GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 25 de outubro de 2015

Adolescente de 12 anos morre de infecção após suposto estupro em festa no interior Evento teria sido regado à bebida e drogas; MP fez apelo aos pais e vai investigar o caso

Alessandra Vieira, de 12 anos, morreu nesta terça-feira (22), em Campinas, no interior de SP, após sofrer uma infecção generalizada. O Conselho Tutelar de Hortolândia (cidade onde a jovem morava) acredita que o quadro de infecção seja consequência de abusos sexuais sofridos por Alessandra em uma festa regada a bebidas e drogas

Carros roubados da cantora Maria Gadú são recuperados no Rio

A Polícia Civil recuperou na manhã deste domingo, 25, os dois carros roubados da cantora Maria Gadú e sua banda em assalto na noite de sábado, 24, no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio. A Coordenação de Polícia Pacificadora (UPP) informou que os carros foram encontrados por policiais da UPP Prazeres/Escondidinho na rua Almirante Alexandrino, em Santa Teresa, na noite do próprio sábado.
Os veículos, um Peugeot e um Honda, haviam sido roubados horas antes na Rua Alice, em Laranjeiras. Os assaltantes ainda não foram presos e a polícia segue fazendo buscas na região. O caso foi registrado na da 9ª DP (Catete).
No Facebook da cantora, uma nota informou que ela e três músicos estavam indo a um ensaio para um programa de televisão quando foram abordados. Além dos carros, homens armados levaram todos os instrumentos e equipamentos de som. "A Gadú e toda a equipe passam bem, o que é o mais importante nesse momento. A maior preocupação agora é recuperar os instrumentos e equipamentos roubados", diz a nota publicada por sua equipe.
Em entrevista à Globo News, Maria Gadú disse que tudo aconteceu muito rápido. Ela e sua banda estavam voltando de São Paulo e estavam em dois carros quando foram rendidos. "Eu estava no carro de trás e, a princípio, a gente pensou que era uma colisão, porque estávamos numa curva. Mas tudo aconteceu muito rápido. Saíram de repente os quatro do carro, com pistolas, armados. Eu vi eles retirando os meninos do carro, e depois se dirigindo a gente com a arma apontada e também nos tiraram do nosso carro. E foi meio apavorante porque a porta não abria, aquela coisa da trava", contou ela.
De acordo com informações da 9ª DP, um inquérito foi instaurado para apurar circunstâncias do fato. A cantora e os músicos já foram ouvidos e imagens de câmeras de segurança da região foram solicitadas.

Sabesp vai manter retirada de água do Cantareira ANA desistiu de reduzir em 26% o limite máximo de exploração do sistema



Após pedido feito pela Companhia de Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a ANA (Agência Nacional de Águas) desistiu de reduzir em 26% o limite máximo de exploração do Sistema Cantareira em novembro para atender a região metropolitana. A decisão, na visão dos gestores, não compromete a situação do manancial e evita a adoção de um racionamento de água ainda mais intenso na Grande São Paulo.

Em julho, a ANA e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo), que controlam o sistema, haviam determinado que a Sabesp reduzisse a retirada de água do Cantareira de 13,5 mil litros por segundo para 10 mil l/s em novembro, o equivalente a 9 bilhões de litros no mês. A medida fora tomada para acelerar a recuperação do manancial no início do período chuvoso e porque a estatal havia prometido iniciar, até outubro, a transposição de água da Billings para o Sistema Alto Tietê, o que diminuiria a dependência do Cantareira.

No início deste mês, contudo, a Sabesp solicitou aos órgãos gestores que revissem a medida. No pedido, a estatal afirma que as “projeções apontam cenários incômodos” para o Alto Tietê, que nesta sexta-feira, 23, tinha apenas 13,9% da capacidade, e que terá de utilizar a água da Billings para recuperá-lo. “Portanto, a expectativa de ampliação da produção do Alto Tietê para suprir uma redução de produção do Sistema Cantareira não é viável, colocando em risco os dois principais sistemas produtores da Região Metropolitana de São Paulo”, afirma.

Além disso, a própria transposição de 4.000 l/s da Billings para o Alto Tietê, inaugurada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) há 24 dias, só funciona com 25% da capacidade por falta de segurança. No início do mês, conforme o Estado revelou, a obra chegou a ser embargada pela Prefeitura de Ribeirão Pires, no ABC paulista, porque provocou assoreamento do Rio Taiaçupeba-Mirim e alagou imóveis da região.


Diante do cenário de estabilidade do Cantareira, que começou outubro com um estoque de água maior do que havia há um ano, fato que não ocorria desde 2010, os gestores do sistema entenderam que seria melhor manter a exploração do sistema inalterada a expor a população da Grande São Paulo a um racionamento mais intenso. Para a região de Campinas, a vazão máxima liberada das represas também continuará igual, em 3.500 litros por segundo.

A Sabesp afirma que a redução da captação do Cantareira (60% desde o início da crise) atingiu o “máximo resultado” e que uma nova restrição provocaria “enorme sacrifício” à população porque o consumo de água deve subir nos próximos meses por causa do aumento da temperatura.

Para a promotora Alexandra Facciolli, do Gaema (Grupo de Defesa do Meio Ambiente) de Piracicaba, a decisão da ANA e do DAEE era previsível diante dos problemas ocorridos nas obras emergenciais da Sabesp.

— Evidentemente que a redução da vazão, neste cenário, provocaria uma restrição ainda maior no abastecimento de água para a população.

Nós compreendemos a decisão, mas não podemos perder de vista o objetivo de operar o sistema de uma forma para que ele se recupera o mais rápido possível, o que ainda está longe de acontecer.

