teria sido ajustada com Aécio Neves mas que o valor não foi pago.
      O procurador-geral da República solicitou a obtenção de registros de ingresso de um dos principais auxiliares do tucano, o empresário Oswaldo Borges da Costa Filho, e do executivo e delator da Odebrecht Sérgio Luiz Neves no prédio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) entre os dias 18 a 22 de setembro de 2014, ou em datas próximas. Fachin deu um prazo de 30 dias para que PF atenda às diligências requeridas por Janot.

      Promessa

      À Procuradoria-Geral da República, BJ e Sérgio Neves afirmaram que por volta de 15 de setembro de 2014, semanas antes do 1º turno da eleição daquele ano, Marcelo Odebrecht prometeu a Aécio R$ 15 milhões.
      Segundo Marcelo Odebrecht, embora o senador tenha solicitado que os valores fossem destinados à sua candidatura de 2014 à Presidência da República, eles combinaram o direcionamento do montante a outras candidaturas vinculadas ao grupo político de Aécio. O delator apontou o pagamento de R$ 1 milhão como contribuição eleitoral ao DEM, por meio do senador José Agripino.
      Em depoimento, Sérgio Neves declarou que Fernando Migliaccio, do departamento de propinas da Odebrecht, lhe afirmou que não seria possível disponibilizar de imediato os R$ 15 milhões para Aécio. O delator afirmou que Fernando Migliaccio se comprometeu a disponibilizar R$ 1 milhão por semana a partir de outubro, finalizando a quantia total em 20 de dezembro.
      Sérgio Neves disse ter entrado em contato e se reunido no prédio da Codemig com Oswaldo Borges da Costa entre 18 a 22 de setembro de 2014 para concretizar os pagamentos da maneira proposta por Fernando Migliaccio. Segundo o delator, Oswaldo Borges da Costa “após manifestar preocupação com a logística proposta e pedir tempo para serem avaliadas alternativas destinadas ao recebimento de valores, acabou por não lhe procurar nem cobrar os referidos valores, de modo que o pagamento, por fim, não se concretizou”.
      Em manifestação ao Supremo, Janot declarou haver “divergência” sobre o pagamento de R$ 15 milhões.
      “Enquanto Marcelo Bahia Odebrecht e Cláudio Melo Filho afirmam terem sido efetuados pagamentos, a pedido de Aécio Neves, destinados ao senador José Agripino, os colaboradores Benedicto Júnior e Sérgio Neves asseguram que nenhum dos valores de R$ 15 milhões ajustados entre Aécio Neves e Marcelo Bahia Odebrecht acabaram sendo pagos”, afirmou o procurador-geral da República.
      Janot anotou ainda que “não há exata correlação entre os fatos relacionados aos pagamentos de R$ 3 milhões realizados através contrato fictício, à promessa de pagamento de R$ 15 milhões feita pelo Grupo Odebrecht, os pagamentos efetivados de R$ 500 mil mensais e de R$ 5 milhões, mediante doação oficial”. “Portanto, faz-se necessária a abertura de investigação para que se apure o montante total repassado e as circunstâncias em relação às solicitações. O certo é que os elementos apresentados são suficientes para autorizar sejam os fatos investigados.”
      Aécio afirmou que as investigações são fundamentais para esclarecer a verdade e demonstrar a realidade. “E, por isso, vão revelar a correção da conduta do senador Aécio e do PSDB. Faz parte desse inquérito, por exemplo, a declaração do ex-diretor Benedicto Jr. que atestou que, em 2014, a campanha presidencial do senador Aécio Neves deixou de receber uma contribuição de R$ 15 milhões por ter se recusado a receber os recursos no exterior”, acrescentou.
      Já Agripino Maia disse que, mesmo não tendo sido candidato em 2014 e desconhecendo o teor das menções que lhe são atribuídas, coloca-se “à disposição da Justiça para colaborar com as investigações que se venham a requerer”.
      Paulo Vasconcelos afirma que conduziu todas as campanhas das quais participou dentro do que estava previsto na lei. “Essas delações contém informações falsas, que serão desmentidas ao longo das investigações”, afirmou. A assessoria de imprensa da PVR alegou que todos os serviços relatados pelo delator foram efetivamente prestados pela empresa, “como teremos possibilidade de comprovar ao longo da investigação”.

      PSOL pede eleições diretas e afastamento dos nomes da lista de Fachin

      PSOL pede eleições diretas e afastamento dos nomes da lista de Fachin: Para Jean Wyllys, 'não existe motivação para que Michel Temer não passe também por investigação'O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou à imprensa por meio de uma entrevista coletiva que o partido, vai pedir afastamento imediato de todos os relatores e altos cargos, como ministros e o próprio presidente da República, Michel Temer, que foram citados na lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, divulgada na última terça-feira (11).
      "solicitamos o afastamento de todos os que estão em posse de mando para se dedicarem às suas defesas", disse o deputado. "Além disso, caso a caso dos indicados será analisado" , completou.
      "O que dá legitimidade para que um programa possa ser implementado é a vontade popular. O PSOL volta a pedir eleições diretas para que a Presidência da República para que a população possa escolher quem deve comandar o país."
      Segundo o deputado, o partido tem o apoio de "mais variadas forças, bem como da maioria da população brasileira".
      Para Wyllys, "não existe motivação para que Michel Temer não passe também por investigação". Ele justifica esta tese com a investigação da ex-presidente Dilma Rousseff autorizada pelo ministro do STF Teori Zavascki.

