GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 6 de janeiro de 2013

As verbas federais que somem no Palácio Guanabara



Zeca Pagodinho ajudou as vítimas da chuva em Xerém onde tem um sítio (Reprodução do Globo online)
Zeca Pagodinho ajudou as vítimas da chuva em Xerém onde tem um sítio 

Seria bom o governo federal liberar as verbas emergenciais diretamente ao prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (PSB). Se o dinheiro for para os cofres do governo Cabral todos sabem que vão escoar pelo ralo, basta lembrar da tragédia da Região Serrana. O Ministério Público Federal apontou um monte de desvios, contratos com doadores de campanha de Cabral, superfaturamento, obras não realizadas, mas está faltando alguém ir para a cadeia para servir de exemplo. Os moradores do Morro do Bumba, em Niterói estão até hoje esperando pelas casas. Em abril a tragédia completa dois anos. 

Geraldo Pudim tomou posse na ALERJ


Reprodução do site Ururau, de Campos



Parabenizo o deputado estadual Pudim, que além de meu amigo é o vice-presidente do PR - RJ. Pela sua experiência - já foi deputado federal - certamente poderá dar uma importante contribuição ao nosso estado somando à bancada do PR na ALERJ. 

A fome de cargos do PMDB


Reprodução do Radar online, da Veja



Parlamentares do PMDB se queixam aos quatro ventos de que ainda não foram "agraciados" com os cargos públicos que acham que merecem. Estão famintos por novos cargos. Eduardo Cunha está prometendo aplacar essa "fome" dos seus colegas de bancada. Só falta combinar com o Palácio do Planalto que cada vez quer mais distância dele. Enquanto sonham com os cargos pelo menos vão se deliciando com os almoços bancados por Cunha sempre regados a bons vinhos. Se vão votar nele ou não isso é outra história. 

Cidade da Música vira Cidade das Artes mas continua a meia-bomba


Reprodução do Globo online


Em 2008 César Maia inaugurou a sala principal da Cidade da Música, na Barra da Tijuca, com as obras não concluídas. Eduardo Paes muito o atacou na primeira campanha eleitoral e prometeu que tudo estaria pronto até o final de 2009. Pois bem, passaram-se 4 anos e ontem repetiu-se a cena de 2008 só quem sem a presença do prefeito. Foi reinaugurada a Cidade da Música agora rebatizada de Cidade das Artes, mas apenas a sala principal e com as obras não concluídas. Segundo o jornal O Globo os banheiros estão entupidos, o restaurante ainda será licitado assim como duas salas de cinema e havia até carrinhos de mão e montes de pedra pelo caminho. A obra até agora já custou R$ 560 milhões. Qual a diferença? Bem, apenas que agora o Globo ameniza as críticas e diz que a obra não concluída "peca nos detalhes". 

O efeito das manchetes do jornais


Reprodução da capa do Globo
Reprodução da capa do Globo



O jornal O Globo mostra hoje na principal manchete que dois anos após a tragédia da Região Serrana, o governo Cabral só fez obras em 4km de rios, dos 27km que necessitam de intervenções, apenas 15% do necessário, e que além disso não reconstruiu pontes e nem construiu casas para os desabrigados daquela tragédia. Não passa de sensacionalismo para tentar ficar bem com a opinião pública. Se ao longo desse período tivesse feito cobranças, colocasse os nomes dos responsáveis na primeira página, a começar por Cabral, Pezão e Carlos Minc, enfim se cumprisse o verdadeiro papel de um jornal com certeza as autoridades já teriam feito alguma coisa a mais. Não adianta posar de paladino da moralidade somente na ocasião de novas tragédias. Isso pode servir para vender mais jornais, mas não ajuda em nada a vida da população. 

A tragédia do descaso e da omissão

Manchetes da Veja online



Pelos gastos revelados pela Veja online nem 1/3 da verba prevista foi gasta. Pior é quando se constata que entre as obras anunciadas nem 15% foram concluídas. Essa é a pior das tragédias porque não é provocada por nenhuma intempérie, e sim pelo descaso e pela omissão. É lamentável! 