“Ninguém vai ficar na miséria se cortar um pouco do Bolsa Família”

No Paraná, ele é aliado do governador Beto Richa, do PSDB. Em Brasília, da presidenta Dilma Rousseff, do PT. Nesta semana, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) conseguiu desagradar os dois lados. Tanto petistas quanto tucanos reclamaram da decisão dele de, como relator do Orçamento geral da União, cortar 10 bilhões de reais do programa Bolsa Família para o ano que vem. A quantia representa 35% do total previsto para ser gasto com o programa  e, até então, tinha sido preservado pela equipe econômica de qualquer redução. O Bolsa Família atende 14 milhões de famílias, ou aproximadamente 50 milhões de pessoas, cerca de metade delas crianças e adolescentes. Neste ano, paga um valor médio de R$ 163,57 por família, e entre os critérios para receber está a renda per capita. Barros diz que o corte não vai deixar "ninguém na miséria", mas Governo e especialistas afirmam que a redução pode ter impacto no índice de pobreza extrema.

Esse corte proposto ainda não é definitivo. Depende das aprovações na Comissão Mista do Orçamento no Congresso Nacional e do plenário em uma sessão conjunta entre deputados e senadores. Além disso, o Governo ainda pode sugerir mudanças na peça orçamentária antes de seu julgamento. Mesmo assim, só a ameaça já foi capaz de assustar vários políticos.

A própria presidenta usou sua conta no Twitter para dizer que o Bolsa Família é prioridade para o seu Governo e cortá-lo seria um atentado contra 50 milhões de brasileiros. O programa de transferência de renda é um dos principais
Na Câmara, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) disse que a oposição vai repelir com firmeza essa manobra, que ele diz ser de Rousseff. “Essa é mais uma demonstração de que Dilma promete uma coisa e orienta sua base para fazer outra completamente diferente”.
Na entrevista concedida ao EL PAÍS, Barros afirma que seu principal objetivo é equilibrar o Orçamento e evitar que 2016 termine com um déficit de 60 bilhões de reais, como foi previsto inicialmente pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda. Sugere ter entrado num tema tão controverso como medida de pressão: "Fico feliz que a presidente tenha se sensibilizado com isso porque talvez a mensagem modificativa que venha do Orçamento venha com os dados equilibrados e me poupe de fazer esses cortes."
Pergunta. Por que o senhor sugeriu fazer um corte de 10 bilhões de reais no Bolsa Família?
Resposta. Eu recebi um Orçamento com déficit e eu preciso equilibrá-lo. O Governo ainda pode mandar uma mensagem modificativa para o Congresso e nessa mensagem ele pode reequilibrar o Orçamento, poupando a necessidade desse corte. Se não houver essa mudança, estou convencido de que não há nenhum problema em cortar 10 bilhões do Bolsa Família porque só 25% dos beneficiários dizem não estar no mercado de trabalho. E mesmo assim pode haver aposentados, pessoas que têm outra renda. O Bolsa Família passou a ser um programa de renda complementar, basicamente, e não há nenhum prejuízo em fazer esse ajuste até porque tem muita fraude e muitas pessoas que saem do programa porque desenquadram ou não cumprem as normas e é só não repor outros nos lugares desses.
Não há nenhum problema em cortar 10 bilhões do Bolsa Família porque só 25% dos beneficiários dizem não estar no mercado de trabalho
P. Esses 10 bilhões de reais representam quantos por cento do total do programa?
R. São 35% do programa. O Programa tem 28,8 bilhões de reais previstos para o ano que vem.
P. Na sua avaliação, não é um corte muito alto?
R. Estou preservando todos que dizem não estar no mercado de trabalho, isso não quer dizer que não tenham renda, e preservo mais praticamente 50% daqueles que dizem ter outra renda, aqueles que tem o Bolsa Família como uma renda complementar.
P. Quais outros cortes o senhor deve sugerir para entregar esse Orçamento equilibrado?
R. Não vou anunciar ainda. Estou estudando. Anunciarei outros cortes, mas estudando muito bem para não ser contestado nas minhas propostas. Posso ser contestado ideologicamente, mas o que pode ou não cortar, não há discussão.
P. Como o senhor recebe essa saraivada de críticas?
R. Normal. Essas pessoas que estão me criticando discursam para quem tem o Bolsa Família. E eu trato com quem paga o Bolsa Família, que é a grande maioria da população brasileira.
P. A presidenta Dilma Rousseff já reclamou por meia das redes sociais de que esse corte seria um atentado contra 50 milhões de brasileiros. Como o senhor vê essa queixa dela?
R. Esse número de 50 milhões são todos os beneficiários. Não estou atingindo a todos. Fico feliz que a presidente tenha se sensibilizado com isso porque talvez a mensagem modificativa que venha do Orçamento venha com os dados equilibrados e me poupe de fazer esses cortes.
P. O que seria um Orçamento equilibrado, na visão do senhor, sem déficit ou com menos déficit?
Eu recebi um Orçamento com déficit e eu preciso equilibrá-lo
R. Seria com mais receita do que despesa. Agora, o superávit de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) que o Governo quer e o mercado pede, eu não tenho o compromisso com ele. Meu compromisso é elaborar um Orçamento que tenha mais receita do que despesa. Não vou acatar receitas que não sejam críveis para o mercado.
P. Quais seriam essas receitas?
R. A CPMF. Eu a excluí do Orçamento porque ninguém acredita que ela vai passar. Nem o mercado, nem o meio político. Eu vou votar a favor dela, mas ninguém acha que ela passe. Temos de fazer um orçamento em que as pessoas acreditem, para acalmar o mercado e ele perceber que o Governo vai ajustar suas contas.
P. Além disso, a CPMF não está nem tramitando no Congresso.
R. Não chegou nem na Comissão de Justiça da Câmara. Eu vou votar a favor, mas não posso incluir uma receita que no conjunto as pessoas não acreditam que vá ocorrer.
P. O senhor é vice-líder do Governo, mas tem muita gente no Governo reclamando dessa atitude dura. O senhor está sendo mais técnico do que político?
R. Estou cumprindo minha função enquanto relator do Orçamento da União. Vou fazer os cortes necessários em áreas fundamentais. Quem acompanhar meu trabalho notará que eu vou mexer onde tem gordura, onde a gente sabe que dá para enxugar. Agora, dizem que estão me criticando, mas ninguém do Governo me ligou para reclamar. Não estou entendendo. Ontem visitei oito ministros, com a minha esposa que está como governadora interina do Paraná [Cida Borghetti] e ninguém me falou nada.
P. Enquanto a sua esposa estava no Senado ontem, o senador Humberto Costa (PT-PE) fazia um pronunciamento criticando essa sugestão de corte. E a presidenta também reclamou pelas redes sociais.
R. O Humberto Costa não é Governo. Ele é PT. E ele está discursando para os eleitores dele. A única fala do Governo foi da ministra [Tereza Campelo] de que o Bolsa Família é um programa complementar, portanto, ninguém vai ficar na miséria se cortar um pouco do programa, e agora, a presidenta Dilma entra dizendo que não gostaria que cortasse. Até aí tudo bem, mas ninguém vem propor outra fonte para os 10 bilhões de reais. Agora, que os parlamentares do PT reajam, eu acho perfeito, natural. São eles que politicamente se beneficiam da distribuição de recursos do Bolsa Família. As pessoas creditam ao Governo a ajuda financeira mensal. Então, os beneficiados por isso são os que estão mais ligados ao Governo, especialmente, os deputados e senadores do PT.
P. No lugar deles o senhor faria o mesmo?
R. Minha base eleitoral é outra. Eu não tenho esse problema. Quando eu propus zero de reajuste para os servidores públicos, eu propus porque o Governo simplesmente não tem como pagar. Não discuti se é o justo ou não, mas o Governo precisa tomar medidas que precisam ser tomadas, não as que eles gostariam que fossem tomadas. Não estamos numa crise que permite o Governo que tem de fazer escolhas fáceis. O Governo tem de fazer o que precisa ser feito. E essa será a diferença entre a minha conduta e a posição do Governo. Farei o que tiver de ser feito para equilibrar o orçamento.
Não estamos numa crise que permite o Governo que tem de fazer escolhas fáceis
P. Quais são os próximos passos dentro da Comissão Mista do Orçamento?
R. Se o Governo não mandar uma proposta modificativa, os cortes que eu propuser vão à votação. Alguém vai destacar para mudar e repor o dinheiro do Bolsa Família. Esse parlamentar que propor a reposição terá de dizer de onde vem esse dinheiro. Aí, isso não me afeta em nada porque ele também estará deslocando de um lugar para o outro. E se houver a concordância da maioria, não afeta o resultado final, porque estaremos com o corte de 10 bilhões. Isso é uma discussão que me interessa. Que interessa ao Brasil.
P. Com ou sem corte no Bolsa Família, é possível que o Congresso aprove um Orçamento mais equilibrado do que o que foi apresentado?
R. Acredito que sim. Porque a peça que chega ao plenário ela já terá sido acordada entre as lideranças dentro da CMO. Vamos mandar um Orçamento mais enxuto possível. Essa é a melhor maneira do parlamento se valorizar, estabelecendo a receita maior que a despesa. Quando você faz um Orçamento elástico, o Governo decide o que vai fazer. Quando tem um Orçamento mais justo, ele só faz o que está autorizado ou tem de pedir o aval do Congresso.

