GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Autoridades se isolam de protesto, mas elogiam


Autoridades se isolam de protesto, mas elogiam
"Longe da marcha. Dilma e ministros assistem ao desfile oficial"

Apesar de não terem visto nem ouvido os manifestantes da Marcha Contra a Corrupção, as autoridades que estavam no desfile do 7 de Setembro, ao lado a presidente Dilma Rousseff, trataram o protesto como parte do jogo democrático. Blindados pelos tapumes que tomaram todo o quarteirão em frente ao palanque oficial, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, classificaram o ato como 'legítimo' e 'ocorrência natural em uma democracia'.
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, esquivou-se de falar sobre o protesto alegando que 'não viu nada'. Passos disse, porém, que não estava constrangido com a manifestação. Um dos motivos da marcha realizada ontem, o Ministério dos Transportes foi um dos principais alvos da 'faxina' empreendida por Dilma. Nada menos que 27 integrantes da cúpula dos Transportes caíram após revelação, pela revista Veja, de um suposto esquema de propinas montado para irrigar os cofres do PR. Um dos atingidos pela degola foi o ex-ministro Alfredo Nascimento, senador pelo Amazonas e presidente do partido.
Passos, que ocupou o cargo de secretário executivo da pasta durante todo o governo Lula (2003-2010), disse que 'as questões internas do ministério já estão encaminhadas e sendo cuidadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), pelas auditorias, pelas comissões de sindicância e por processos administrativos e disciplinares'. A CGU deve divulgar hoje um primeiro balanço das auditorias realizadas nos contratos do Ministério dos Transportes.
'Maior batalhador'. Marco Maia lembrou que já participou de muitas manifestações pelo País afora e avaliou que a marcha de ontem, na Esplanada dos Ministérios, era 'importante para a democracia brasileira' e, por isso, deveria ser 'respeitada e apoiada'.
Pelo fato de o desfile oficial e o protesto dividirem a mesma avenida, mas em sentidos diferentes, o presidente da Câmara afirmou que isso era um exemplo de convivência pacífica e democrática. 'Que bom que vivemos em um país democrático, onde as pessoas podem expressar as suas opiniões e posições de forma livre, respeitando a segurança e a liberdade de ir e vir das pessoas', disse Marco Maia.
Para o presidente da Câmara, não há nenhum constrangimento para o governo da presidente Dilma Rousseff com o protesto contra a corrupção. 'O governo tem sido o maior batalhador do combate aos malfeitos, para que as denúncias sejam investigadas', argumentou. 'Não vejo nenhum constrangimento, ao contrário, reforça a politica que o governo tem feito de combate à corrupção.'
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, também considerou que a marcha de ontem não representou nenhum constrangimento para o governo. 'É um dever dos nossos governantes, de todas as pessoas que atuam no mundo público, ter respeito pela coisa pública e combater a corrupção.'

Wagner Moura se encontra com ele mesmo em 'O Homem do Futuro'


Wagner Moura se encontra com ele mesmo em 'O Homem do Futuro'
"Wagner Moura e Alinne Moraes em cena do filme 'O Homem do Futuro'"