Rosinha faz gol de placa no primeiro dia útil de 2013


Rosinha e Garotinho na inauguração da Praça do Parque Nova Brasília anteontem (Fotos de Gerson Gomes) CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR



A prefeita Rosinha Garotinho iniciou o ano fazendo entrega de obras para a população em Campos. Uma nova praça, com duas quadras, rampa de skate, quiosques, dois pergolados, playground, tratamento paisagístico e banheiros foi entregue aos moradores do Parque Nova Brasília nesta quarta-feira, primeiro dia útil do ano.

Eu acompanhei Rosinha e o Dr. Chicão e fiz questão de ressaltar a iniciativa num dia em que a maioria dos prefeitos estão com a família, ainda mais os reeleitos que têm a casa arrumada.

"Nos meus 32 anos de vida pública jamais vi um governante entregar obras para a população no primeiro dia útil do ano, em pleno verão, quando a maior parte dos prefeitos e governadores estão aproveitando parte do período de férias com a família, na praia ou em viagem".

Foi um gol de placa de Rosinha que mostra que se reelegeu para trabalhar pelo povo de Campos. Aliás, por falar em gol, ela fez mesmo um de placa na inauguração da quadra do Parque Nova Brasília. Inventaram dela bater um pênalti e eu ser o goleiro. A "artilheira" Rosinha chutou bem e eu claro, que ninguém conte pra ela, mas facilitei as coisas para ganhar um beijo e um sorriso, e deixei a bola entrar. O povo foi ao delírio e Rosinha merece. 

Fotos inéditas da prefeita Rosinha faz gol de placa no primeiro dia útil de 2013


Rosinha e Garotinho na inauguração da Praça do Parque Nova Brasília anteontem (Fotos de Gerson Gomes) CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR



A prefeita Rosinha Garotinho iniciou o ano fazendo entrega de obras para a população em Campos. Uma nova praça, com duas quadras, rampa de skate, quiosques, dois pergolados, playground, tratamento paisagístico e banheiros foi entregue aos moradores do Parque Nova Brasília nesta quarta-feira, primeiro dia útil do ano.

Eu acompanhei Rosinha e o Dr. Chicão e fiz questão de ressaltar a iniciativa num dia em que a maioria dos prefeitos estão com a família, ainda mais os reeleitos que têm a casa arrumada.

"Nos meus 32 anos de vida pública jamais vi um governante entregar obras para a população no primeiro dia útil do ano, em pleno verão, quando a maior parte dos prefeitos e governadores estão aproveitando parte do período de férias com a família, na praia ou em viagem".

Foi um gol de placa de Rosinha que mostra que se reelegeu para trabalhar pelo povo de Campos. Aliás, por falar em gol, ela fez mesmo um de placa na inauguração da quadra do Parque Nova Brasília. Inventaram dela bater um pênalti e eu ser o goleiro. A "artilheira" Rosinha chutou bem e eu claro, que ninguém conte pra ela, mas facilitei as coisas para ganhar um beijo e um sorriso, e deixei a bola entrar. O povo foi ao delírio e Rosinha merece. 

Continua o lobby dos que têm medo de Garotinho




Essa nota de hoje da coluna Panorama Político, do Globo apenas repete outra publicada no último dia 30, que aproveito para relembrar já que muitas pessoas estavam em clima de reveillon e não acessaram o blog. E a resposta da primeira nota vale para o que foi publicado hoje, que pode ser resumido como mais do mesmo. A única coisa que mudou da primeira para a segunda nota é que a turma que estava "de cabelos em pé" agora "está em pânico".


Reprodução do Blog do Garotinho (Clique na imagem para ampliar)
Reprodução do Blog do Garotinho (Clique na imagem para ampliar)

A poderosa Rosemary

Reprodução da revista Veja




Esse é apenas mais um fato que vem corroborar o que já se sabe sobre o grande poder que Rosemary detinha no governo Lula, que supera o limite de uma simples chefe de gabinete. E convenhamos que desta vez Lula não pode sair com a velha desculpa de que não sabia. 