Deputados de SP querem abrir CPI da ‘pílula do câncer’

Com a assinatura de 42 deputados, dez a mais que o número necessário, foi protocolado nesta quinta-feira, 22, na Assembleia Legislativa de São Paulo requerimento de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) visando a apurar a demora do Estado em realizar testes com a fosfoetanolamina, substância produzida pela Universidade de São Paulo (USP) no câmpus de São Carlos, que supostamente teria eficácia contra o câncer. 
Pacientes estão recorrendo a liminares na Justiça para obter as “pílulas do câncer” desde que a USP deixou de distribuir a substância a quem procurava. De acordo com o deputado Rafael Silva (PDT), autor da proposta, os últimos dias têm sido marcados pelo embate entre quem afirma que o composto não surte efeito e dezenas de famílias que asseguram que a ingestão da substância é uma grande arma contra a doença.
Fosfoetanolamina sintética: A suposta eficácia da fosfoetanolamina contra o câncer vem sendo discutida há vinte anos
“O professor aposentado da USP Gilberto Orivaldo Chierice, responsável por trabalhar por quase duas décadas com a produção dessa substância, afirma que órgãos estaduais e federais não tiveram interesse em apoiar a continuidade dos estudos para a regulamentação do composto pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirma o parlamentar.
Segundo Silva, além de buscar entender as razões pelas quais os estudos e análises clínicas não aconteceram até hoje, a CPI pretende levar os órgãos do governo a uma ação imediata para avançar com as pesquisas e liberar o uso do produto. O deputado já conversou com lideranças de bancadas e acredita que pode haver consenso para que a instalação da CPI seja antecipada, em virtude da relevância do assunto. “Nesse caso, estamos tratando de vidas que podem ser salvas, ou não”, disse.
Alternativa: O deputado Cauê Macriz (PSDB), líder do governo Geraldo Alckmin na Assembleia, disse que, embora o tema seja relevante, a casa tem um regimento interno que não permite a quebra na ordem das propostas de CPI. Atualmente, existem cerca de 14 propostas na fila. Segundo ele, nada impede que, em vez de uma CPI, o assunto seja discutido na Comissão de Saúde ou por uma frente parlamentar.