Em A Mulher Invisível (2009), a imaginação fez com que o personagem do ator Selton Mello fosse capaz de conversar com si mesmo, com ajuda de uma namorada que só existia em sua cabeça. Agora, o cineasta Claudio Torres (Redentor e A Mulher do Meu Amigo) utiliza o tempo para aprimorar essa façanha e fazer Wagner Moura, no papel de Zero, se encontrar não apenas com uma versão dele mesmo, mas com duas. Com orçamento de R$ 8 milhões, O Homem do Futuro, mistura de comédia romântica com uma dose de ficção científica, chega hoje aos cinemas com a promessa de se tornar o grande sucesso nacional do segundo semestre.
A premissa do longa-metragem nasceu exatamente de uma cena de Mulher Invisível. 'Estávamos filmando uma sequência em que Selton brigava com Luana (Piovani). Falei: 'Vai para o lugar dela e diz o texto'', lembra Torres. 'A cena dele contracenando com ele mesmo é uma das que eu mais gosto do filme. Então, percebi que ali havia um assunto interessante.'
No início da trama, Zero (Wagner Moura), um cientista genial e amalucado, está obcecado com o desejo de montar um acelerador de partículas, capaz de criar uma nova forma de energia. Com um ar de derrotado e um quê cômico, o homem busca em seu trabalho um jeito de esquecer o fatídico dia 22 de novembro de 1991. Data em que começou a namorar Helena (Alinne Moraes), a garota mais linda da faculdade, foi humilhado em uma festa à fantasia e levou o maior fora de sua vida.
O problema é que o aparelho criado por Zero não funciona da forma esperada e o leva diretamente ao ano de 91, dando a chance para que mude toda a trajetória de sua vida, o que, claro, vai causar muita confusão. Não, qualquer semelhança com a trilogia De Volta Para o Futuro ou A Dona da História não é mera coincidência (leia mais abaixo). Aqui, vale ressaltar a qualidade dos efeitos especiais criados por Torres e sua equipe. São simples, mas convencem. Merece também destaque a recriação do Rio no início dos anos 90. Os carros, as roupas, os celulares enormes e a presença na TV de Fernando Collor de Mello, no auge de seu mandato, constroem a ambientação.
Com adereços simples, os atores vivem os personagens em duas fases: aos quase 20 anos e na faixa dos 40. Para Maria Luisa Mendonça, que dá vida a uma amiga de Zero, o figurino ajudou. 'A história se passa num baile à fantasia. Então, isso já te coloca de maneira diferente em cena', diz. No caso de Fernando Ceylão, que interpreta o comparsa do cientista, a barba e a postura fizeram toda a diferença na hora de compor seu personagem. 'Usei barba para parecer mais velho e ergui o queixo para ficar sem papada na versão jovem.'
A produção tem bons momentos cômicos, sem apelar para o humor bobo. Como no rápido e espirituoso diálogo entre Zero e um transeunte engravatado (Gregorio Duvivier) e a admiração do protagonista ao perguntar em um bar se é permitido fumar lá dentro. As dicas sobre o futuro que Zero distribui pelo caminho também rendem boas risadas. Uma delas é: em hipótese alguma, estejam em Nova York no dia 11 de setembro de 2001.
O resultado da viagem de Zero é (tcharam!) uma nova viagem no tempo, para tentar recuperar seu amor, o que possibilita o tal encontro entre ele, ele mesmo e ele outra vez. Tudo na mesma festa à fantasia.
A capacidade que Wagner Moura tem de se reinventar a cada diferente Zero impressiona. Ceylão é outro que segura o personagem com louvor.
Antes do malvado Ricardo (Gabriel Braga Nunes) humilhar Zero, Helena, a bela Alinne Moraes, solta a voz em Tempo Perdido, da Legião Urbana. Soam os versos: Todos os dias quando acordo/Não tenho mais/O tempo que passou. Lindo. O único contratempo é que, quando o personagem de Moura acompanha a amada, o filme remete a Vips, em que ele cantou Será, música da mesma banda.
Com atores globais, mas sem criar um ar novelesco, a obra bebe em referências variadas, mas consegue amarrar tudo de maneira despretensiosa. E divertida.

Roberto Carlos visita Muro das Lamentações e é saudado por rabino-mór

De quipá, cercado por policiais e repórteres (as mulheres tiveram de ver de longe, por causa da tradição judaica), o cantor Roberto Carlos causou frisson na tarde deste domingo em Jerusalém, ao visitar um dos lugares mais sagrados dos judeus, o Muro das Lamentações.
Roberto chegou ao local por volta das 16h, após passar pelo Cardo Bizantino, ruínas da antiga Jerusalém do século 6 antes de Cristo (no dia anterior, fora ao Santo Sepulcro; amanhã, ruma para o deserto, num mosteiro armênio).
O rabino-mór de Jerusalém, Shmuel Rabinovich, de surpresa, foi ao seu encontro e o saudou, disse que a voz de Roberto era privilegiada.'Espero que todas as rezas que você fez aqui recaiam sobre ti e para quem você rezou', disse Rabinovich.
Roberto ficou com os olhos marejados. As filmagens que fez nos locais sagrados são para o especial da Globo que será exibido no dia 10, após a novela das nove.