O jogo de cena de Beltrame

Reprodução da coluna Radar, da Veja




Há dois anos que venho avisando que Beltrame só pensa naquilo, ser candidato a governador. Mas o secretário de Cabral fingia que a idéia nem lhe passava pela cabeça, apesar de ter contratado uma assessoria para cuidar de sua imagem. Agora já mudou o discurso e está pensando em aceitar ser vice de Pezão. Pois podem apostar que mais adiante se Pezão não subir nas pesquisas, Beltrame vai dizer que aceita o sacrifício de ser candidato a governador. 

A farra dos cartões corporativos continua


Reprodução da Veja online




Com todo o respeito, mas nem uma criança acredita nessa desculpa de que não foram divulgados gastos com cartões da ordem de R$ 21 milhões por serem "informações estratégicas para a segurança da sociedade e do estado brasileiro". Inventem outra que essa não cola. 

2012 não deixou saudade, por Fernando Henrique Cardoso


É quase uma constante começar o ano novo com um balanço sobre o que finda e com votos de esperança para o futuro. Neste janeiro, não fosse a reiteração da esperança, haveria dificuldades em manter o ânimo. Melhor imaginar que algo de positivo ocorrerá no futuro porque, do ano que se encerrou, pouco restou de bom.
Na vida pessoal, é distinto. Cada um fará o balanço que melhor lhe aprouver; eu pessoalmente nada de monta tenho a lastimar. Mas, nos acontecimentos públicos, quanto desalento. Ainda bem que a História não se repete automaticamente. Vade retro!
Comecemos pela economia e pelas finanças internacionais. Quando parecíamos estar saindo da recessão que se arrastava desde 2008, a recuperação mundial se mostrou mais lenta, e a crise na Europa, ainda mais profunda. É desolação para todos os lados.
Os americanos, mais pragmáticos, nadam de braçada em um mar de dólares trocados por títulos de solvência difícil, à custa do resto do mundo. Este não sabe o que fazer com a taxa de câmbio para se defender da inundação de dólares enquanto os Estados Unidos postergam o dia do ajuste final.
Sua taxa de desemprego continua elevada, embora não em ascensão; não exibem retomada vigorosa da economia, sem todavia cair no abismo fiscal anunciado pela imprensa, o fiscal cliff. Ou melhor, estão mergulhados nele, mas com escafandro: mantêm as ruas aquietadas e vão contornando sem violência os que protestam nas praças, como no caso do movimento Occupy.
Não conseguem, é verdade, escapar do abismo político das posições radicalmente distintas entre republicanos e democratas, muito maior do que aquele no qual está imerso o Tesouro.
Os dois partidos não se entendem para definir uma política fiscal que alivie as aperturas do Tesouro, pois os republicanos não aceitam impostos que taxem mais os ricos, nem apoiam medidas que deem alívio às dificuldades dos mais pobres, sobretudo na questão da saúde. A sociedade americana parece bloqueada.
Os europeus pretendem levar a sério o que os americanos dizem, não o que fazem. Pilotam a economia com rédea de ferro, ortodoxos como ninguém conseguira antes. E a economia, tal como o cavalo do inglês que, quando aprendeu a viver sem comer, morreu, vai de austeridade em austeridade desfazendo o tão penosamente construído modelo social europeu, rompendo, ou melhor, sufocando o Estado de bem-estar social e destruindo as bases de um pacto de convivência aceitável.
É governo caindo por todo lado, e desemprego fazendo as famílias gemerem sem ilusões. E nada de o PIB crescer nem de as contas públicas melhorarem: da crise de liquidez do setor bancário privado passaram à quebradeira dos Tesouros nacionais, enquanto o euro continua intrépido como se fosse bandeira da Alemanha triunfante.
Esta, por sua vez, torna-se capenga pela falta de quem compre as mercadorias que sua produtividade torna baratas em comparação com as produzidas além fronteiras.
Até a China, cujo aparelho produtivo, baseado em exportações, foi criado em aliança com as multinacionais, teve de ajustar-se às circunstâncias, pois lhe falta hoje o vigor do mercado externo de outrora.