Ex-sócio de Eduardo Campos negociou propina de R$ 20 mi na Petrobrás, diz delator

O ex-presidente da Camargo Corrêa e delator da Lava Jato, Dalton dos Santos Avancini, afirmou aos investigadores da operação ter se encontrado em 2010 com o empresário e ex-sócio de Eduardo Campos.Aldo Guedes Álvaro no shopping Iguatemi, em São Paulo, para acertar o suposto pagamento de propina de R$ 20 milhões da empreiteira para abastecer o caixa 2 da campanha à reeleição do então governador de Pernambuco.
Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo em Santos (SP), em agosto de 2014, durante a campanha à Presidência da República.
A primeira citação aos R$ 20 milhões foi feita pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato - ele citou deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares que teriam sido beneficiários de recursos ilícitos tirados de contratos de empreiteiras com a estatal petrolífera.
Aldo Guedes Álvaro é investigado pela Polícia Federal por suspeita de ser o verdadeiro dono do jatinho usado na campanha de Campos no ano passado e também foi alvo de buscas durante a Operação Politeia, desdobramento da Lava Jato que investiga políticos no Supremo Tribunal Federal. Após a operação, em julho, o empresário deixou o cargo de presidente da Companhia Pernambucana de Gás, Copergás, estatal de Pernambuco, Estado atualmente administrado por Paulo Câmara (PSB), herdeiro político de Campos.
Homem de confiança de Campos, Guedes era seu sócio na Fazenda Esperança, área de 210 hectares, e na Agropecuária Nossa Senhora de Nazaré, em Brejão (PE). Ele também é casado com uma prima da família.
'Contribuição'
No encontro, relatou Avancini, Aldo teria cobrado a "contribuição" de R$ 20 milhões e afirmado que ela havia sido prometida pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. O valor deveria ser pago pelas empresas que tinham conseguido contratos nas obras da Refinaria de Abreu e Lima, megaempreendimento da estatal no Estado de Pernambuco, dentro do esquema de corrupção instalado na Petrobrás.
Na época diretor de Óleo e Gás da Camargo, Avancini afirmou a Aldo que a empresa não teria condições de arcar com este valor, o que teria deixado Aldo contrariado. “Que, observa que Antonio Miguel Marques (na época presidente da Camargo), ao que recorda, lhe informou que o teto máximo da contribuição a ser fornecida pela Camargo seria de 12 milhões de reais; que, ao informar a Aldo Guedes qual seria o teto da contribuição da Camargo, Aldo ficou contrariado e disse que isso não era o combinado, todavia acabou aceitando a proposta e mencionou que o valor deveria ser disponibilizado rapidamente”, relatou o executivo aos investigadores.
Avancini então respondeu que não poderia fazer a transferência tão rápido pois ” iria ser estudada uma forma de realizar o repasse”. Apesar de contrariado, Aldo Guedes acabou aceitando. Posteriormente, segundo o delator, a tarefa de viabilizar o repasse da propina foi encaminhada ao então gerente de contrato da Camargo Corrêa para a RNEST, Paulo Augusto Santos da Silva. O valor repassado para o caixa dois teria sido, então de R$ 8,7 milhões por meio de um contrato de fachada da empreiteira com a empresa Master Terraplenagem.
A Camargo Corrêa vem colaborando com as investigações da Lava Jato e tem evitado comentar as delações de seus executivos. A reportagem entrou em contato com o PSB, mas não obteve retorno do partido até a conclusão do texto. Quando questionado sobre a suposta propina a Campos, a sigla afirmou por meio de nota:
“O Partido Socialista Brasileiro (PSB) informa que todos os recursos que financiaram as campanhas de Eduardo Campos para o governo de Pernambuco foram arrecadados legalmente. Inclusive, a conta referente a 2010 foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.”
A reportagem tentou contato por telefone com Aldo Guedes Álvaro, mas o empresário não atendeu as ligações e nem retornou as mensagens. A reportagem também entrou em contato com o escritório do advogado de Aldo, mas não conseguiu falar com ele.

Amigo de Lula diz que recurso de lobista foi empréstimo

Segundo novas informações do pecuarista José Carlos Bumlai, delatado pelo lobista Fernando Soares, o Baiano, os recursos recebidos para mediar negócios no setor de petróleo e repassados a uma nora do ex-presidente serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas.
<p>Bumlai ainda afirma que não recebeu R$ 2 milhões segundo afirma o delator, e sim R$ 1,5 milhão.</p>
De acordo com informações o pecuarista disse que estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, então, pediu a Baiano um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras.
Baiano teria adiantado o empréstimo já que tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista. O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro, isto é, a propina alegada pelo delator, na verdade, não passaria de um empréstimo, sem contrato assinado e jamais saldado.
Portanto, segundo o pecuarista, os recursos depositados na tal empresa não foram repassados a uma nora do ex-presidente Lula, mas sim a ele próprio, por meio de um contrato de mútuo.
Bumlai ainda afirma que não recebeu R$ 2 milhões segundo afirma o delator, e sim R$ 1,5 milhão.
O caso
Fernando Soares, o Baiano, afirmou em delação premiada que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras.
O delator afirmou, em depoimento, que Lula teria prometido "ajudar a dar mais velocidade", mas que os negócios, supostamente intermediados por Bumlai, não prosperaram.
De todo modo, meses após a reunião, em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula.

Haddad quer Chalita como vice mesmo que ele saia do PMDB

Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, disse que pretende ter Gabriel Chalita (PMDB) como vice na eleição do ano que vem mesmo que mude de legenda.
“Gostaria de ter Chalita no PMDB, mas entre ele e o PMDB eu fico com o primeiro”, tem afirmado o petista em conversar com interlocultores.
Segundo informações a decisão do secretário municipal de Educação de sair ou não do PMDB tende a ficar para o fim do prazo, em março de 2016.
<p>Chalita deve decidir seu futuro no PMDB até março de 2016.</p>

Dinheiro no exterior pagou curso de inglês da enteada de Cunha

Uma das contas secretas atribuídas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi usada para bancar despesas de uma enteada do peemedebista, Ghabriela Amorim, filha da jornalista Cláudia Cruz, atual mulher do deputado. A informação consta de extratos bancários remetidos pela Suíça ao Brasil e que embasam novo inquérito contra o deputado, em curso no Supremo Tribunal Federal. Conforme os demonstrativos, US$ 52,4 mil foram transferidos da conta Kopec – aberta no Banco Julius Baer e que teria Cláudia Cruz como beneficiária final – para uma conta atribuída a Ghabriela no banco inglês Lloyds TSB. Os repasses foram feitos entre 29 de agosto de 2008 e 7 de abril de 2009, mesmo período em que ela estudou na Malvern School, escola de inglês no interior da Inglaterra. Numa rede social, a própria Ghabriela informa ter feito curso na instituição no período dos depósitos. Da conta de Cláudia também saíram US$ 8,4 mil para a Malvern, em 14 de maio de 2008. 