Sou o nome mais forte, diz Marta sobre prefeitura de São Paulo

A senadora Marta Suplicy (PT) afirmou nesta segunda-feira, 5, não ter nenhuma dúvida de que seu nome é o mais forte de seu partido na disputa pela prefeitura de São Paulo. 'Fui para o segundo turno em todas (as eleições municipais) que disputei. Perdi as duas últimas, mas são situações de conjuntura', avaliou.
'Eu não vejo a minha pré-candidatura esmorecer, eu vejo minha candidatura forte', disse ainda.
Marta comentou novamente a situação envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende que o ministro da Educação, Fernando Haddad, seja o candidato do PT em São Paulo.
Voltou a negar que exista conflito entre eles.
'O Lula é muito cordial. O Lula deixa sempre uma porta aberta nas conversas. Ele está se empenhando por um nome novo', disse.
Segundo ela, 'é uma característica do Lula pensar e propor ações, às vezes dão certo, às vezes não dão. E é bom ter um líder que consegue propor ações que o partido pode aceitar ou não aceitar, mas é alguém que está sempre pensando. E que sempre está inovando, está tentando buscar soluções e isso um partido que não tem lideranças desse porte não caminha'.
Marta admitiu que o apoio de Lula influencia na decisão do partido. 'A posição do Lula sempre influi, porque o Lula é o grande líder do partido. Claro que influi. Mas a gente tem que deixar o processo acontecer, o processo é soberano, e a conjuntura determina. Tem que esperar, tem que ter paciência'. A senadora lembrou ainda a amizade que mantém com o ex-presidente. 'Na vida real, o conflito não existe, existe uma amizade muito sólida, de antes da fundação do PT', declarou.
Liderança em pesquisa
Sobre pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, em que ela aparece em todos os cenários com cerca de 30% das intenções de voto na disputa pela prefeitura, contra 2% de Haddad, a senadora avaliou que não se trata de recall por ter participado de outras eleições.
'Acho que a nossa aprovação não é advinda de um recall, de ter participado de eleição. É advinda de obra feita na cidade e isso é muito forte. Você tem marca e tem gente que tem coisas no seu cotidiano que são da nossa gestão', disse.
Marta comemorou ter um 'índice consolidado' e avaliou que tanto ela como Haddad podem crescer com uma boa campanha.
Marta, que participa em São Paulo do seminário Brasil
Metropolitano, parceria entre ela e
a Universidade Mackenzie, negou qualquer interesse eleitoral no evento. 'Tudo que eu fizer pode ser interpretrado do mesmo jeito', afirmou.
Segundo ela, trata-se de um trabalho como senadora, que surgiu da experiência como prefeita. 'É muito difícil você administrar uma capital como São Paulo, que é uma metrópole gigantesca', acrescentou. De acordo com ela, há dificuldades de saber o que é responsabilidade de cada um dentro de uma metrópole, o que dificulta resolver questões como transporte, lixo e segurança. 'Então como senadora eu estava acalentando há muito essa ideia de propor algo nessa direção. Seja projeto de lei, seja uma PEC, mas tem muitas dúvidas sobre o que fazer, qual é a melhor proposta. Então, quando você tem dúvidas, o melhor é ouvir as pessoas que mais entendem, que mais estudam, e nós temos muita gente que estuda isso no Brasil', explicou.

Rebelião na Fundação Casa de Jundiaí deixa 6 feridos

Uma rebelião na unidade da Fundação Casa em Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, deixou seis seguranças feridos na manhã de hoje.
Cerca de 40 dos 54 internos da unidade participaram do confronto, que começou às 7h30 e terminou por volta de 8h40, quando o grupo de apoio e segurança da fundação conteve os internos. Segundo informou a assessoria de imprensa da Fundação Casa, não houve reféns e os funcionários tiveram escoriações leves.
Durante o motim, os internos quebraram móveis da unidade. A Corregedoria apura os motivos e as responsabilidades da rebelião.

Número de pedidos de falência é o menor para agosto nos últimos três anos

São Paulo - O número de pedidos de falência foi o menor dos últimos três anos para o mês de agosto, segundo o indicador da empresa de consultoria Serasa Experian. Em todo o país, foram feitos 170 requerimentos, o que representa uma elevação de 1,8% em comparação com julho, mês que havia registrado crescimento de 20,1% em relação a junho. O menor índice para agosto foi verificado em 2008, quando as solicitações somaram 152.
O setor que mais apresentou pedidos foi o das micro e pequenas empresas, com 121 requerimentos. Em seguida, aparecem as médias empresas, com 29 registros, e por último as grandes empresas, com 20 requerimentos.
No acumulado de janeiro a agosto, o número de pedidos apresenta trajetória de queda com relação ao mesmo período dos dois anos anteriores. Em 2011, as falências requeridas somam 1.214. Em igual período de 2010, o número foi um pouco maior: 1.302. Em 2009, os pedidos chegaram a 1.595.
Segundo economistas da Serasa, o forte desempenho das vendas no Dia dos Pais garantiu um fôlego extra ao caixa das empresas e foi um dos fatores responsáveis pelo menor volume de falências requeridas no mês. De acordo com eles, a permanência dos juros altos, decorrente da política monetária restritiva para controle da inflação, influenciou o custo financeiro das empresas. Além disso, a economia em desaceleração e o custo elevado do capital de giro são determinantes para a insolvência dos negócios.