O país reconstitui penosamente seus objetivos; por ora, essa transição não se completou, e o velho modelo já não produz os mesmos exuberantes resultados. Tenta aumentar o consumo doméstico e criar a rede de proteção social indispensável para dar ânimo às pessoas e fazê-las, em vez de poupar para a velhice e a invalidez, consumir.
Ao mesmo tempo, com demanda interna insuficiente, a China reduz suas compras de commodities e busca exportar mais os muitos produtos manufaturados que fabrica.
O Brasil sofre com isso. Se aqui a crise não produziu um tsunami, suas marolas converteram-se em marasmo, que obriga à navegação à vela em tempos de calmaria.
Se pelo menos a situação política mundial desse algum sinal de melhoria, haveria consolo. No final de 2011, meus votos foram pela construção de uma melhor governança global, processo que se avizinhava. Não foram atendidos, demos marcha a ré.
As esperanças suscitadas pelo G-20 viraram poeira, e, pelo menos até agora, a regulação do mercado financeiro virou balela.
No plano das relações de poder, apesar dos avanços já alcançados, as razoáveis relações sino-americanas, o deslocamento do eixo do mundo para a Ásia, a progressiva aceitação da Rússia como parte do jogo de poder mundial e o reconhecimento do peso político específico de alguns dos países de economia emergente, como o Brasil, não houve progresso de monta.
O que parecia um ressurgimento que permitiria o reconhecimento do mundo árabe-islâmico como parceiro global , a Primavera Árabe, ainda é uma incógnita. Como se não bastassem a desastrada intervenção europeia na Líbia, que resultou em faccionalismo e violência, a revolta fomentada na Síria, com enorme custo humano, o fracasso da intervenção ocidental no Afeganistão e o congelamento de uma situação política precária no Iraque, há ainda o impasse nas relações palestino-israelenses.
Este, graças à aceitação pela ONU do Estado Palestino na condição de observador, junto com a enigmática revolução egípcia, poderá ser rompido. Sabe-se lá usando quais meios. Oxalá não os nucleares, pretextando a nuclearização do Irã.
Há, portanto, boas razões para desconfiar de que 2013 nos prepare dias melhores. Resta o consolo de que entre nós brasileiros, a despeito do já dito e do desapontador “pibinho”, que parece desenhar outro apenas melhorzinho para o ano em curso, pelo menos o Judiciário desempenhou seu papel.
Sem me regozijar pelo que não me anima, a desolação da cadeia para quem quer que seja, é forçoso reconhecer que as instituições republicanas funcionaram. Há choro e ranger de dentes entre alguns poderosos. Há tentativas desesperadas de negar as evidências e acusar de farsa o que é correto.
Mas tem prevalecido a serenidade dos que acreditam, como diz a bandeira dos mineiros sobre a Liberdade, que a Justiça pode tardar, mas não falha. São meus votos.

A bagunça da atual administração da política econômica


Pode levar anos para consertar o que a bagunça da atual administração da política econômica do Brasil tem feito. Aos poucos, está sendo dilapidado o patrimônio de solidez fiscal do país.
Com truques contábeis, jeitinhos, mudanças de regras, invenções, o ministro Guido Mantega está minando o que o Brasil levou duas décadas para construir: a base da estabilização.
De todos os erros do ministro, esse é o pior. Mantega está tirando a credibilidade dos números das contas públicas. Mesmo quem acompanha o assunto já não sabe mais o valor de cada número que é divulgado.
O governo autorizou o resgate antecipado de R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano. Isso é 81% de um dos fundos do FSB. Além disso, o BNDES pagou R$ 2,3 bilhões e a Caixa R$ 4,7 bilhões, definindo esse dinheiro como dividendo antecipado para o Tesouro.
Está fabricando dinheiro. O Tesouro se endivida, manda o dinheiro para os bancos públicos, depois extrai deles recursos antecipados, alegando serem dividendos de balanços ainda nem fechados. Os recursos são registrados como arrecadação no fechamento das contas do ano. É estelionato fiscal.
Foram tantos truques em que dívida do Tesouro virou receita do governo para fingir o cumprimento de metas fiscais que hoje ninguém sabe dizer qual parte é confiável dos números que o governo divulga.
Só com truques, diferimentos, transformismos e abracadabras, o Ministério da Fazenda conseguiu chegar à meta do ano. 

