GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Choro, Deus e desculpas: defesa e acusação de Dilma fazem seus últimos discursos no Senado


Eduardo Cardozo e Janaina Paschoal durante processo de impeachment de Dilma: Eduardo Cardozo e Janaina Paschoal fizeram seus últimos discursos no processo de impeachment de Dilma
Terminou no início da tarde desta terça-feira a última apresentação da defesa e da acusação de Dilma Rousseff durante o julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

A manhã começou com o discurso do advogado de acusação Miguel Reale Junior. Para ele, a presidente teve "irresponsabilidade larga" e deve ser punida.
Em seguida, a advogada de acusação e autora do processo de impeachment em julgamento, Janaina Paschoal, chorou durante seu discurso e afirmou que fez o pedido de impeachment "também pensando nos netos dela (Dilma)".
Antes de encerrar seu discurso, Paschoal ainda fez um pedido de desculpas a Dilma Rousseff e disse que "foi Deus que fez com que, ao mesmo tempo, várias pessoas percebessem o que estava acontecendo no país".
Janaina Paschoal chora em discurso contra Dilma: Janaina Paschoal chora, fala de Deus e pede desculpas em discurso de acusação contra Dilma
"Muito embora eu esteja convicta de que estou agindo certo, reconheço que minhas atitudes podem gerar sofrimento. Mesmo estando certa eu peço desculpas à senhora presidente da República Não por ter feito o que era devido, porque eu não poderia me omitir diante de tudo disso. (Mas) porque sei que a situação que ela está vivendo não é fácil (...) e lhe causei sofrimento. Fiz isso pensando também nos netos dela."

Para Paschoal, a defesa "não tem argumentação para fazer frente" à acusação, e por isso insiste na tese de que, no caso das "pedaladas", não se tratava de operações de crédito.
Já o advogado de defesa de Dilma e ex-ministro da Justiça de seu governo, Eduardo Cardozo, fez o seu discurso no início da tarde, repetindo a tese de que não haveria dolo nas operações de que a presidente afastada é acusada.
Cardozo pediu aos senadores que "não aceitem que nosso país sofra um golpe parlamentar" e que "Dilma não sofra a pena de morte política". Assim como Paschoal, ele também citou Deus em seu discurso.
"Peço a Deus que, se Dilma for condenada, um novo ministro da Justiça tenha a dignidade de pedir desculpas a ela. Que a história absolva Dilma Rousseff se vossas excelências quiserem condená-la. Mas, se quiserem fazer justiça aos que sofreram violência de Estado, julguem pela justiça. Não aceitem que nosso país sofra um golpe parlamentar. Para que Dilma não sofra a pena de morte política", disse Cardozo.
Ele prosseguiu dizendo que "podem acusar Dilma de ter se equivocado", mas que seu afastamento "atinge a honra de uma mulher digna", que "incomodou as elites" e que está sendo alvejada também por seu gênero.
José Eduardo Cardozo no Senado: Cardozo pediu para que os senadores n'ao aceitem que Dilma sofra um "golpe parlamentar"
"Mulheres quando são corretas e íntegras, são duras. Mulheres, quando se equiparam em suas disputas com os homens, são autoritárias", criticou.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, fez um intervalo de uma hora para almoço antes de retomar o julgamento. No retorno, ao menos 66 senadores discursarão por até 10 minutos cada.
A previsão do ministro do STF é de que a votação nominal dos senadores, que vai decidir se Dilma será afastada definitivamente do cargo ou voltará para o governo, só ocorrerá na quarta-feira.

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