Contas de Cunha na Suíça: O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Estado identificou nos extratos pelo menos três transferências para a enteada de Cunha, identificados como “nosso pagamento enviado para Ghabriela Amorim”. O primeiro, de 8,9 mil libras, foi feito em 29 de agosto de 2008. Os outros foram de US$ 14,3 mil, em 6 de janeiro de 2009, e de US$ 14,9 mil de 7 de abril do mesmo ano. A Kopec, uma das quatro contas atribuídas a Cunha e sua mulher, foi aberta em janeiro de 2008 e, conforme a Procuradoria-Geral da República, servia para bancar despesas pessoais e de cartão de crédito da família do deputado. Além do curso de Ghabriela, os recursos bancaram também aulas numa escola de tênis e um MBA de Danielle da Cunha, filha do peemedebista, na Espanha.
Trust para filhos. Conforme os documentos remetidos pela Suíça à Procuradoria, Cunha justificou que pretendia fundar uma empresa “para os filhos” ao abrir uma outra conta bancária no exterior, em nome de terceiros.
O deputado consta como o beneficiário final da conta Triumph, aberta em 2007 também no Banco Julius Baer, de Genebra. Contudo, em vez do dele, figurava como titular da conta a empresa Triumph SP, constituída dois anos antes em Edimburgo, na Escócia. Para abri-la, o peemedebista se valeu dos serviços de um escritório em Douglas, capital de Ilha de Man, paraíso fiscal britânico.
Conforme os investigadores, a Triumph é o que se chama de “conta de confiança”, ou seja, movimentada por terceiros como forma de proteger uma pessoa “politicamente exposta”.
O nome e a assinatura de Cunha aparecem em vários documentos internos do banco, o que, para a Procuradoria, comprova ser ele o verdadeiro beneficiário dos recursos. Num dos formulários, que questionava o motivo de a conta não ser aberta em nome do deputado, a resposta foi que ele “desejava ter uma Trust para seus filhos”.
Uma empresa de “trust” é usada para gerir bens e valores de terceiros. O patrimônio é entregue a um agente para que ele o administre, por meio dessa empresa. O principal objetivo é fazer investimentos de forma anônima.
Procurada nesta sexta, a assessoria de Cunha não se pronunciou, justificando que ele não teve acesso aos documentos da investigação. O advogado do parlamentar, Antonio Fernando Souza, não atendeu às ligações da reportagem. Gabriella não respondeu a mensagem enviada pela reportagem.