Tribunal condena Galliano a pagar 6 mil euros por injúrias antissemitas

O Tribunal Correcional de Paris condenou nesta quinta-feira o ex-diretor de criação da Christian Dior John Galliano a uma multa de 6 mil euros por injúrias racistas e antissemitas.
O estilista britânico foi julgado por incidentes ocorridos em outubro de 2010 e fevereiro de 2011 em um bar da capital francesa, que acabaram custando sua demissão da casa de moda e também a saída da companhia que leva seu próprio nome.
Pelo primeiro dos fatos, foi condenado a pagar 2 mil euros, pelo segundo, outros 4 mil.
O julgamento havia ficado pronto para a sentença em 22 de junho, em uma audiência na qual o estilista pediu perdão pelos crimes que cometeu e reconheceu que se encontrava sob o efeito de uma mistura de álcool e remédios. EFE

Facebook ultrapassa Orkut em usuários no BR e acaba com reinado de 7 anos

O Orkut perdeu seu reinado no Brasil. Segundo a revista Isto É Dinheiro, pela primeira vez o Facebook fechou um mês na frente da rede social do Google em número de usuários. A reportagem, que cita números do Ibope Nielsen Online ainda não divulgados, diz que o serviço de Mark Zuckerberg terminou agosto com 30 milhões de usuários no Brasil. O Ibope é um dos institutos de maior credibilidade em medições na internet.
Para o Orkut, é o fim de uma liderança de mais de sete anos. Desde que foi lançado e se popularizou, em 2004, nunca foi ameaçado aqui no Brasil. Sempre foi usado por cerca de 70% dos internautas, de todas as faixas etárias. Concorrentes nacionais tentaram. Não conseguiram. Internacionais também, como o MySpace. Nada.
Mais do que tudo: a vitória do Facebook é histórica por desfazer um mito: o Brasil parecia ter uma relação com o Orkut tão forte que, ao contrário do resto do mundo, outra rede social, no caso, o Facebook, não conseguiria quebrar. O País é um dos últimos a sucumbir à hegemonia da rede de Mark Zuckerberg.
O Facebook, hoje, é quase uma internet dentro da internet. É a maior rede social do mundo. Sua liderança foi conquistada país a país, derrubando as redes sociais líderes localmente. A Europa quase inteira é do Facebook. Países da África, da Oceania, do Oriente Médio. Todos adotaram a rede como a principal. A América inteira do Sul, Central e do Norte escolheu o Facebook. Quer dizer, até agora, menos o Brasil. E a Ásia, bem, essa continua com as redes locais, que são muito fortes por lá.
A pressão para crescer no Brasil foi grande. Imagina uma rede social em que o mundo inteiro está. Este é o Facebook. Se você chega no exterior e diz que está no Orkut, ninguém saberá o que é. E você acaba entrando no Facebook para manter contato com quem você conheceu em viagens. E convida seus amigos brasileiros, que convidam outros amigos brasileiros. E daí mais brasileiros passam a usar. Junte a tudo isso o fato de o Orkut estar saturado e tecnologicamente defasado. Pronto. Começou a migração.
Mark Zuckerberg esteve no Brasil em 2009. O Facebook era muito menor do que o Orkut por essas bandas. Mas ele contou ao Link a sua estratégia. Quando o Facebook foi criado, era para universitários. Ganhou primeiro a universidade de Harvard. Depois as universidades ao redor. Depois as universidades dos EUA e de outros países. Daí abriu para usuários em geral.
A lógica de Zuckerberg: países podem ser como universidades. O site vai ganhando um país a cada vez. E os países vizinhos vão se interessando e migrando. A América inteira estava no Facebook. Como o Brasil iria ficar isolado? 'No começo, muitas faculdades pequenas passaram a usar o Facebook da noite para o dia. Universidades maiores poderiam levar alguns meses. E isso tende a ser similar à escala de um país. Em um país grande como o Brasil levará tempo para chegar a esse estado (passar o Orkut)', disse ele na época.
O Orkut tentou segurar a liderança no Brasil. E foi, cada vez mais, copiando as ferramentas do Facebook. Fotos maiores no avatar, botão 'Gostou?' lembram do 'Curtir'? -, games sociais, como o que lembra o FarmVille. Trocou neste ano, pela primeira vez, seu logo, para ficar com uma identidade visual mais 'moderna' e 'ousada'. Lançou até uma campanha para dizer que o 'Orkut não para de crescer'.
Não deu. Enquanto, em abril, o Orkut estava estagnado, o Facebook já mostrava uma enorme força: nada menos do que 159% mais usuários em um ano.No fim de julho, uma pesquisa apontava que o Facebook já tinha 70% dos usuários do Orkut.
Segundo o responsável pela rede de Mark Zuckerberg no Brasil, Alexandre Hohagen, esse crescimento se acelerou após a estreia do filme A Rede Social, no ano passado, e embalou ainda mais a partir da virada de 2010 para 2011: foram 20 milhões de novos usuários em um ano, disse em agosto deste ano.
Para o Orkut, a perda da liderança no Brasil deixa um rastro de incertezas. O País era o único em que a rede social ainda era relevante. A Índia, outro país em que era historicamente líder, passou a preferir o Facebook em agosto do ano passado. Quando o Google lançou neste ano sua nova rede social, o Google+, fez questão de afirmar que o Orkut não iria acabar. Resta saber: quem vai usar?