      Ministro passou mal após saber que estava na lista de Fachin


      Ministro passou mal após saber que estava na lista de Fachin: Roberto Freire, titular da pasta da Cultura, sofre de pressão alta
      O ministro da Cultura, Roberto Freire, teve uma crise de pressão alta ao saber que estava na lista de pedidos do abertura de inquérito elaborada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

      O susto, no entanto, foi desnecessário. O suposto caso que envolvia o ministro foi rejeitado por Fachin, e a informação sobre a inclusão do nome do ministro foi corrigida posteriormente pela Corte.
      De acordo com a acusação, ele teria recebido pagamentos de R$ 200 mil não contabilizados na campanha eleitoral de 2010. O nome do ministro foi citado nos depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht Carlos Armando Paschoal e Benedicto Júnior.

      Em 2014, Marcelo Odebrecht encontrou Marina em reunião num hotel

      Um hotel perto do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi o local do primeiro encontro em 2014 entre Marina Silva (Rede), então presidenciável pelo PSB, e Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente da empreiteira.

      Em 2014, Marcelo Odebrecht encontrou Marina em reunião num hotel: Detalhes sobre a reunião aparecem na delação de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da empreiteiraQuem relata o encontro é Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da empreiteira. O depoimento integra a delação do executivo à Lava Jato, divulgado na quarta-feira (12).
      "A partir daí, houve uma conversa de Marcelo com ela, onde foram colocados posicionamento e valores - valores culturais, não monetários, e estratégias", diz.
      Alencar contou que, após as conversas, a empreiteira acertou doação de R$ 1,25 milhão à campanha, em recursos declarados à Justiça. "Não teve compromisso com alguma contrapartida. Nem Marcelo, nem eu [falamos disso]. Foi muito mais uma conversa de aproximação."
      Ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino era responsável por acertar doações a políticos e a campanhas eleitorais.
      Ele conta que, antes de 2010, a empresa "minimizava" os depósitos declarados para não chamar a atenção para o nome do grupo. Mas também relatou que o fato de a empresa passar a depositar às legendas em doações contabilizadas não acabou com a existência do caixa dois.
      Em 2014, o executivo teveve "atuação bem específica nas doações para as candidaturas da Presidência da República das duas candidatas", Marina Silva e Dilma Rousseff (PT). Marina não é investigada na Lava Jato. Dilma é alvo de inquérito em primeira instância.
      Alencar trabalhou no repasse de R$ 7 milhões em doações legais à petista. Os investigadores questionaram a "diferença expressiva" em relação ao montante destinado a Marina.
      Segundo Alencar, o "timing" explica a distância entre os valores, "pela história que aconteceu".
      "O candidato era o [Eduardo] Campos, e teve esse fato [o acidente aéreo que o matou durante a campanha]. Com Dilma, as conversas já vinham acontecendo. Tinha um relacionamento, digamos, mais antigo."
      OUTRO LADO
      Por meio de sua assessoria de imprensa, Marina Silva diz que se sua campanha foi procurada pela Odebrecht e que a candidata se reuniu com Marcelo Odebrecht e outros dirigentes em uma sala no Hotel Pullman, em Guarulhos.
      No encontro, falaram das "principais propostas para o desenvolvimento sustentável do país".
      A ex-senadora diz que não tratou de "nenhum assunto referente a financiamento de campanha". E que o grupo doou R$ 598,5 mil à candidata, além de R$ 600 mil ao diretório do PSB, não direcionados à campanha.
      Leia, abaixo, a íntegra da resposta da ex-senadora:
      O Comitê de Captação da candidatura presidencial de Marina Silva em 2014 foi procurado pela empresa Odebrecht para conhecer as suas propostas, demanda recorrente de vários setores da sociedade, como empresas, entidades de classe, movimentos sociais, sindicatos e setores ligados à academia.
      Houve uma reunião com o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, e outros dirigentes, onde foram expostas as principais propostas para o desenvolvimento sustentável do país. A reunião ocorreu no hotel Pullman Guarulhos, em sala ao lado do saguão de entrada, em função da agenda de viagens de Marina Silva. Nessa reunião, não se abordou nenhum assunto referente a financiamento de campanha.
      As empresas do grupo Odebrecht realizaram depósitos de R$ 98.574,41 através da empresa Odebrecht Ambiental (2 depósitos) e de R$ 500.000,00 através da empresa Ecosteel Gestão de Águas Industriais para a campanha, conforme consta na prestação de contas apresentadas ao TSE. Durante o período eleitoral, o PSB recebeu doação da Construtora Norberto Odebrecht de R$ 600.000,00 ao Diretório Nacional, que não foram direcionados para a campanha presidencial de Marina Silva.
      É importante ressaltar que todos os depoimentos e demais documentos coletados pela operação Lava-jato, como planilhas, mensagens de celular e troca de e-mails estão em posse do Ministério Público Federal que considerou, no cruzamento dessas informações, que não havia elementos que justificassem o pedido de abertura de inquérito ou o encaminhamento às demais instâncias da Justiça.
      É necessário reiterar o que Marina Silva expressou em Nota do dia 02 de março de 2017, quando esse assunto veio a público pela primeira vez, que ela confia no trabalho da Justiça e defende a urgência para mudar o sistema político corrompido e viciado que tem maculado a nossa democracia. Qualquer acusação de doações irregulares em eleição, para campanha de quem quer que seja, deve ser rigorosamente investigada para que não paire nenhuma dúvida ou suspeita. 