'Amigo do Lula' admite que levou empresário para falar com ex-presidente

O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, apontado na Operação Lava Jato como 'o amigo do Lula', afirma que não repassou R$ 2 milhões para que uma nora do ex-presidente da República quitasse dívida de imóvel. "Não paguei conta de nora de Lula, apartamento, nada a ver."Aos 71 anos, ele diz que não é lobista, como informam investigadores da Lava Jato. "Nem sei como escreve lobista", diz, rabiscando uma folha de papel à mesa.
Diz que "está perdendo 'muito dinheiro'" com a citação a seu nome por delatores da Lava Jato, entre eles Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano.Um dos supostos operadores de propinas do PMDB, Fernando Baiano declarou que repassou a Bumlai quase R$ 2 milhões destinados à mulher de um dos filhos de Lula. "Os bancos se fecham cada vez que meu nome sai na imprensa", lamenta. Bumlai reclama do "último absurdo", que é como denomina o episódio do Banco Schahin, segundo outro delator, Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobrás, Bumlai intermediou o pagamento de uma conta do PT de R$ 60 milhões, originada na campanha à reeleição de Lula, em 2006.
"Meu Deus, eu não sou filiado ao PT, esse Rui Falcão (presidente nacional do PT) até posso ter sido apresentado a ele, muito prazer, não tenho nenhuma ligação com ele, não faço política e, de repente, vou fazer uma negociação para pagar 60 milhões de dívida do PT? Eu lá sei de dívida do PT? Nunca recebi conta de ninguém para botar dinheiro na conta deles (do PT), nunca. Nunca dei um tostão para campanha de Lula. Por que eu iria intermediar? Por que eu intermediar dívida do PT na Petrobrás? Não tem sentido."Bumlai conta que conheceu Fernando Baiano "como um empresário, representante de uma grande empresa espanhola". Preso desde dezembro de 2014, em Curitiba, Fernando Baiano diz que concordou em antecipar R$ 2 milhões da propina a ser paga por um contrato que Bumlai intermediava para o Grupo OSX, de Eike Batista, na Petrobrás.Bumlai diz não ter problemas em ser submetido a uma eventual acareação com Fernando Baiano. Ele afirma que o dinheiro transferido por Fernando Baiano foi para uma transportadora de sua família, a São Fernando, para quitar dívidas com funcionários seus. "Paguei a minha folha que no mês estava bastante atrasada."Na verdade de Bumlai, as negociações com Fernando Baiano, entre 2011 e 2012, em nome do Grupo OSX, foram para compra de uma termoelétrica.
O pecuarista falou ainda de sua amizade com Lula, confirmou o almoço com o operador de propinas do PMDB Fernando Baiano, antes de uma reunião com ex-presidente, no Instituto Lula, em São Paulo, com a participação de alvos da Lava Jato, e garantiu não ter negócios com o petista. "Sou amigo dele, sou amigo de festa, de almoço, de aniversários, mas negócio? Não tenho negócio com ele, nenhum negócio que envolva o presidente Lula.
"Estadão - Como o sr conheceu o ex-presidente Lula?
José Carlos Marques Bumlai - O governador do meu Estado (em 2002, Zeca do PT)  me telefonou e disse "o Lula me ligou, falou que queria passar, foi a época da Copa do Mundo, acho que não era Semana Santa, era Corpus Cristi no Mato Grosso do Sul. Ele disse. 'Podemos ir na sua fazenda?, posso leva-lo à sua fazenda?' Eu digo, 'pode, pode ir lá, não tem problema nenhum. O Lula ficou lá uns 3 ou 4 dias, foi embora, se candidatou a presidente da República, ganhou e nunca mais voltou a nenhuma fazenda minha. No entanto, eu abro os noticiários e tem foto do Lula pescando na minha fazenda peixe que é até do mar. Eu não tenho fazenda à beira mar, entendeu? Já viu isso? Essa foto, Lula no barco pescando um peixe preto bonito, não sei que peixe que é, na fazenda do Bumlai não tem desse peixe. Então, fazem essa maximização da amizade.É meu amigo? É meu amigo, a família é minha amiga, mas não justifica isso.
Estadão - O sr tinha livre acesso ao Palácio do Planalto?
Bumlai - Abro o jornal e tem lá o crachá, que eu teria acesso irrestrito ao Palácio com todas as portas abertas, a hora que eu quisesse. Eu não sabia que tinha aquilo lá, esse crachá. Aliás, o crachá tinha que estar comigo, não?. Muito bem, nunca soube daquele crachá. Durante os oito anos que o presidente Lula esteve no Palácio do Planalto eu fui duas vezes no gabinete dele.
Estadão - Do que trataram nesses encontros?
Bumlai - De assunto relativo a terras indígenas e proprietário rurais. Fui acompanhado do ministro Márcio Thomaz Bastos (morto em novembro de 2014), que era ministro da Justiça, do presidente do Incra, não lembro mais o nome, do governador do meu Estado (Zeca do PT), um deputado. Eu não tinha o que fazer lá. E não resolveu nada, até hoje. Eu era da Associação de Criadores do Mato Grosso do Sul e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social até o ano passado. Eu achava que esse negócio, a terra indígena, tinha que ser resolvido. Aqui é terra indígena, tá bom ah mas está ocupado por proprietários particulares, o governo federal loteou o Mato Grosso do Sul, vendemos lotes para os proprietários rurais, eles desenvolveram suas qualidades. De repente vira terra indígena e não pode indenizar os proprietários a não ser pelas benfeitorias. O pessoal da Associação me procurou, vamos abrir um espaço, é um problema sério. Conclusão, não se resolveu até hoje. Não se resolveu.A soluçao é fácil,  não é muto difícil, é questão de vontade política.Estadão - O sr. fez viagens com o ex-presidente Lula?Bumlai - Eu nunca viajei, nunca fiz uma viagem internacional no avião do presidente da República. Encontrei com ele uma vez ou duas vezes, não me lembro bem. Nunca fui em viagem com o presidente da República. Peguei uma ou duas caronas, não mais que isso. Falam aí de viagens internacionais, eu na cabine, eu nunca fiz uma viagem internacional com o presidente, nunca.
Estadão - Como o sr entrava no Palácio do Planalto?