Erundina vê 'jogo' com Comissão da Verdade

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desconfia da pressa do governo para aprovar o projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. Em sua avaliação, a correria não se deve a uma preocupação sincera com o esclarecimento de violações de direitos humanos ocorridas na ditadura militar. O objetivo verdadeiro seria dar uma satisfação rápida à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e evitar constrangimentos internacionais ao Brasil.
No ano passado, em resposta a ação movida por familiares de desaparecidos na guerrilha do Araguaia, aquela corte determinou ao País que investigue e puna os responsáveis por crimes contra a humanidade cometidos na ditadura. O prazo para que o governo comece a atender à ordem com ações acaba em dezembro.
'É possível que, em dezembro, quando a corte cobrar o Brasil, o governo responda que criou a Comissão da Verdade, tentando evitar um vexame político internacional', diz a deputada e ex-prefeita de São Paulo. 'Mas é pouco provável que a comissão tenha condições de atender ao que está sendo exigido.'
A desconfiança de Erundina é baseada em três pontos. A primeira é que a comissão não terá autonomia orçamentária: ficará dependente de verbas da Casa Civil da Presidência. Em segundo lugar, disporá de prazo de apenas dois anos para concluir seu trabalho. A terceira e última questão é que contará com poucos integrantes - serão sete - para uma missão muito ampla.
'Em países da América Latina que realizaram investigações semelhantes, as comissões chegaram a ter 200 integrantes', diz a deputada. 'Aqui serão sete, sem orçamento próprio e com pouco prazo. Tudo leva a crer que não acrescentarão nada àquilo que os que os familiares já sabem sobre os crimes.