      'Quero, quero, gostei, preciso ganhar', disse Collor 'Roxinho', segundo delatores

      "Quero, quero, gostei, mas preciso ganhar", teria dito o então candidato ao governo de Alagoas nas eleições de 2010, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, durante uma discussão sobre doação de recursos para sua campanha. Os ex-executivos da Oderbrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas, afirmam em depoimento à Procuradoria Geral da República que a conversa ocorreu no apartamento do próprio senador, em Maceió, em agosto daquele ano. "Collor disse que precisava ganhar a eleição e que para isso ele precisava de dinheiro, a campanha estava muito cara", afirmou Barradas.
      Em delação premiada, os executivos afirmaram que a empresa repassou para a campanha de Collor R$ 800 mil de propina e caixa 2. Nas planilhas, o senador era apelidado como "Roxinho", numa referência à frase dita por ele ainda no exercício do mandato de presidente. Em 1991, ele afirmara ter nascido "com aquilo roxo." O valor foi pago pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, que controlava os pagamentos de propinas à políticos.No vídeo, Barradas conta que o pagamento foi feito em São Paulo ."Não foi uma doação oficial. A origem do dinheiro era lícita, mas a maneira de passar era que estava errada", reconheceu. De acordo com ele, isso já estava como pressuposto na reunião. "Não tínhamos condições de fazer doação oficial, enquanto Oderbrecht Ambiental, porque somos uma empresa prestadora de serviço público. Isso é de conhecimento geral."Além dos ex-executivos da Oderbrecht, estava presente na reunião o Euclydes Mello, primo de Ferando Collor.
      O tema central do encontro era uma eventual privatização da Companhia Estadual Alagoana de Saneamento (Casal). "A empresa é uma das mais deficitárias do Brasil. Ele entendeu e disse se francamente favorável à privatização, que sempre foi liberal", disse Santos Reis. "Com esse discurso compatível entre o que ele se propunha a fazer e com que nós gostaríamos de ver, nós acertamos a contribuição de R$ 800 mil", completou o ex-diretor Santos Reis.
      No depoimento, Barradas contou que ele e Santos Reis viajaram para Maceió com um avião da companhia, especialmente para discutir a doação de campanha com Collor. O plano de voo foi apresentado como uma das provas, além da planilha do sistema Drousys, o departamento de propinas da Odebrecht, onde consta a doação de R$ 800 mil. Barradas afirma que já havia, durante o voo, a percepção de que Collor pediria uma contribuição para a eleição. "Não tinha dúvida. Toda vez que você conversa com candidato há expectativa de que ele lhe peça alguma coisa. Essa expectativa com certeza existia."Nas palavras do ex-executivo da Oderbrecht, Collor foi "propositivo". "Quero que você faça as obras", teria dito. "E nós: 'senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras'. E ele: 'Quero, quero, quero. Preciso ganhar'", relatou Barradas no vídeo.Foi nesse momento, disse Barradas, que o tema da doação surgiu. De acordo com Barradas, a reunião com Collor seguiu um padrão comum a de outros políticos. "Quando você tem uma reunião com um candidato, é uma exposição. O candidato do Brasil está sempre atrás de dinheiro. A estratégia da empresa era isso. No momento adequado, buscar as pessoas para tentar ter a sensibilidade, para que eles possam colocar nos planos de governo".
      Em nota, o senador Fernando Collor negou o recebimento de recursos indevidos. "Nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010".

      Turismo Caiçara

      O que eu mas desejo é que, Caraguatatuba desenvolva cada dia mais e que o Turismo seja o melhor assim como uma boa infraestrutura nos pontos turísticos, pousadas, hotéis, restaurantes, bares, taxis, postos de saúde e etc.

      Falar de turismo é complicado, mas eu tenho certeza de que esta gestão vai agregar valores e conhecimentos técnicos para que o turismo de Caraguatatuba seja o melhor...