A atuação do procurador geral, Roberto Gurgel, na ação penal 470



O julgamento da ação penal 470 conhecida como processo do mensalão chegou ao seu término com um desfecho surpreendentemente favorável aos réus na parte que os manteve em liberdade, apesar do açodado pedido de prisão imediata feita pelo PGR numa jogada solerte, indigna do chefe do ministério público que já havia formulado esse mesmo pedido ao plenário do STF, retirado em seguida depois que percebeu que não lograria êxito no intento de oferecer as cabeças coroadas dos petistas graúdos para turba. 

O sentimento predominante no plenário do STF era o de resguardar aos réus o direito de esgotarem todas as vias recursais de sorte que o trânsito em julgado se desse após um detido exame nos recursos que serão apresentados pela defesa deles, após a publicação do acórdão da sentença.

Se presos fossem, Dirceu e companhia  ficariam expostos a um espetáculo midiático jamais visto na história da justiça desse país, comparado ao do sentenciado Damiens descrito por Michel Foucualt, na obra Vigiar e Punir, exceto pelo sofrimento físico imposto e pelo fato de que Damiens era um confesso parricida.

 Já toda a humilhação pública, a desonra, o enxovalhamento de suas honras para além de qualquer reparação reforçaria a desconfiança de  que o mensalão é um julgamento de exceção com todas as garantias constitucionais dos acusados inobservadas e de que não haverá no STF um outro julgamento com semelhantes características, tanto pelo fato causador quanto pelas decisões tomadas pelos ministros do STF.

O passo seguinte dado por Roberto Gurgel demonstrou o caráter perverso do homem que tem a função de ser o fiscal da lei e zelar pelo seu cumprimento. A sua diligência em agir com prontidão e presteza no caso da ação penal 470 mantendo vigilância para fazer valer o peso da lei sobre os réus, mesmo atropelando princípios constitucionais e tomando medidas que violam as garantias individuais dos antes acusados e agora condenados,  distoa do modo leniente como agiu durante as operações Vegas e Monte Carlos da polícia federal, que trouxe à lume o esquema criminoso de Carlos Augusto Ramos, o Calinhos Cachoeira, permitindo que perdurasse tempo suficiente para que se alimentasse a hidra Demóstenes Torres, o falso moralista que reelegeu-se senador pelo Estado de Goiás e com desenvoltura circulava pelo congresso nacional quando Gurgel  já o conhecia suficientemente bem para saber de seu envolvimento com Cachoeira e nada fez para impedir que Demóstenes continuasse a enganar o povo de Goiás e os brasileiros com seu discurso do abismo moral.

Não sem razão o senador Fernando Collor de Mello fez os mais duros ataques a Gurgel da tribuna do senado, repetidas vezes chamando-o de prevaricador e de engavetador de processos. A imprensa tão sequiosa pela moralização da vida pública simplesmente ignorou as acusações do senador, não deu seguimento as denúncias, não as tratou com a repercussão necessária que se requeria, em completa dissimulação, negando ao país o conhecimento das ações do PGR no tratamento que dá aos casos de corrupção por ele investigados, atribuindo diferentes pesos e medidas de acordo com critérios pessoais que ferem à lei, numa demonstração de que suas motivações perpassam a isenção que se espera do chefe do ministério público.