Marcha contra corrupção ofusca desfile em Brasília

A Marcha Contra a Corrupção, convocada pelas redes sociais na internet, ofuscou o desfile comemorativo do 7 de Setembro, em Brasília, historicamente marcante por causa da participação do presidente da República e das Forças Armadas.
Cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, caminharam ontem por uma via da Esplanada dos Ministérios para protestar contra a série de escândalos que marcam a política contemporânea brasileira. No mesmo momento, a presidente Dilma Rousseff estreava, do outro lado da rua, no papel de primeira mulher presidente a comandar a cerimônia nacional do Dia da Pátria.
A forte segurança do 7 de Setembro impediu o contato de integrantes da marcha com participantes do desfile oficial. O sucesso do protesto ocorreu uma semana após congresso do PT demonstrar que não apoia nenhum tipo de 'faxina' anticorrupção no governo e de considerar que esses movimentos eram parte de uma 'conspiração midiática' e uma forma de promover a 'criminalização generalizada' da base aliada ao Planalto.
A marcha evitou as referências partidárias. Membros do PSOL tentaram levar bandeiras do partido, mas foram impedidos de seguir adiante com os adereços. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ensaiou entrar na marcha, mas, advertido, preferiu apenas acompanhá-la discretamente.
Vestidos de preto, com narizes de palhaço, faixas e cartazes, os manifestantes criticaram a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), na semana passada, o voto secreto no Congresso, os recentes escândalos de corrupção no governo e a manutenção do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no comando do Legislativo. Pediram até a destituição de Ricardo Teixeira da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Exigiram, ainda, a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa - que depende de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma faixa vinculava o nome do ditador líbio Muamar Kadafi à política brasileira, lembrando que qualquer um pode se candidatar, independentemente da ficha criminal. 'Kadafi, não importa o seu passado, no Brasil você pode ser deputado.'
Em oito meses de gestão, Dilma foi obrigada a trocar Antonio Palocci, Alfredo Nascimento e Wagner Rossi por conta do envolvimento deles em suspeitas de corrupção na Esplanada.
O protesto começou tímido no Museu Nacional de Brasília, por volta de 9h, com 2 mil pessoas, mas foi engrossando com a adesão de quem foi ao desfile oficial. No fim, ao meio-dia, na Praça dos Três Poderes, a marcha chegou a 25 mil pessoas, segundo balanço da PM. A rede social Facebook foi a principal ferramenta de convocação, observou Luciana Kalil, 30, uma das organizadoras do protesto.
Ministros
Em um desfile rotineiro e de público reduzido, o 7 de Setembro em Brasília chamou a atenção mais pela presença de quase todos os ministros no palanque presidencial, prestigiando a estreia de Dilma Rousseff - primeira mulher presidente da República - no comando da comemoração nacional do Dia da Pátria. Pelo menos 32 ministros foram à festa, que teve um esquema de segurança reforçado por conta das manifestações contra a corrupção.
Dilma foi ao desfile acompanhada da filha Paula e do neto Gabriel, de um ano. Apesar da presença maciça dos ministros, foi notada a ausência do vice-presidente Michel Temer, que viajou para Natal. Também não compareceram à cerimônia os presidentes do Congresso, senador José Sarney, e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, que cobra do Executivo e do Congresso a aprovação de um reajuste salarial de quase 15% para o Judiciário. Ao contrário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não prestigiou a tradicional exibição da Esquadrilha da Fumaça. Assim que o último batalhão militar passou à frente do palanque presidencial, Dilma foi embora, sendo seguida pelos demais ministros. O neto Gabriel deixou o palanque às 10h05, depois de brincar muito com a avó e com a faixa presidencial.

Novo imposto não garantiria mais recursos para saúde

Mesmo se o Congresso aprovasse a instituição de um novo imposto para financiar a saúde, não existe garantia de que os recursos arrecadados seriam de fato usados para investimentos no setor. Segundo um estudo do corpo técnico da Câmara, divulgado no fim de agosto, a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) - vista como um retorno da CPMF - poderia se transformar em economia do governo para pagar o juro da dívida. Isso acontece porque o texto que cria o novo imposto não obriga o governo a aplicar os recursos arrecadados.
Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o governo desistiu de defender a criação de um novo tributo para financiar a saúde. O Planalto teria sido informado de que não conseguiria apoio político para aprovar, no Congresso, a implementação de mais um imposto. 'Vale dizer, há a possibilidade de a CSS ser arrecadada e não ser aplicada, vindo a servir apenas para fazer superávit (economia do governo para pagamento de juros)', diz o estudo da Câmara.
O projeto que instituiria a CSS - que espera para ser votado na Câmara - determina que os recursos arrecadados com o imposto só podem ser destinados à saúde. O texto determina, ainda, que o montante não poderá ser usado para atingir o piso de investimentos na saúde, de cerca de 7% do orçamento da União. O projeto, contudo, não obriga que o governo de fato aplique este montante.
'Não se questiona estarem os recursos da CSS vinculados ao setor saúde. Tampouco se pode questionar que a CSS representa recursos adicionais ao atual piso constitucional', ponderam os técnicos da Câmara. 'O problema surge com a ausência de obrigatoriedade de aplicação. Justamente por não serem computados no piso constitucional, os recursos arrecadados pela CSS não terão obrigatoriedade de aplicação.