Bumlai - Duas vezes entrei para ir no gabinete do presidente As outras vezes era pela entrada do Conselho de Desenvolvimento, era uma portaria à parte.A gente chegava, se identificava e tomava assento do Conselho. Fui grande colaborador do Conselho, fui relator do grupo de bioenergia, hoje está aí pelo País todo. Então, essa mistificação, 'o amigo do Lula, o amigo do Lula'....sim, meu amigo, como ele tem 20, 30 amigos Ele (Lula) vai na fazenda de um cidadão não acontece nada. Na minha, como presidente, ele nunca foi, nunca, nunca, nunca. (Lula) voa no helicóptero de não sei quem, não acontece nada. No entanto, você abre o  jornal e vê lá o Bumlai. Ele (Lula) nunca botou o pé em nenhuma aeronave minha, nunca. Bom, não era amigo dele? Sou amigo dele, sou amigo de festa, de almoço, de aniversários, mas negócio? Não tenho negócio com ele, nenhum negócio que envolva o presidente Lula.
Estadão - O que o sr. pode falar das acusações que o citam?
Bumlai - Voltando às ilações, não vou chamar de acusações. A verdade é uma só: quando conta uma mentira, você conta uma segunda, uma terceira, uma quarta, uma quinta e aí você se enrolou. Eu não sou homem de mentir. O que eu tenho para falar é a verdade. Eu não tenho nenhuma participação nesse episódio todo. A última é o absurdo do Banco Schahin, que eu ia intermediar o pagamento de uma conta do PT de 60 milhões de reais. Meu Deus, eu não sou filiado ao PT, esse Rui Falcão (presidente nacional do PT) até posso ter sido apresentado a ele, muito prazer, não tenho nenhuma ligação com ele, não faço política e, de repente, vou fazer uma negociação para pagar 60 milhões de dívida do PT? Eu lá sei de dívida do PT? Não sei; eles dizem que não têm a dívida. Não conheço esse assunto de dívida de 60 milhões. Ah, mas o fulano falou que entregou uma conta... Nunca recebi conta de ninguém para botar dinheiro na conta deles (do PT), nunca, nunca. Já vasculhei minha memória. Aliás, não me lembro de ter estado na Petrobrás com nenhum diretor. Fui uma vez, em 2010, como relator do grupo de bioenergia. Eu tinha que trabalhar muito com a Fundação Getúlio Vargas, montar projetos, arrumar a estrutura da nova indústria alcooleira do Brasil, incorporando já no início do projeto a geração de energia, dando aquilo que eu gosto, na parte de genética, uma melhor colheita no canavial. O potencial energético do setor sucroalcooleiro é uma coisa de 12, 13 mil megawats, é uma Itaipu.
Estadão - Conhece Fernando Baiano?
Bumlai - Conheço, conheço sim. Fernando Baiano eu conheci como empresário de uma empresa internacional muito grande que é a Acciona, trabalhando no ramo de energia. Ah, o Baiano falou que fizemos um projeto da OSX com a Sete Brasil. Eu fui apresentado ao grupo Eike Batista pelo Fernando Baiano, tentando vender um projeto termelétrico meu, uma usina, de 660 megas. Ele teria dito que o Grupo Eike Batista teria interesse em comprar, me apresentou lá, eu fui lá, abrimos uma relação de negócios, certo? Se interessaram, realmente um negócio espetacular.Foi em 2011, aí o que aconteceu? Começam a misturar as coisas.Conversando com ele (Baiano) eu falei 'olha, o Ferraz está marcando uma audiência lá com o presidente Lula, o João Carlos Ferraz, o João Carlos'. Eu vou fechar com ele aqui, diz que se marcar eu te aviso.
Estadão - E depois?
Bumlai - Marcou, aí fomos almoçar, era às 15 horas a audiência. Almocei com ele no restaurante Tatina, ele me apresentou o Ferraz nesse momento. Eu não conhecia o Ferraz, não tinha noção de quem era o Ferraz. Ele contou lá as preocupações com respeito ao setor e tal. Eu disse, 'olha, não entendo nada disso,  vou até dar uma recomendação. Vai conversar com o presidente, seja sucinto e coloca o teu problema rápido porque é um entra e sai que...Terminado o almoço, o Baiano foi embora. Eu levei o Ferraz lá no Instituto, apresentei o Ferraz. Ele não conhecia o presidente. Eu fiquei oilhando um livro do Corinthians e saí. Tinha uma outra pessoa na sala, eu não lembro quem era, acho que era o (Paulo) Okamoto (presidente do Instituto Lula). Fiquei lá, conversando, quando terminou não sei se foi mais de 30 ou 40 minutos, não me lembro também, mas acho que dei carona para ele até o aeroporto. Eu não conversei,  fiquei sabendo depois do negócio da indústria naval, sondas, OSX. Eu não falei.
Estadão - Fernando Baiano diz que passou R$ 2 milhões para o sr. quitar uma dívida da nora do ex-presidente Lula.Bumlai - Ele fala que me deu R$ 3 milhões, depois virou R$ 2 milhões, ele até se confunde na delação. Em 2011, no mês de setembro, eu tive uma dificuldade, eu não lembro porque, dificuldade financeira. Como eu estava com aquele meu negócio que renderia um bom... eu tinha aberto um canal de conversa com o Fernando, eu pedi a ele, 'Fernando me arruma um milhão e meio, nem três, nem dois, me arruma um milhão e quinhetos mil, eu te devolvo. Ele me arrumou, esta é a minha verdade. O Baiano, fiquei até surpreso. Não tenho muita intimidade para dizer, mas aparentemente, um cara quieto, quase não fala, viciado em fazer exercício. Tem uma academia.Estadão - O que o sr fez com esse dinheiro?
Bumlai - Paguei a minha folha que no mês estava bastante atrasada.Fiquei de devolver o dinheiro para ele, tive um problema de saúde muito sério. Não tem nada a ver com a OSX, nada a ver.E
stadão - Quem era o devedor dessa conta?
Bumlai - Eu, José Carlos.
Estadão - O sr pode explicar melhor esse negócio de empréstimo?
Bumlai - Foi na minha (pessoa) física. Um negócio estruturado numa empresa, que tem o dinheiro que entrou na empresa. Fez um mútuo com a minha física. Eu tenho todas as contas que eu paguei. Não paguei conta de nora de Lula, apartamento, nada a ver. Não tenho nada a ver com isso. Não tenho. No entanto, dizem que comprei apartamento,  primeiro para um filho de Lula, depois para a nora. Não comprei, não tenho nada com isso, não tenho nada. Três milhões? Não. Dois milhões? Não. Foi dessa forma, sem nada a ver com nora, neto. Eles (família Lula) nem sabem que eu estou falando isso.
Estadão - O sr conhece a nora do Lula?
Bumlai - Eu conheço as quatro, conheço as quatro noras. Também não sei se ela comprou apartamento.
Estadão - Esse dinheiro do empréstimo foi contabilizado?