O silêncio da mídia em relação aos atos praticados por Gurgel à frente da PGR que em muitos casos configurariam crimes de função, é parte de um acordo informal que caracteriza a atuação da grande mídia nos últimos anos. Se há uma possibilidade real de prenderem petistas, de demonstrarem que o PT é uma organização criminosa pior do que o PCC e o CV, como afirmou o ministro decano do STF, Celso de Mello, no circo midiático montado para condenar antecipadamente os réus do “mensalão”,  ignora-se o acessório para cuidar do principal.

Assim Gurgel que não sobreviveria a um dia na chefia da PGR se o Jornal Nacional dedicasse 5 dos 18 minutos que dedicou ao mensalão às vésperas das eleições de outubro de 2012 para demonstrar que Carlinhos Cachoeira só cometeu muitos dos crimes de que é acusado porque Gurgel falhou em cumprir com seu munus bem como  para demonstrar que vários processos que se encontram na PGR de pessoas com prerrogativas de foro estão concentrados nas mãos da subprocuradora Cláudia Sampaio, esposa de Gurgel, e de lá não andam por força de interesses escusos mantidos sorrateiramente pelo Roberto Gurgel, de acordo com denúncias do senador Fenando Collor de Mello, continua não obstante como procurador geral, graças a essa blindagem dada pela mídia, a esse acordo informal que une todos no objetivo de transformar o partido dos trabalhadores num ninho de bandidos.

Essa cobertura facciosa da mídia permitiu que Gurgel avançasse na maior desfaçatez e ousadia sobre as garantias dos réus, fazendo as mais vis estripulias para trancafiá-los numa prisão de quinta categoria, em completa violação ao direito de responderem em liberdade até que o trânsito em julgado dessa famigerada ação penal ocorra como sói acontecer em todos os outros casos, sendo este o único de peculiaridades especiais que para o procurador geral deveria ser diferente dos demais, ainda que a jurisprudência do STF determine o contrário.

A falta de pudor de Gurgel não está na apresentação do pedido de prisão dos réus do mensalão em busca de uma decisão teratológica do STF. A sua falta de pudor está em perceber que seria vencido no plenário pelos ministros da suprema corte e num lance imoral retirar o pedido e reapresenta-lo em seguida para apreciação monocrática de Joaquim Barbosa durante o recesso da justiça, na certeza de que Barbosa acataria o pedido e decretaria a prisão dos réus.

Essa  tática imoral de Gurgel tem uma razão de fundo. Gurgel sabe das ações que tomou na PGR durante a operação Vegas da polícia federal. Sabe também que só havia um meio para evitar ser questionado ou objeto de campanha na grande mídia pela sua destituição, atuar com firmeza e de olhos fechados contra o PT e seus mais influentes militantes. 

Isso lhe dá salvo conduto para permanecer até o fim do mandato como procurador geral, embora em qualquer outra parte do mundo, nenhuma outra pessoa ocupando a posição que Gurgel desfruta sobreviveria as contundentes denúncias feitas pelo senador Fernando Collor de Mello.

A esperteza de  Gurgel reside em ter se dado conta de que para livrar-se das acusações de Collor e sair do olho do furacão de uma eventual campanha midiática pela sua destituição da procuradoria geral da república, passaria pelo caminho de agir com toda força de seu cargo para impingir aos acusados na ação penal 470 os crimes pelos quais foram condenados no plenário do STF, 

embora a conduta de Gurgel não seja menos reprovável no tocante a omissão verificada por ocasião da operação Vegas em relação à conduta atribuída aos réus, a estes porém concorrendo o questionamento de que foram condenados sem provas, com base em uma pressão midiática sem paralelo que levou os ministros do STF a um contorcionismo mental capaz de torcer a constituição para dela sorver  os argumentos que levaram os réus à desgraça, enquanto a Gurgel  pululam provas de que suas ações na PGR, no caso da operação Vegas da polícia federal, o compromete de um modo que só podemos taxar de imoral e que sua permanência na PGR é acintosa sob todos pontos de vistas.