SP mantém contrato com empresa de 'contrainformação'

O governo paulista mantém há três anos contrato com uma empresa que, segundo seu proprietário, trabalha com 'contrainformação' e faz 'varreduras' em escutas telefônicas na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), empresa de economia mista - e sociedade anônima fechada - que gerencia toda a rede de dados do Executivo estadual.
A Fence Consultoria Empresarial Ltda. foi contratada em julho de 2008, durante a gestão do ex-governador José Serra (PSDB), e continua trabalhando para a administração do também tucano Geraldo Alckmin.
A Prodesp diz que a Fence presta 'serviços técnicos especializados em segurança de comunicações em sistemas de telefonia fixa' nos 'ambientes internos e externos' da estatal. Ainda conforme a Prodesp, somente as suas linhas são monitoradas, pois ela não tem acesso a linhas ou troncos telefônicos de outros órgãos.
A contratação se deu sem licitação porque a Prodesp avaliou tratar-se da única empresa no mercado que atendia a todas as suas necessidades. No dia 19 de agosto, o Diário Oficial do Estado publicou a segunda prorrogação do contrato. O valor a ser pago nos próximos 12 meses, de acordo com o documento, é exatamente igual ao do primeiro contrato - que teve duração de dois anos - e da outra prorrogação: R$ 858,6 mil por ano. Significa que ele nunca foi corrigido, nem pela inflação. E que, com esse preço como referência, o governo já pagou um total de R$ 2,6 milhões à Fence.
Monitoramento restrito
A Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) informou, em nota, que 'somente monitora suas linhas telefônicas e não tem acesso a linhas ou centrais telefônicas de qualquer outro órgão da administração pública em geral, sejam seus clientes ou não'.
A empresa sustentou também que a contratação da Fence Consultoria Empresarial Ltda. foi totalmente regular: 'Obedeceu rigorosamente aos preceitos legais e dispositivos previstos na Lei de Licitações e já foi analisada pelo Tribunal de Contas do Estado e julgada regular'.
A reportagem indagou se o governador Geraldo Alckmin tinha conhecimento do contrato e se via a necessidade dessa contratação. A assessoria do Palácio dos Bandeirantes não respondeu a essas perguntas e argumentou que a manifestação oficial era a da Prodesp, repassada à reportagem pela Secretaria de Gestão Pública. Procurada desde a semana passada, a assessoria do ex-governador José Serra informou que não conseguiu encontrá-lo até o fechamento desta matéria.
O proprietário da Fence Consultoria, coronel reformado do Exército Ênio Gomes Fontenelle, explicou que sua empresa atua na área de consultoria em segurança de comunicações. 'Faz contrainformação, varredura', afirmou. De acordo com ele, a Fence trabalha na detecção de escutas clandestinas, tanto em telefones como ambientes, e não realiza nenhum tipo de proteção de dados.
Fontenelle disse também que não poderia informar quem o procurou em 2008 para contratar a Fence: 'Isso é informação privilegiada do cliente'. Fontenelle reafirmou a versão apresentada pela Prodesp, segundo a qual nunca houve necessidade de varreduras fora de sua sede nem a realização de qualquer visita em caráter de emergência.

Justiça condena empresas envolvidas no mensalão do DEM

Seis empresas terão de devolver R$ 240,8 milhões aos cofres públicos por contratos considerados irregulares, ligados ao esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM. O valor foi estipulado pela Justiça Federal do Distrito Federal, segundo reportagem desta quinta-feira, 8, da Folha de S.Paulo.
A sentença, do dia 24 de agosto, foi dada pela juíza Gislaine Reis e ainda cabe recurso. Foram citadas as empresas Linknet (R$ 79 milhões), Linkdata (R$ 50 milhões), Prodata (R$ 38 milhões), Conecta (R$ 36 milhões), Poliedro (R$ 35 milhões) e Brasil Telecom (R$ 2,8 milhões). As cinco primeiras foram citadas pelo delator do esquema, Durval Barbosa, na investigação. A juíza sustenta que as empresas não poderiam ter sido contratadas sem licitação. As empresas afirmaram que vão recorrer da decisão.

Alckmin anuncia mínimo paulista de R$ 600 e compara aumento de metrô a reajuste do ônibus em SP