Bumlai - Tudo, imposto pago, nota fiscal eletrônica tirada. A Receita tem um tratamento privilegiado para o agronegócio de pessoa física.Você tem taxação menor no agronegócio, a pessoa jurídica é maior. Então, todo o meu negócio é pessoa física. Mas você tem que estruturar como se fosse uma empresa, tem que ter contabilidade, é tudo eletrônico. Já capta o imposto na hora pagamento de funcionário, tudo, tudo, tudo, esse negócio está contabilizado. Imposto pago, Nota Fiscal eletrônica, mútuo da empresa comigo e os pagamentos de tudo o que foi feito em 2011. Fernando Baiano fala na empresa São Fernando É uma transportadora, tudo que é meu é São Fernando. Em 1995 minha mulher faleceu. Eu tinha várias propriedades rurais, gado, genética, imóveis. Mandei estruturar tudo. Foi o mais rápido inventário que vi correr no meu Estado. Tudo que é nosso é São Fernando, é Fazenda São Fernando, eu tenho um filho Fernando. Tem a transportadora, foi com essa transportadora (o empréstimo). Não tem nada de usina, nada a ver.
Estadão - A que o sr atribui Fernando Baiano contar essa história?
Bumlai - O que eu acho? Imagina você se tivesse realmente acontecido isso. Ele tentou me arrumar um financiamento internacional, não deu certo. Ele tentou me achar um grupo africano, não deu certo. Tentou me ajudar. Eu não vou entrar nesse intimo porque eu não estou dentro dele (Baiano).Estadão - Tem negócios com o ex-presidente?Bumlai - Na minha vida eu fui alvo, você não imagina, de inúmeros e inúmeros pedidos, mais de quinhentos negócios. Mas não fiz nenhum, nenhum, com o Lula. Eu não tenho nenhum negócio feito com (o ex-presidente Lula) e nem pedi também para ele. Porque a minha amizade não é amizade de negócio, de empresa, não, Lula nunca foi na minha fazenda depois de 2002, nunca visitou empreendimento nosso, nada disso, nunca tive qualquer relação comercial com ele. Até porque, depois que ele foi eleito fiz questão de que assim fosse.
Estadão - O sr gosta dele?
Bumlai - Ah, é uma boa pessoa, é um papo que você não tem. você aprende, é eclético, fala de tudo. tem as tiradas dele, algumas são difíceis, né? Cativante, então é isso aí.
Estadão - A Lava Jato não vai mesmo confirmar que o apartamento da nora do Lula foi quitado com esse dinheiro?
Bumlai - Imagina você se eu chegasse e falasse tudo isso que estou falando e amanhã descobrissem um dinheiro (ilícito). O que iria virar? Isso não vai aparecer. Com José Carlos Bumlai não. E com outras pessoas eu acho que não. Que eu conheço da família (de Lula) eu acho que não, não vai aparecer, não tem como. Imagina que eu tenha passado esse dinheiro e não tivesse como provar que não passei a uma nora do Lula, qualquer que seja a forma. Porque da forma que foi colocada, foi feito um depósito no banco. Aí chega em mim e pega, eu dou o dinheiro prá fulano, aí era um desastre, não acha? Esse desastre não vai ter, não tem.Estadão - A que o senhor atribui, então?
Bumlai - Eu acho o seguinte, o Baiano deve ter esquecido dessa termoelétrica entendeu?
Estadão - Como ele repassou o dinheiro para o senhor?
Bumlai - Banco, TED. Ora, se eu quisesse fazer diferente era em dinheiro, não?
Estadão - Mas quem tem ativos tão fortes precisava desse empréstimo?
Bumlai - Existem momentos, existem momentos, naquele momento eu precisava. Naquele ano de 2011, eu estava separando uma sociedade, meus filhos estavam separando uma sociedade, um filho meu ficou doente, 1 ano e meio. Foram 60 dias assim, o maior desastre que você pode imaginar. Eu nunca atrasei uma folha de pagamento, nunca. Já tive bastante funcionário.
Estadão - O sr emprega quantos?
Bumlai - Hoje? Há uma confusão, porque eu não emprego ninguém, a não ser minhas empregadas domésticas, eu estou há 10 anos aposentado. Com essa estruturação que eu fiz, meus filhos assumiram os negócios. No empreendimento da pessoa física, muito pouco, 100 homens, 150 homens, no máximo. Não, mais, 300 homens. Eu mexo com genética de altíssima qualidade. A minha folha de pagamento de pessoa física é na ordem de R$ 400 mil, R$ 500 mil. As despesas do mês, mais R$ 800 mil, R$ 1 milhão, pessoa física.
Estadão - E se socorreu de Fernando Baiano sem conhecê-lo?
Bumlai - Não, não, eu estava em negociação nessa termoelétrica com ele e com o grupo Eike Batista, que ele me apresentou. Nem me lembro o nome do diretor lá. O interesse do Baiano era grande, o negócio era muito grande. Eu disse, olha faz o seguinte, me empresta um milhão e 500 mil reais. Eu vou te devolver, foi assim, não foi diferente. Não tenho nada com a OSX.
Estadão - O sr faria uma acareação com Fernando Baiano?
Bumlai - Problema nenhum
Estadão - O presidente falou com o sr depois que seu nome foi citado nas delações?Bumlai - Não, não falei com o presidente. Até porque da forma que saiu eu entendo ele falar daquele jeito (referindo-se a uma nota divulgada pelo Instituto Lula). Tem até que dizer aquilo mesmo. Se eu fiz algum lobby, o que eu não fiz em lugar nenhum, em nenhuma empresa estatal, não foi com autorização dele. Não sei se a colocação foi a mais feliz, mas eu entrei na internet e o pessoal ficou bastante revoltado comisso: 'Pô, abandona'. Abandona nada, porque eu não fiz nada.
Estadão - O sr tem ingerência na Petrobrás ou na Sete Brasil?
Bumlai - Nenhuma, nenhuma. Não sei nem onde fica essa Sete Brasil. Como é que eu vou negociar um empréstimo sem falar com diretor? Não tem almoços em restaurantes, não tem nada disso. Quem disser para você que almoçou comigo em restaurante não está falando a verdade.Estadão - O sr. está sofrendo perdas? Bumlai - Só perdi. Cada notícia dessa que sai, os bancos fecham.
Estadão - Fale sobre José Carlos Bumlai
Bumlai - Quem eu sou? Eu sou um cidadão brasileiro, nascido no Mato Grosso há 71 anos, sou engenheiro, sou pecuarista, tenho alguns orgulhos dentro das minhas atividades.Na engenharia fiz obras enormes neste País, em São Paulo, fora de São Paulo. Na pecuária desenvolvi os maiores sistemas de Voisin, que é uma metodologia francesa de rodízio de animais em pastos pequenos. Cheguei a colocar 1500 animais em 100 hectares, dá 15 animais por hectare, a média nacional é um animal por hectare.Estadão - Por que decidiu falar?Bumlai - Venho lendo a meu respeito coisas que têm me causado um certo aborrecimento.