SÃO PAULO O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou no inicio da tarde desta quarta-feira, 9, o reajuste para o salário mínimo paulista. O beneficio, que tem três faixas, ficou em R$ 600 na primeira, R$ 610 na segunda e em R$ 620 na terceira. O piso salarial de servidores públicos do Estado foi para R$ 630.
Segundo o secretario estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia, os ganhos estão acima da inflação, que foram de 7,14% na primeira faixa, 7,02% na segunda e 6,9% na terceira. Os servidores tiveram o reajuste de 6,8%. O secretário anunciou também compromisso de, no ano que vem, antecipar a data de dissídio, que passa de 1º de Abril em 2011, para 1º de março em 2012.
Questionado sobre o aumento no metrô, trens da CPTM e EMTU (ônibus intermunicipais), que foi maior que o ganho concedido aos trabalhadores, Alckmin ponderou que ainda assim os aumentos são 'bem abaixo do IGP' e aproveitou para criticar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
'Nós temos custos específicos, que foram analisados, no caso do metrô, trem e EMTU. Isso é uma análise de custos que foi feita. Ele (reajuste) está bem abaixo do IGP, que chegou a mais de 11%, um pouco acima do IPCA. E bem abaixo do ônibus (São Paulo), que está em R$ 3.'

Exército diz que tráfico usou morador


Exército diz que tráfico usou morador
"Bloqueio. Militares recolocam tampas de galerias usadas como barreiras por traficantes"
A ocupação no Alemão completa dez meses com reclamações de todas as partes. O Exército alega que alguns moradores estão sendo usados pelos traficantes. E a população quer trocar os soldados pela Polícia Pacificadora.
O comandante militar do Leste, general Adriano Pereira Junior, vê uma 'orquestração' criminosa nas ações verificadas desde domingo. 'Estávamos envolvidos na investigação do que aconteceu, quando ocorreu a invasão', afirmou, referindo-se à ação de quatro militares que tentavam deter dois jovens vendendo drogas em um bar. 'Ali começou o erro, (que foi) não perceber que se tratava de uma armadilha', disse, ao atribuir o episódio a uma estratégia do tráfico.
Ele refutou a versão de que o que motivou a reação dos militares foi a recusa dos frequentadores de baixar o som da TV. 'Mesmo assim, os soldados foram afastados e um inquérito foi aberto para apurar o que houve.'
O comandante também classificou como 'uma trama' o relato feito por uma mulher à imprensa dizendo que sua sobrinha havia sido morta durante o tiroteio. 'Procuramos em todos os hospitais a noite toda. Isso foi plantado para piorar o clima.'
No entanto, o militar considera improvável que a ação se repita. 'Foi um tiro no pé do tráfico. Ficou claro para a população que houve uma orquestração. O crime não quer a nossa presença lá', disse. 'Existe tráfico lá dentro. Não há paz completa.'
UPP. Morador do Alemão, o estudante Rene Silva Santos, de 17 anos, que ganhou notoriedade durante a ocupação de novembro, narrada pelo Twitter, e relatou a ação do tráfico anteontem pelo microblog, contou que os moradores voltaram a sentir um medo que já lhes parecia superado. 'Hoje (ontem), já está tudo normal, mas à noite deu para ouvir bem os tiros.'
Na comunidade, os moradores se dividem entre os que culpam a truculência por parte dos soldados e os que acreditam que uns poucos estão agindo sob influência dos traficantes. Só há um consenso: todos querem que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) substitua o Exército.
'Em vez de chegarem com arma, por que não dão um tapinha no ombro?', indagou o auxiliar administrativo Leandro Silva, de 22 anos. 'Para quem, como eu, nasceu e cresceu na favela, e via vagabundo o dia inteiro com arma na mão, é difícil essa mudança de realidade', rebateu outro morador.
O clima de tensão ficou evidente quando militares tentaram desfazer ontem a barreira do tráfico na Rua Joaquim de Queiroz. Um grupo de nove soldados procurou, por 40 minutos, devolver as pesadas tampas à galeria de esgoto. A cada tentativa malsucedida, havia risadas de jovens.

Gunther Rudzit, cientista político (USP), é mestre em Segurança Nacional e doutor em Segurança Internacional
1. Demorou para ter uma reação forte do tráfico?
Foi uma disputa local. Na retomada do Alemão, os traficantes fugiram, porque o confronto era contra as Forças Armadas. Mas nunca achei que ia ser um processo de entrar, pacificar e acabar de vez, em nove meses. Sempre achei que fossem voltar, mas 'low profile', para evitar enfrentamento e perda de dinheiro. Nunca acreditei que o narcotráfico tivesse desaparecido.
2.O Exército é a força adequada para manter a ocupação por tanto tempo no Alemão?
O exército é capaz e foi necessário. Mas é arriscado. O soldado tem treinamento para matar e destruir o inimigo o mais rápido possível. O policial investiga e prende o bandido para ser julgado. Quando você coloca o soldado em área urbana tem de se preparar para danos colaterais. O atrito era de se esperar.